Capítulo 9

Marie

Nunca pensei que pudesse me apaixonar de novo por alguém e logo pelo meu inimigo, se bem que ele não sabe que é meu inimigo. Após um dia maravilhoso com ele, conhecendo a casa que era dos pais dele e é claro fazendo o que nós sabemos fazer de melhor ele me deixa em casa, desço de sua moto e entrego o capacete.

Charlie: Amei nosso dia...

Marie: Eu também.

Ele me puxa pela cintura depositando em seguida um beijo em meus lábios, acho que nunca vou me cansar disso.

Policial: Senhorita Marie Lawyer Adams você está presa pelo assassinato de Christopher Antônio

O policial vem até mim e coloca as algemas.

Charlie: COM QUE PROVAS VOCÊS PODEM SIMPLESMENTE PRENDER ELA ASSIM?

Grash: A esposa e a filha voltaram para a cidade, interrogamos elas.

Ela entrega um envelope para Charlie que abre e revela a arma que eu havia dado para Jaqueline se proteger.

Grash: Elas falaram que Marie se ofereceu para acabar com a vida de Christopher.

Charlie me olha incrédulo e eu não expresso nenhuma emoção, sou levada para o carro da polícia e nos dirigimos até a delegacia, me colocam na sala de interrogatório, fico lá por um tempo, pode ter sido por algumas horas, com as mãos ainda algemadas me forço a deitar sobre a mesa e fecho meus olhos.

Marie: Agora acabou...

Durmo até alguém me acordar no susto jogando a pasta sobre a mesa, olho sonolenta e vejo Charlie, ele está com o cheiro do seu charuto, sua cara não é das melhores mostrando que ele voltou a ser aquele detetive de quando conheci. Ótimo, por que assim o sentimento que ele disse ter por mim não vai interferir.

Charlie: bom senhorita Adams, acho que chegou no fim da linha para você.

Olho para ele e sorrio sem emoção.

Marie: Sabe detetive, a esposa dele ficará em liberdade?

Ele franze o cenho.

Marie: Acho que tenho direito de falar o meu lado.

Charlie: Você tem que falar com seu advogado..

Dou risada da situação

Marie: Já estou na porra da lama, você acha mesmo que preciso de um advogado?

Ele bufa e eu prossigo

Marie: Voltando ao que eu estava falando, ela me procurou e ofereceu quinhentos mil dólares para matar o marido dela, ela alegou que ele havia estrupado a própria filha. Sim eu dei a arma que era da minha mãe pra ela, porém para matar ele, ela primeiro o dopou no apartamento deles com a ajuda do amante dela, levou até o galpão onde vocês acharam o corpo que eu terminei de finalizar. E antes que você pergunte se eu aceitei o dinheiro, eu não aceitei, apenas ajudei a se livrar de mais um estrupador.

Charlie: Mais um?

Marie: Oh droga, você só prestou atenção nisso?

Viro pro lado dando um sorriso cínico e olho de novo naqueles olhos frios, que penetram minha alma.

Marie: Juan Saveiro... o que me estrupou, eu fui até o apartamento dele acertar as contas e bom, encontrei ele morto no chão, apenas arranquei o órgão que ele usou para me estuprar e dei para os cachorros na rua.

Charlie: Mas e as...

Marie: as facadas? ah não foi eu não, apenas cortei o pênis dele mesmo.

Charlie: Você disse acerto de contas?

Marie: Ele tentou me estuprar de novo, mas o dono da cafeteria saiu na hora me ajudando, se não acredita em mim que provavelmente é isso que você está fazendo agora, é só pedir as filmagens da câmera de segurança.

Ele continua frio, é como se tudo o que eu tivesse falado não teria servido de nada, então me levanto.

Marie: Faresh, eu sei que você está atrás desse vidro negro, pode me levar pra cela.

Faresh entra logo em seguida e olha para Charlie

Charlie: Pode levar ela e preparar a ida dela para a penitenciária feminina.

Dou risada.

Marie: Ainda bem que a minha sentença sai logo, obrigada por tudo Charlie... até pelo nosso dia.

Ele me olha sério ainda, mas seus olhos demonstram surpresa, Faresh me leva pra uma das celas provisórias, a delegacia de noite parece até minha casa, porém sem meu gato.

Faresh: tem direito a uma ligação Adams.

Marie: Ligue pra Bonnie, peça pra ela cuidar do Milk pra mim e tome vergonha na cara chame ela pra sair.

Me encosto na parede novamente, ele concorda e me deixa sozinha de novo, com a cabeça encostada no concreto frio fecho meus olhos, acho que minha vida chegou ao fim.

Marie: Obrigada mãe por me ensinar a ser forte e pai espero que esteja queimando no inferno.

Não sei se dormi horas, mas parece que foram minutos, a policial com cara de homem conhecida como Grash vem até mim e me levanta.

Grash: Hora de ir pra sua casa nova prostituta barata.

Marie: Prostituta não, assassina talvez e você deveria fazer as sobrancelhas, logo vai parecer um homem.

Ela pega o cacete para me bater, porém dou uma rasteira nela a fazendo cair, ela é rápida em se levantar e eu sou rápida para revidar, derrubo ela em outra rasteira e saio da cela.

Marie: Posso ser uma prostituta barata na sua mente, mas sei tratar até os presos melhor que você.

Quando me viro Charlie está me encarando.

Charlie: Agrediu um policial? mais uma denuncia na sua ficha?

Marie: Apenas defendi meu orgulho.

Faresh vendo a situação prestes a pegar fogo me pega pelo braço sem muita força me levando para o ônibus que transporta os presos.

Faresh: Você não sabe a hora de parar né Marie?Avisei a Bonnie, ela disse que vai cuidar

Dou um sorriso pra ele e quando olho pela janela Charlie está fumando seu charuto, Grash me olhando com cara de poucos amigos, Faresh desce do ônibus e o mesmo dá partida me levando para penitenciária, quando chego lá a carcereira chefe que também parece um homem me olha dos pés a cabeça, olho seu crachá e está escrito Dan

Dan: Piercings? Jóias? Tire a roupa.

Tiro e ela avalia meu corpo todo.

Dan: Bela tatuagem, acho que essa bússola te levou pro caminho errado

Marie: Desculpe carcereira Dan, mas a bússola está apontando para o dragão do outro lado.

Dan: Não quero saber.

Ela me entrega umas roupas laranjas e eu me visto, até que é confortável, ela me leva até uma cela onde tem uma mulher com o rosto todo tatuado, assim que entro.

Marie: Oi, a sua cama é de cima ou a debaixo?

Mulher: Por que foi presa?

Marie: matei um estrupador.

A mulher me olha surpresa e eu sorrio.

Mulher: Me chamo Marta, eu durmo na debaixo.

Marie: Marie

Apertamos nossas mãos e eu vou até minha nova cama, onde deito e já durmo esperando acordar desse pesadelo.

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