Capítulo 2

Charlie

Chego no apartamento junto com meu novo colega que ainda nem sei o nome, todo o trajeto foi em silêncio absoluto, apenas com o comunicador ligado.

Saio da viatura e vejo uma policial de guarda do local onde aconteceu o assassinato.

Mulher: Hum novo policial Faresh?

Então o meu colega com ar de árabe se chama Faresh.

Faresh: Ele é o novo chefe da equipe de homicídios Grash, seja boa com ele.

Charlie: Não preciso que sejam bons comigo, só preciso que sejam bons no trabalho.

A policial me olha torto, vejo que não nos daremos bem, porém não ligo, passo por ela entrando no apartamento e coloco as luvas de látex que peguei antes de sair, ligo a lanterna ultra violeta e procuro algum sinal, mas só o sangue onde o corpo estava que se mostra presente.

Grash: A pessoa que cometeu o crime parece que teve ataque de limpeza, simplesmente estava tudo limpo, só onde o corpo estava que havia sangue.

Charlie: os vizinhos não ouviram nada? tem câmeras aqui?

Faresh: O prédio não tem câmeras, na verdade nenhum dessa região tem.

Me viro para encarar eles.

Grash: Os prédios aqui pertencem as gangues latinas.

Charlie: então quem matou sabia onde estava se metendo, talvez seja de alguém da gangue...

Como estava agachado me levanto e meus olhos reparam em um fio de cabelo em cima do sofá, vou até lá pegando e coloco num saquinho.

Charlie: Faresh leva para a análise por favor, eu sabia que alguma coisa fosse passar desapercebida. Vou conversar com a vizinha que denunciou o mal cheiro.

Ele concorda se retirando, Grash não falou mais nada, eu sei que se espantou ao ver que encontrei algo que nem ela encontrou, saio do apartamento e bato na porta vizinha. Uma senhora com seus 90 anos abre a porta meio desconfiada, sua pele amorenada mostra que realmente não é americana.

Charlie: Senhora bom dia, gostaria de fazer umas perguntas.

Ela concorda e se encosta no batente de sua porta.

Idosa: Eu já falei tudo o que precisava para os outros policiais.

Charlie: eu sei senhora Sanchez, eu li seu depoimento no arquivo. Eu só gostaria de saber se a senhora não viu nenhuma movimentação estranha.

Vejo que ela tenta lembrar de algo, mas logo balança sua cabeça em negação.

Sanchez: não... depois que o chico foi preso há 3 anos atrás, ninguém frequentava o apartamento dele a não ser ele mesmo.

Meu semblante muda

Charlie: Preso?!

Sanchez: Sim, sim. Quase todos nessa região já foram presos, seja furto ou droga, mas fazer o que não é.

Olho para Grash que estava ao meu lado e eu não havia notado

Charlie: Obrigado Dona Sanchez por nos ajudar.

Ela apenas balança a mão como se estivesse nos expulsando e entra no seu apartamento, em seguida Faresh se aproxima de nós pelo jeito ele dirigiu correndo.

Faresh: O capitão Hust gostaria de vê-lo.

Concordo e saio andando indo para a viatura, já dentro Faresh entra do outro lado e liga o carro dando partida.

Faresh: Conseguiu algo senhor?

Olho para a rua retirando meus olhos da pasta do caso

Charlie: Bom a nossa vítima é um ex presidiário, talvez alguém com contas para a acertar o matou, eu preciso de um café e umas panquecas.

Faresh: então temos que ver possíveis pessoas que gostariam de matar ele, mas a gangue não se envolve com a polícia e para poder comer dou um conselho: a cafeteria quase ao lado da delegacia faz as melhores panquecas e o melhor café.

Eu o olho vendo que está sorrindo e isso me faz dar um leve sorriso, chegamos na delegacia e já vou direto para a sala do Hust.

Hust: Como está indo seu primeiro dia ao retornar?

Charlie: Os detetives precisam ter olhos de águia, passou um fio de cabelo em cima do sofá e pelo cumprimento era de uma mulher ou um homem com cabelos longos, talvez seja até dele. A vizinha disse que ninguém frequentava o apartamento a não ser ele.

Hust: Estranho, bom deixo em suas mãos capazes de resolver tudo

Concordo e me retiro, sento em minha mesa analisando o caso, ex presidiário, mas como ele saiu da cadeia não existe nos registros recentes, talvez bom comportamento, meu estômago ronca me fazendo levantar para ir a cafeteria, saio da delegacia e ando um pouco até chegar na mesma que parece lotada, mas encontro uma mesa bem reservada perto da janela, entro e me sento.

Pego um charuto no bolso de dentro da jaqueta de couro e o isqueiro.

Mulher: Bom dia, vai querer algo chefe?

Como estava distraído olho para a garçonete que estava a minha frente, seus cabelos negros que mostram ser longos por conta do coque que os prende, seus lábios levemente carnudos e rosados por conta do seu gloss labial, seus olhos verdes como esmeraldas e um sorriso angelical, não sei por que, mas notei em todas as partes de seu rosto lindo.

