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Sophia

narrando

Algumas semanas depois...

Algumas semanas se passaram e eu achei

que eu já teria finalizado essa missão, eu continuo me encontrando com

Frederico e cada vez mais ele confiava em mim, e quanto mais eu ganhava a sua

confiança, mais eu conseguia informações para enviar para Saimon. O problema é

que Frederico estava me fazendo bem, eu me sentia bem ao lado dele e cada vez

mais eu tinha vontade de estar ao seu lado.

Eu  não sei quanto tempo

tudo isso duraria e qual seria o final disso, mas ficar essas semanas com ele,

sem ter que está naquela casa com Saimon, sem ter ele me ameaçando me mandar

para o quarto vermelho, começou me fazer perceber que eu poderia ser muito mais

do que aquilo.

- Flores? – eu falo abrindo a porta do meu apartamento.

- Sophia? – entregador pergunta.

- Sim\, sou eu – eu falo.

- Aqui – ele fala me entregando.

Eu cheiro as rosas que eram as mesmas do jardim da mãe de

Frederico e abro um sorriso quando vejo um cartão com seu nome, ele tinha ido

viajar essa manhã e só voltaria amanhã.

Eu tiro uma foto com as flores na mão e envio para ele e logo

recebo sua mensagem de volta, dizendo que estava com saudade de mim.

Frederico mencionava o tempo todo como as mulheres eu dentro da

máfia eram usadas e manipuladas , falava do relacionamento do irmão com a

cunhada e eu comecei a observar como Maria era tratada, eu não tinha muita

convivência com ela, mas o pouco que eu tinha , eu me vi nela. Maria era

exatamente o que eu sou quando estou com Saimon, calada, tenta fazer tudo para

agradar, submissa e sempre se sente culpada pelos erros dele.

- Flores? – A voz de Saimon soa atrás de mim – é dele?

- Como você entrou aqui? – eu pergunto.

- Não era assim que você me tratava das outras vezes\, você me

implorava para ficar aqui com você – ele fala.

- É que eu levei um susto – eu falo – não deixo a porta

destrancada.

- Mas ela estava – ele fala se aproximando de mim – ele foi

viajar, não foi?

- Foi – eu falo.

- Então vamos partir para o segundo passo do nosso plano – ele

fala.

- Qual é o segundo passo? – eu pergunto.

- Matar ele lentamente – ele fala tirando um vidrinho – quando

você estiver com ele você vai colocar duas gotas no copo dele.

- Mas eu não estou todas as noites com ele – eu falo

- Vai precisar está e é importante que você esteja morando com ele

na sede – eu falo.

- Como\, eu vou fazer isso? – eu pergunto – ele é todo desconfiado\,

se eu começar a querer ir para lá o tempo todo, ele começa a passar mal com

essas gotas, ele vai ver que estou fazendo algo.

- Eu preciso que antes que ele morra o segredo do cofre dele – ele

fala – se ele morrer e eu não tiver esse segredo, não me adianta de nada.

- Como vou conseguir esse segredo? – eu pergunto.

- Tudo indica que o cofre fique no quarto dele em algum lugar

muito escondido, você precisa descobrir em que lugar ele fica e descobrir da

forma que eu te treinei, a combinação do cofre – ele fala.

- Isso é perigoso – eu falo – se ele me ver ou descobrir.

- Eu te treinei para ter medo? – ele pergunta me olhando – não

Sophia, eu te treinei para agir, fazer as coisas conforme eu te mandar. Eu não

estou entendendo por que você está com todo esse medo agora?

- Sim\, eu vou dar um jeito – eu falo

- Sobre você ficar na sede\, pode deixar que eu dou – ele fala me

olhando e eu arqueio a sobrancelha para ele.

- Como você vai fazer isso? – eu pergunto.

- Eu tive uma idéia nesse exato momento – ele fala se aproximando

de mim.

- Você precisa mesmo matar ele? – eu pergunto e ele me encara –

não é isso que eu quis dizer, é que – eu começo a ficar confusa.

- O que você me perguntou? – ele pergunta segurando meu rosto –

você me perguntou se eu realmente preciso matar ele?

- O irmão dele me odeia\, está de olho em mim. Você é amigo deles\,

pode cair a casa para nós, é só isso que eu estou preocupada – ele me encara

desconfiado – você está me machucando.

- Com Antonio\, eu me resolvo – ele fala e eu assinto com a cabeça.

- Sim\, eu vou fazer tudo conforme você está me mandando fazer – eu

falo.

- Se você falhar Sophia\, quem morre é você – ele fala e eu

arregalo os olhos para ele – eu não vou pensar duas vezes em te matar.

- Você está me ameaçando?  -

eu pergunto para ele – eu fiz tudo como você quer a vida toda, eu estou fazendo

como você quer as coisas. Você está me ameaçando de morte?

- Eu te criei para ser uma arma humana irracional\, que não tem

sentimentos, que não tivesse vontades – ele fala me olhando – mas estou vendo

que eu falhei feio com você, a garota que eu treinei jamais teria medo de matar

a pessoa ou me perguntaria se realmente teria que matar a vítima.

- Eu perguntei errado – eu falo – você entendeu o que eu quis

perguntar.

Ele se aproxima de mim segurando em meu pescoço forte e começa

apertar ele, eu tento bater em seus braços para que ele me largue, mas ele não

me larga.

- Me deixa\, por favor – eu falo desesperada.

E ele me solta me largando no chão.

- Você está avisada\, é Frederico morto ou você morta – ele fala –

você que decide – ele me encara e depois sai do apartamento.

Eu começo a chorar sentada no chão.

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