Capítulo 13

Charlie

Talvez eu esteja me precipitando convidando alguém que eu mal conheço para morar comigo, mas eu sei que preciso cuidar dela e o melhor jeito é ela morando comigo. Chegamos na casa da sua amiga, conheço ela por trabalhar na cafeteria.

Marie: Vim buscar o Milk Boo..

Bonnie: Entra, ele deve estar na cozinha. Ah oi detetive.

Charlie: Senhorita Bonnie.

Cumprimento a mesma com a cabeça, ela some da minha vista e do nada volta com um gato bem peludo em seu colo, logo Marie pega ele trazendo para o seu colo.

Marie: Oi amor da mamãe, nossa você está bem cheiroso.

Bonnie: Levei ele na veterinária no sábado e deu um banho nele, ele não gostou muito, mas agora os pêlos estão bem sedosos.

Bonnie faz um carinho no gato que ronrona e me encara com seus olhos cada um de cor diferente

Charlie: Acho que ele não gostou de mim, olha como ele me encara.

Marie se vira para mim dando risada.

Marie: Pode ter certeza que Milk é mais carinhoso que eu.

A olho de forma provocativa e vejo que ela se arrependeu do que falou quando suas bochechas ficaram coradas.

Marie: Bom, eu preciso ir Boo... quando eu conseguir te mando mensagem.

Bonnie: Vai para sua casa? a porta não está arrombada?

Charlie: Ela vai morar comigo agora.

Marie se encolhe e sua amiga olha para ela de forma surpresa, mas também sugestiva, como se ela morando comigo, fossemos ter relações todos os dias. Não acharia ruim, mas ela precisa se acostumar comigo. Saímos de lá e vamos para o meu apartamento.

Charlie: Não se preocupe que tem bastante espaço para você e para o Milk, só realmente acho que será melhor a poeira baixar.

Marie: Como assim?

Charlie: A pessoa que te contratou para matar o marido tinha um amante, ele por ser do tráfico poderia se vingar pela amada que será presa em breve.

Marie: Ela não está na cidade?

Entro no estacionamento do prédio onde moro, estaciono o carro e após desligar o mesmo tiro o meu cinto

Charlie: Parece que ela saiu da cidade com ele depois que você foi presa, a filha foi deixada com a avó e ela já pediu a guarda da neta.

Marie: Nossa, que mãezona

Olho para ela que está distante em pensamento.

Marie: e se o estupro foi montado?

Charlie: Como assim?

Ela me olha como se tivesse tido uma excelente ideia.

Marie: Se outro homem estrupou a filha dela e ela sendo conivente, tirou sêmen do próprio marido para ser usado como prova? No dia em que matei ele, ele chorou implorando falando que não tinha feito isso e que sua filha era o ser mais precioso do mundo para ele

A minha mente começa a trabalhar, com esse raciocínio dela, talvez seja possível.

Charlie: Se isso for verdade, precisamos saber com a menina quem realmente foi o culpado.

Marie: Precisamos?

Charlie: Sim, afinal sua ideia pode render uma prisão dupla para salvar aquela garotinha.

Saio do carro e ela sai em seguida me acompanhando até o porta malas, ela vai segurando seu gato enquanto eu carrego as malas dela, são apenas duas, ela não tinha muita roupa, entramos no elevador e eu aperto o botão do nono andar. Milk que agora dorme em seus braços chega ser até fofo, quando chegamos no meu andar, abro a porta e ela entra meio tímida.

Charlie: seja bem vinda ao seu novo lar, bem na verdade é sejam bem vindos, vou levar as malas pro quarto.

Levo as malas dela para o quarto que eu deixei reservado para ela, todos são suíte, após deixar lá, volto para a sala e ela está sentada no sofá observando tudo

Charlie: Gostaria de comer algo? posso pedir comida se quiser

Ela balança a cabeça negativamente e fecha sua cara de forma triste.

Marie: Por que faz isso Charlie?

Me aproximo dela sentando do outro lado do sofá.

Charlie: Isso o que Marie?

Marie: Isso, você sabe que sou culpada e mesmo assim me tira da cadeia, sou apenas uma simples garçonete, que tem um gato que considero minha família, só tenho isso.

Chego mais perto e abraço ela.

Charlie: eu não ligo para status Marie e você tem muito sim, você tem um coração bom, você é inteligente, é linda e é a mulher que mexe com minha mente. Eu não consegui dormir direito, desde quando você foi presa e agora você aqui comigo, vendo que está bem, que está livre, me deixa mais calmo e feliz. Eu te amo e isso nunca vai mudar, mesmo você sendo uma criminosa, que roubou meu coração e até minha alma para você.

Tudo que eu falei saiu bem lá do fundo e parece que ela entendeu isso, porque as lágrimas já rolavam pelo seu rosto, limpo suas lágrimas e chego perto do seu rosto, acariciando suas bochechas vejo que ela fecha seus olhos, aproximo nossos lábios resultando em um beijo calmo, sem pressa e perfeito para o momento. Somos parados por Milk que começa a miar reclamando de algo.

Charlie: o que foi garoto?

Marie da risada e solta Milk no chão.

Marie: Acho que ele reclamou do meu estômago ter roncado perto do ouvido dele.

Ela faz uma cara engraçada e eu sorrio.

Charlie: isso por que não queria comer, vou pedir nosso almoço. Gosta de comida japonesa?

Marie: Adoro.

Sorrio e pego o celular para pedir a comida, ela se levanta para arrumar as coisas do gato e eu ligo a televisão depois de pedir a comida, fico assistindo um filme aleatório que está passando e logo ela se senta ao meu lado.

Charlie: Imaginei que talvez você se sentiria incomodada em morar comigo aqui, então deixei suas malas no outro quarto, mas se quiser dormir comigo também, não tem problema nenhum.

Ela me olha sorrindo.

Marie: Senhor detetive Ankh, é muito abusado não acha?

Puxo ela para perto de mim e beijo seu pescoço, escuto seu gemido bem baixinho.

Charlie: Nem um pouco senhorita Adams, nem um pouco.

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