capítulo 18.

Subi pelos degraus que antes não existiam, fique um frente a porta dupla enorme e puxei a corrente segurando o cadeado, abrindo sem muita dificuldade.

Dei um passo á frente e olhei pelo cômodo agora vazio e sem as ferramentas que eu contava que estaria guardado lá.

_ Droga!

Sam tinha uma mania estranha de reponder o que eu nem havia perguntado como se pudesse ler meus pensamentos.

_ Guardei as coisas que ainda tinham utilidade debaixo da escada por isso aumentei o nivel do chão.

Assustado olhei para ela que andava pelo lugar apontando para uma moldura quadrada de madeira grossa próximo a porta.

_ Como você fez tudo isso? Eu não entendo.

_ Eu tive bastante tempo livre Cristian.

_ E não tinha nada melhor para fazer?

_ Você sabe que só vai ter onde ficar por minha causa ,não é?

Andei até uma escada de madeira que dava a uma parte suspensa perto da altura do telhado.

_ É seguro? Será que me aguenta?

_ Porquê você não testa?

Desconfiado segurei na escada e subi o primeiro degrau, depois o outro até chegar na madeira que atravessava o galpão.

_ É parece bem firme!

_ Claro que está firma. Fui eu quem fiz.

_ Não me lembrava que você era tão exibida.

_ Ainda bem que as pessoas mudam.

Ela parecia confortável naquele lugar e eu não iria fazer nada para constranger ou magoar ela depois de tudo que ela fez para me ajudar. Continuei explorando o pequeno cômodo suspenso.

Uma esteira estendida ocupava o espaço e uma telha transparente no telhado dava uma bela visão do céu, meio alaranjado anunciando o fim da tarde.

_ É uma cama!

Abaixei a cabeça olhando para ela que se enfiava no local que ela tinha me mostrado perto da porta, Parecia um compartimento secreto.

_ O que você ta fazendo ai?

Ela não respondeu.

Desci da escada e fui ver o que ela estava fazendo enfiada dentro do buraco.

_ Saí da frente por favor?

_Nossa você é tão grossa. Quer ajuda?

Tentei ajudar mais ela me empurrou para trás puxando alguma coisa que parecia um pouco pesado.

Ela saiu com um fogão pequeno de ferro nas mãos.

_ Como você guardou isso ai? Deve pesar uns 30kg.

_ É de ferro, lógico que é pesado. Dá pra sair da frente?

_ Claro, desculpa.

_ E outra coisa para de pedir desculpa. É muito chato.

Ela havia se tornado um pessoa independente e determinada, que cuidava dela mesma.

Os olhos se mantinham focados em colocar um tudo na parede retirando um pedaço de tronco pequeno e encaixando ele no lugar.

_ Tenho que colocar a chamine no lugar. Preciso ir la fora.

_ Eu ajudo!

_ Não precisa, você pode trazer as suas coisas para cá.

_ Tem certeza?

_ Tenho sim ,vai logo!

Consegui pegar todas as bolsas de um vez, alguma coisa me deu ânimo, é uma força me preencheu naquela hora . Saber que ela

sobreviveu todos aqueles anos sozinha e não havia desistido de lutar estranhamente me deu esperança também.

Talvez alguma coisa boa poderia sair de todo aquele passado terrível.

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