Capítulo 19

Marie

Finalmente chegou o dia da prova da polícia, após vários dias estudando e dormindo tarde me sinto bem nervosa. A sinto o lado dele se movimentar um pouco.

Charlie: O que você tanto pensa em amor?

Ele beija meu pescoço me fazendo sorrir.

Marie: Pensando que hoje tenho uma prova tensa.

Charlie: Não se preocupe, você vai se sair muito bem, afinal você é inteligente e estudou feito uma condenada literalmente.

Olho para ele que já está se levantando para ir ao banheiro, fico olhando feito uma boba para o meu noivo, a bunda dele é tão perfeita que ontem não resisti e dei uma apertada por cima da cueca, achei que ele ficaria bravo, mas no final acabamos sem roupa em cima da cama fazendo amor como dois selvagens. Me levanto e vou até a cozinha dar comida para MilK, ele sentindo minha presença se espreguiça todo.

Marie: E aí garoto? está gostando de morar aqui?

Ele vem até mim, miando de uma forma como se representasse um sim.

Marie: Eu sei, eu também estou gostando muito de viver aqui.

Após colocar a ração dele, vou até o banheiro no corredor para lavar as mãos e volto para a cozinha começando a preparar o café, um perfume amadeirado se mistura ao cheiro do café e fortes mãos me puxam pela cintura.

Marie: Seu perfume com o cheiro do café é um perigo senhor detetive.

Charlie: Ah é? que tal testar uma técnica de luta?

Olho de rabo de olho e ele tenta me prender como se estivesse segurando uma faca em contato com meu pescoço.

Charlie: Reage Lawyer.

Por ele ser maior do que eu, não consigo segurar em seu braço para o jogar a frente do meu corpo, então jogo minha cabeça para trás acertando o seu nariz o fazendo me soltar, após ficar livre me viro dando uma rasteira o derrubando no chão.

Charlie: AI MEU NARIZ MARIE.

Olho surpresa para ele que está com as mãos sobre o nariz e me abaixo.

Marie: desculpa amor, não achei que seria tão forte, oh meu DEUS, você está bem?

Ele tira as mãos e balança o nariz.

Charlie: Tá sangrando muito?

Sorrio e balanço a cabeça de forma negativa.

Marie: Foi apenas um corte grandão, você não vai morrer.

Ele sorri e me puxa para um beijo, logo eu paro me levantando por ter lembrado do café. Tomamos café após ele limpar o corte.

Charlie: Vou te levar pra cafeteria depois da prova .

Marie: Ok.

Termino meu café e vou até o quarto tomar um banho, me arrumo e pego meus documentos necessários para a prova. Durante todo o trajeto vamos ouvindo música e vou relembrando das questões mais difíceis, me sinto um pouco enjoada, talvez seja todo nervosismo. Chegamos onde será a prova e eu saio do carro, Charlie me acompanha até a porta.

Charlie: Estarei aqui fora durante todas essas horas esperando você.

Marie: Tá, estou nervosa.

Ele sorri e aquilo me conforta aliviando a tensão.

Charlie: Você vai se sair bem, não se preocupe.

Homem: Detetive Ankh, quanto tempo meu amigo.

Olhamos em direção a um homem moreno alto, da mesma altura do Charlie.

Charlie: Tomas, quanto tempo. Amor, esse é Tomas, fez prova no mesmo dia que eu e agora estamos trabalhando em distritos diferentes.

Estendo minha mão cumprimentando o rapaz.

Marie: É um prazer

Tomas: O prazer é meu, também trouxe minha esposa para fazer a prova, ela disse que quer descobrir o lado aventureiro.

Marie: Jura? isso é muito bom, eu já vou entrando. Até depois.

Me despeço dos dois e encontro a minha sala, só existe um lugar vago, parece até que fizeram as salas com a quantidade correta que iria para a prova. Mostro meus documentos e me sento, alguns minutos depois a prova é iniciada.

Charlie

Estou aqui fora torcendo pela minha pequena.

Tomas: Você casou de novo Charlie?

Sorrio.

Charlie: Ainda não, estou noivo.

Tomas: Imagino que deve ter sido difícil sem sua ex esposa.

Charlie; Foi, mas eu consegui sobreviver.

Olho para Tomas e lembro de algo.

Charlie: Você ainda trabalha na área de investigação particular?