Voz: Vai querer algo?

Volto a minha realidade sentindo algo em meu peito frio e fecho meu semblante como sempre.

Charlie: Uma porção de panquecas com calda de caramelo e café sem açúcar por favor

Ela anota tudo e guarda o pequeno bloco de pedidos juntamente com sua caneta no bolso de sua roupa

Mulher: É pra já.

Ela sai andando e vejo como seu corpo escultural faz jus a sua beleza, continuo com meu charuto pensando no caso, parece que vou precisar desenterrar outro caso, mas como não convém a situação não me importo muito, Faresh entra na cafeteria e ao me ver se senta a minha frente.

Faresh: Sabia que o encontraria aqui chefe, o laboratório já liberou o resultado do fio de cabelo que encontrou

A garçonete me trás não só as panquecas e o café, mas também um cinzeiro.

Mulher: Ah olá Faresh, o mesmo de sempre?

Faresh: Talvez mais tarde Marie, estou trabalhando.

Marie: ok, aqui está o seu pedido chefe.

Agora a garçonete tem nome e o nome dela é Marie.

Charlie: Eu não sou seu chefe, você não trabalha pra mim.

Ela arregala os olhos e abre a boca com certeza para me rebater, porém ela sorri e se vira para sair.

Marie: Ainda bem que não trabalho, senão eu seria sua perdição.

Dessa vez eu que abro a boca, ela sai andando com seu rebolado e ela está certa, ela seria minha perdição.

Faresh: Marie sempre com a resposta na ponta da língua, te deixou até sem falas chefe.

Olho para ele com a cara fechada e tomo um gole do café, realmente é muito delicioso.

Charlie: Muito engraçado Faresh e qual foi o resultado?

Ele coça a nuca e suspira.

Faresh: O cabelo era dele mesmo, seja lá quem é o assassino soube fazer muito bem a limpeza do local.

Charlie: ou só aproveitou que ele já poderia estar morto para se vingar.

Faresh concorda e se levanta.

Faresh: Vou até o médico legista, ainda não havia saído a causa da morte.

Charlie: Só vou comer e já estou indo.

Ele sai andando para fora da cafeteria me deixando sozinho.

Marie

Estou limpando o balcão e me viro para tomar um pouco de água, Bonnie me cutuca e aponta com o queixo para um homem lindo que acabou de entrar na cafeteria. Seus cabelos loiros, barba por fazer talvez há uns 2 ou 3 meses mostra que ele tem um ar de homem mais velho. Sua jaqueta colada em seus músculos não esconde o seu distintivo preso em seu pescoço.

Bonnie: Hum é o Charlie Ankh.

Marie: Quem é esse?

Ela me olha em choque

Bonnie: nunca ouviu falar do Detetive Ankh? ele era simplesmente o melhor da cidade, mas largou tudo aqui para ir embora depois que sua esposa foi assassinada.

Marie: Jura?

Ela concorda e eu olho para ele que procura um charuto em sua jaqueta, vou até ele e de perto ele é bem mais bonito do que aparenta.

Marie: Bom dia, vai querer algo chefe?

Ele me olha e ao ver seus olhos meu estômago se contraí, parece que tudo ao meu redor desapareceu, mas então volto a minha realidade enquanto ele ainda me encara.

Marie: Vai querer algo?

Ele pisca algumas vezes e faz seu pedido, anoto tudo e volto para o balcão aviso na cozinha que querem uma porção de panquecas, Faresh entra na cafeteria e se senta junto ao loiro, pego o café que ele pediu, um cinzeiro e as panquecas que já estavam prontas, deixo tudo na mesa dele e cumprimento Faresh.

Marie: Ah olá Faresh, o mesmo de sempre?

Faresh: Talvez mais tarde Marie, estou trabalhando.

Sorrio para ele.

Marie: ok, aqui está o seu pedido chefe.

O homem me olha de forma indecifrável, ele parece querer falar algo, mas muda de idéia falando algo que nunca pensei em ouvir.

Charlie: Eu não sou seu chefe, você não trabalha pra mim.

Arregalo meus olhos surpresa pela resposta, minha vontade era de falar umas poucas e boas, mas para homens assim eu sei como agir e falar. Sorrio e me viro para sair dando a resposta dele.

Marie: Ainda bem que não trabalho, senão eu seria sua perdição.

Saio andando praticamente rebolando deixando minha dignidade lá em cima e meu orgulho também, volto para o lado de Bonnie no balcão

Bonnie: seja lá o que você fez, deixou o bonitão de boca aberta.

Ela dá risada me fazendo rir da situação, mas a sensação estranha no meu peito me faz mudar de assunto com ela voltando ao trabalho.

Marie: Vamos voltar ao trabalho que quero almoçar mais cedo hoje

Continuo atendendo os clientes normalmente como se o policial bonitão não existisse.

Mais populares

Comments

Lisiani Liota da Rosa

Lisiani Liota da Rosa

já gostei dela.

2024-01-10

5

amalia de oliveira muniz

amalia de oliveira muniz

começando agora

2024-01-02

2

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!