Capítulo 11

Marie

Foi fácil me acostumar com a idéia de que posso morrer em breve, estou deitada na minha cama, desde a visita do Charlie que eu não como nada. A fome é suportável até, pior é a dor do meu coração, nunca fui iludida, ele disse que me amava, mas entendo que o dever dele é mais importante do que uma simples garçonete que afundou sua vida sozinha.

Marta: Hey novata, você precisa comer.

Marta está na porta da cela fumando sua maconha diferenciada, diz ela que pasta de dente misturada com a planta deixa a brisa maior.

Marie: Não tem porque eu comer, sei que vou morrer em breve.

Alguém bate na grade da porta da cela.

Dan: Adams, seu namorado veio te ver de novo.

Marie: namorado? eu não tenho namorado.

Me sento devagar na cama.

Dan: Na verdade os dois bonitões, o primeiro e o segundo. Mulher se você não quiser esses homens eu quero.

Dou um leve sorriso com o comentário dela, provavelmente é o Charlie e o Enzo. Lembro que estou com leve sorriso e fecho a cara, não quero ver eles, já aceitei meu destino e como meu julgamento é na segunda eu volto a deitar.

Marie: Avisa por favor que não quero ver ninguém.

Dan: Marie Lawyer Adams! É a terceira vez essa semana que eles aparecem aqui, tenta falar com eles pelo amor de Deus .

Marie: Dan, me desculpa, mas preciso ficar sozinha, se eles quiserem ir pro meu julgamento segunda é só eles aparecem por lá.

Dan bufa e se retira, eu fecho meus olhos tentando esquecer tudo e todos.

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Charlie

Depois da Marie me deixar sozinho naquela sala comecei a investigar a fundo os casos de antigamente, peço ajuda ao Enzo mesmo não querendo e ao Faresh, descubro que o homem que estrupou a Marie foi solto por que alguém de dentro o soltou alegando que ele não era o culpado. Vejo o registro dos antigos capitães e naquela época era o detetive Armandez, porém ele foi morto em um tiroteio entre a polícia e a gangue La Rossi há dez meses, mas mesmo morto podemos usar isso no julgamento.

Com a declaração da Marie no dia em que foi presa, conseguimos mostrar que ela apenas se defendeu e quando foi tirar satisfação com o seu agressor, ele já estava morto. No caso da última vítima, a viúva poderá ser julgada culpada junto com seu amante e podemos burlar um pouco a história dizendo que Marie, estava no dia e na hora errada.

Escrevemos uma declaração oficial para ajudar na soltura da Marie, se não soltar de primeira, em 1 ou dois meses ela consegue a sua liberdade.

Enzo: é parece que terminamos aqui, vou apresentar as declarações no dia para o juiz e claro... temos que ter uma cópia de cada documento.

Fico observando Enzo.

Charlie: Por que você aceitou esse caso?

Ele para perto da impressora e me olha, logo ele abaixa a cabeça mostrando um leve sorriso.

Enzo: Achei interessante o caso, uma mulher que era garçonete se transformando em assassina e quando a vi pessoalmente notei que uma jovem tão bonita, não merece estar presa naquele lugar.

Sinto uma fúria percorrendo todo meu corpo, quem esse advogadozinho pensa que é, chamando minha mulher de bonita.

Faresh: Ih advogado, se eu fosse você tomava cuidado, o chefão aí está apaixonado pela Marie.

Enzo me olha e dá um sorriso levemente cínico.

Enzo: e por que não fez algo antes detetive? afinal você poderia ter feito ela ser solta há muito tempo se quisesse.

Não consigo me conter mais e vou pra cima do advogado descendo um soco em sua boca, podemos ter a mesma altura, mas é notável que minha força é maior devido aos meus treinos constantes. Ele revida e o seu soco acerta bem no meu nariz me deixando um pouco desnorteado, mas não abaixo a guarda dando outro soco. Faresh me puxa e Hust aparece ficando entre nós dois, impedindo Enzo de avançar.

Hust: Mas que porcaria é essa na minha delegacia?! O que deu em vocês?!

Me solto do Faresh encarando Enzo, Faresh sendo rápido esconde os papéis atrás dele para Hust não ver.

Hust: Enzo Hostie, você é um excelente advogado, mas brigar com um dos meus homens pode complicar a sua ficha.

Enzo: Desculpe senhor, acredito que eu cutuquei o detetive Ankh, peço desculpas ao detetive. Agora eu preciso ir.

Enzo pega sua pasta onde já havia guardado os papéis necessários e Hust me olha.

Hust: poderia me explicar o que aconteceu aqui?

Charlie: Desculpe senhor.

Faresh: Capitão, o advogado Enzo tocou na ferida do detetive Ankh falando sobre sua falecida esposa.

Hust abaixa a cabeça e depois me olha de novo.

Hust: se quiser um tempo para descansar..

Charlie: Não precisa, eu conheço meus limites.

Me sento em minha cadeira pegando os papéis e arrumando eles, guardando em minha gaveta, como era de se esperar Hust ficou de olho em nós.

Hust: é sobre o caso de Marie não é?

Olho para ele e concordo.

Hust: Charlie não quero que seu nome fique sujo, não quero perder um excelente detetive.

Charlie: Não se preocupe Hust, estou apenas fazendo o que é correto perante a lei, realmente Marie não merece estar presa por estar no dia e na hora errada.

Hust olha para Faresh que concorda com a cabeça e para mim.

Hust: Bom, se você está lutando pelo correto, tem meu apoio, mas a arma que era da mãe dela continuará aprendida.

Charlie: Ela não vai precisar se defender mais, pode ter certeza disso e se for preciso uma aula de defesa pessoal será o suficiente.

Hust bate em meu ombro e se retira, Faresh continua me fazendo companhia.

Faresh: tem certeza que vai dar certo?

Charlie: Só vamos descobrir depois de amanhã no julgamento dela, enquanto isso vamos rezar para ela não estar se corroendo.

Faresh: Ela não quis te ver?

Charlie: Nem eu e nem o Enzo, a carcereira estava até cansada porque ela não queria sair da cela.

Faresh: Ela deve estar achando que vai morrer, o Enzo falou na primeira visita que já havia dado a sentença, então ele deve ter soltado para uma das carcereiras e a fofoca rolou lá dentro.

Respiro fundo e concordo, por favor Marie, não tente se matar... por mim...

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