Capítulo 12

Marie

Segunda feira, era a manhã do meu julgamento, julgamento esse que eu já sabia o resultado. Dan aparece na porta da cela.

Dan: Queria que seu destino fosse outro...

Marie: Eu também...

Olho para o pedaço de espelho quebrado que tem na cela, prendo meu cabelo de qualquer jeito, não interessa muito me arrumar. Dan me leva até a porta por onde entrei, um micro-ônibus da polícia já está lá me esperando, Dan entra juntamente comigo e o policial dá partida indo até o supremo tribunal. Chegando lá Bonnie já está na porta com os olhos expulsando suas lágrimas.

Bonnie: Mah olha só pra você, vai dar tudo certo você vai ver.

Sorrio fraco, mesmo sabendo qual vai ser meu destino, tento mostrar que está tudo bem.

Dan: Vamos Adams.

Não consigo falar com Bonnie e sou arrastada para uma outra porta, já dentro do prédio fico esperando numa sala do lado de fora está Dan e outro policial, respiro fundo.

Marie: Cuida bem do Milk pra mim Boo...

Sussurro para mim mesma, Dan abre a porta.

Dan: Está na hora, vamos.

Caminho com as mãos ainda algemadas, já me acostumei com o estilo de presidiária, a sala parece vazia, me sento em uma cadeira, Dan fica na porta junto com outro policial. Uma figura mais velha entra com sua bata preta e colarinho branco, sei que preciso ficar de pé e meu corpo automaticamente reage antes mesmo de alguém falar.

Juíz: Podem se sentar.

Podem? Olho para trás e lá estava meu antigo chefe, Bonnie e Faresh, os três sorriem fraco para mim e fazem sinal de força.

Juíz: Senhorita Adams?

Olho para o juíz.

Juíz: Onde está seu advogado?

Marie: Meritíssimo , eu ...

A porta grande se abre e alguém fala.

Enzo: Estou aqui Meritíssimo, tive um problema com os documentos da Senhorita e se me permite gostaria de apresentar umas provas sobre o caso.

Vejo o homem que apareceu na penitenciária, todo social, sério e me vem a vaga lembrança de Charlie. Seu semblante sério e seu auto aroma masculino.

Juíz: Se aproxime Advogado Hostie.

Ele caminha até o Juíz apresentando uns papéis e apresenta ao júri que até a pouco tempo eu não havia notado.

Enzo: Como pode ver meritíssimo e supremo júri, no primeiro caso sobre o assassinato de seu estrupador, a senhorita Adams apenas se defendeu, o culpado já estava morto em seu apartamento devido a um infarto fuminante, a minha cliente apenas cortou seu órgão genital fora. E sobre a outra vítima, minha cliente estava em lugar e hora errados.

Ele está apresentando provas de que sou inocente mesmo eu sabendo que não sou, fico em choque e admito que esse homem me impressionou.

Juíz: Como conseguiu essas provas senhor Hostie?

Enzo: Juntamente com a polícia Meritíssimo.

Polícia? então? olho para trás e conheço bem aquele homem com óculos de aviador, seu maxilar definido que me deixa sem ar só de tocar está ali, olho para Faresh que confirma meu pensamento, Charlie ajudou a livrar meu pescoço literalmente.

Juíz: Bom de frente para essas provas, não tem o porquê da senhorita Adams continuar presa.

O juíz fica de pé e ficamos de pé juntamente para ouvir o que ele tem a dizer.

Juíz: Senhorita Marie Lawyer Adams, está livre de todas as acusações sobre a sua vida e livre da sentença de morte que haviam decretado antes.

Ele bate o martelo e eu esqueço de respirar, não sei o que aconteceu, mas agora a única coisa que ressoa em minha mente é livre da sentença de morte.

Enzo: Você está livre agora.

Olho para Enzo e começo a chorar involuntariamente, Bonnie vem até mim e me abraça.

Bonnie: Eu sabia que tudo ia dar certo.

Levanto minha cabeça do seu ombro e olho em volta procurando o homem que tanto amo, mas não encontro ele. Dan vem até nós.

Dan: Sabemos que está livre, porém precisamos voltar para a penitenciária e pegar seus pertences.

Marie: Tudo bem, nos falamos depois Boo.

Bonnie: Vai lá.

Caminho com Dan para a saída e voltamos para a penitenciária, chegando lá Marta estava no quarto fumando seu cigarro estranho.

Marta: Mulher você não ia ser morta?

Sorrio para a pergunta dela

Marie: Fui inocentada.

Ela pula da cama e me abraça.