Ele levanta uma sobrancelha.

Tomas: Tem alguém na mira?

Charlie: Abgail, minha ex cunhada. Ela do nada começou a trabalhar no mesmo distrito que eu e isso está um pouco estranho.

Tomas: Eu lembro que ela tentou transformar sua vida num inferno.

Charlie: Isso mesmo.

Ele aperta minha mão.

Tomas: Vou pesquisar para você.

Charlie: obrigado amigo.

Ficamos ali jogando conversa fora e a porta se abre de novo, algumas pessoas que terminaram a prova saem, logo vejo a esposa do Tomas.

Tomas: Foi difícil a prova querida?

Jocelin: Não caiu nada do que você falou pra eu estudar, tem uma moça que está até agora na sala focada na prova.

Charlie: Uma moça de cabelo ondulado preto?

Jocelin: Isso mesmo.

Tomas: É a noiva do Charlie.

Ela sorri.

Jocelin: Meus parabéns Charlie.

Charlie: Obrigado Jo.

Logo a porta se abre de novo e Marie sai de lá, agora com seus cabelos presos em um coque.

Charlie: Como foi a prova?

Marie: Não quero comentar sobre isso agora.

Sorrio junto com Tomas e Jocelin, apresento a Jocelin para ela e vamos cada um para seus carros, no caminho da cafeteria reparo que Marie está séria.

Charlie: O que te incomoda?

Marie: Que eu sabia muita coisa ali que não tinha nos livros que você me fez estudar.

Ela me olha com os olhos meio fechados por causa do sol.

Charlie: Como assim?

Marie: Se eu me sair bem na prova, a minha preocupação vai ser o teste físico.

Charlie: Você vai se sair bem.

Seguro a mão dela e deposito um beijo, chegamos na frente da cafeteria e ela sai do carro, algo em mim me diz para não deixar ela trabalhar hoje, mas não posso impedir ela de fazer isso. Aproveito para ir na oficina pedir uma revisão no carro e fico por lá durante um tempinho, uma hora depois vejo carros de polícia e ambulâncias passando na direção da delegacia. Meu coração se aperta e eu aviso que busco o carro amanhã, corro até a cafeteria onde Marie trabalha, tem vários policiais, entre eles Faresh e Grash.

Charlie: Faresh

Faresh: Charlie, espera não entra.

Não dá tempo de me segurar, algumas pessoas estão baleadas, Bonnie está sendo socorrida por um médico, procuro Marie e a encontro no chão respirando fundo tampando um canto onde está repleto de sangue, corro até ela e pressiono onde o sangue insiste em sair.

Charlie: Um paramédico aqui! AGORA!

Ela segura minha mão e eu a olho, dos seus olhos descem as lágrimas.

Marie: F..foi... Ab...

Charlie: Abgail? como você sabe?

Ela levanta a outra mão me entregando alguns fios de cabelo.

Marie: O perfume é dela... Le..leva pra alguém de confiança... Confio...em.. você...

O paramédico que acabou com a Bonnie vem até ela e presta os socorros, ela é levada para a ambulância.

Charlie: Faresh, acompanha a Marie por favor, eu vou precisar da sua moto.

Ele não pensa duas vezes e me entrega as chaves, vou até a delegacia pegar o capacete e a moto dele, se a Marie estiver certa, Abgail fez isso por vingança. Piloto até a delegacia onde Tomas trabalha e peço a ele para verificar os fios de cabelo, explico a situação e ele concorda. Marie, por favor, fique bem, eu logo estarei aí. Saio da delegacia e piloto a moto até o hospital onde Marie está junto com Bonnie e com as outras pessoas que estavam vivas ainda, quem fez isso, fez para matar e não deixar ninguém vivo como testemunha. Chego no hospital e entro no quarto da Marie, ela está deitada dormindo com remédios para dor.

Faresh: Ela está a salvo por conta disso.

Ele me entrega um envelope cheio de papéis, sangue e com um furo de bala no meio, quando abro com dificuldade leio atentamente.

Charlie: Um teste de gravidez.

Meus olhos enchem de lágrimas e começo a chorar.

Faresh: Sinto muito Charlie, por conta do baque que ela sofreu, acabou gerando um aborto espontâneo.

Choro ainda mais, agora com raiva.

Charlie: Eu vou pegar quem fez isso e vou fazer pagar muito caro.

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