Marta: Eu sabia que você ia sair dessa garota, quando estiver lá fora, não esquece de mim.

Abraço ela mais forte

Marie: pode deixar e se for o caso peço ao meu advogado pra cuidar do seu caso.

Ela sorri pra mim e Dan me avisa que já vieram me buscar, me despeço de Marta e vou até onde está minhas roupas.

Dan: Estão do mesmo jeito quando você chegou.

Marie: Obrigada por tudo Dan.

Vou até o banheiro que tem ali e me visto, meus documentos, celular e chaves são entregues para mim em uma saco lacrado cinza.

Dan: Não apronte de novo Marie.

Marie: Pode deixar Dan.

Ela me acompanha até o portão que não conseguimos ver nada, passando pelo grande portão cinza dou adeus aquele lugar, vejo um Jeep Commander prata com vidros fumê e blindados, encostado no carro está o homem de óculos de aviador que me deixa com milhares de borboletas no estômago.

Charlie: Vai ficar aí parada?

Sorrio sem jeito e caminho até ele.

Marie: Você que veio me buscar?

Charlie: Não ia te deixar voltar pra casa de táxi, até por que são quase duas horas de viagem.

Ele abre a porta do carro pra mim e eu entro, quando penso em falar ele já fechou a porta e deu a volta indo para o banco do motorista. Decido colocar o cinto de segurança, ele dá partida no carro.

Charlie: Quer comer alguma coisa?

Penso em algo e decido.

Marie: Sorvete.

Charlie: Sorvete é sobremesa.

Sorrio e continuo olhando para a estrada.

Marie: Por isso mesmo.

Vejo de canto de olho que ele balança sua cabeça, na estrada encontramos como se fosse um bar, mas é um restaurante com essa pegada. Assim que ele estaciona saímos do carro e entramos no estacionamento, uma garçonete peituda vem nos atender.

Garçonete: Oi gato, vai querer o que?

Marie: que você pare de dar em cima dele.

Garçonete: Ih se controla aí que tô falando com seu irmão

Dou risada e me levanto.

Marie: Sou a namorada dele e se eu fosse você não ficaria dando em cima dele porque eu sei muito bem como usar uma faca quente.

Ela me olha em choque pela ameaça.

Marie: Eu vou querer sorvete e provavelmente ele vai querer panquecas com calda de caramelo.

Charlie concorda com a cabeça e a garçonete se retira nos deixando sozinhos.

Charlie: De chefe fui para namorado?

Olho para ele que sorri de forma atrevida me deixando envergonhada.

Marie: Não gosto da garçonete que dá em cima do cliente e eu quero tomar sorvete logo...

Ele dá uma risada e coça a nuca.

Charlie: Marie, eu tenho uma proposta para te fazer.

Marie: Pode falar.

Ele me entrega um envelope amarelo, abro o mesmo e pegando uma ficha de inscrição.

Marie: O que é isso?

Charlie: quero que faça parte da minha equipe de detetives da polícia, vai ter uma prova. Você tem boa resistência física e tem noções de leis.

Marie: Mas você...

Charlie: Já te inscrevi para participar da prova, vou te ajudar a estudar.

Fico desnorteada e meu sorvete chega, juntamente com as panquecas dele.

Marie: Mas como você vai me ajudar?

Charlie: Quero que você more comigo, meu apartamento tem espaço suficiente para nós dois e sua casa foi confiscada pela polícia, ao estar trancada eles arrombaram a porta.

Marie: Tem como eu negar?

Ele balança a cabeça negando minha pergunta.

Charlie: Quero que recomece sua vida de uma forma boa e não sendo julgada pelos vizinhos que a viram sendo presa.

Ele tem razão, meus vizinhos podem não ficar muito em casa, mas no dia em que fui presa eles estavam.

Marie: Tudo bem, eu topo.

Começo a tomar meu sorvete.

Charlie: Saindo daqui vamos passar lá e fazer suas malas, depois passamos na sua amiga para pegar seu animal de estimação.

Marie: Ok chefe, agora eu posso te chamar assim.

Ele sorri e começa a comer suas panquecas, fazemos nossas refeições em silêncio, após comermos ele paga a conta e voltamos para o carro, nosso trajeto é em silêncio até chegar na minha casa, o lugar onde eu vivi, que agora vou me despedir e viver em outro lugar.

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Comments

Maria DA Gloria

Maria DA Gloria

consertesa Marie tá grávida

2024-01-22

0

Carla Gemima Gama

Carla Gemima Gama

gostei da história pequena mas completa PARABÉNS

2024-01-12

6

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