De volta ao presente.
_ Mano que cara é essa?
Pedro me olhoava assustado.
_ Não é nada, eu tô bem.
_ Cris, você está com cara de que não dorme a dias.
_ Eu só preciso de uma folga.
_ Ué , você é o chefe só falar que alguém te substitui.
_ Não é tão fácil, a gente tá com poucos vigilantes esse mês.
Esqueceu que mandamos um grupo para escoltar a entrega das mercadorias?
_ A é mesmo, mais o que está te deixando desse jeito?
_ Já disse que não é nada.
_ Eu estou aqui. Você pode falar sobre qualquer coisa.
_ Eu sei e agradeço muito Pedro.
Espero até que ele saía e ocupo o meu posto para começar mais um turno de trabalho.
Vigiar o perímetro era essencial para o bom funcionamento da vila, os muros eram resistentes e cada um tinha o seu papel mais eu não poderia me distrair e muito menos preocupar o
Pedro com os meus problemas.
O dia passou muito mais divagar do que eu gostaria, espero pela troca de turno e sigo para a minha cabana, como todos os dias.
Abri a porta me deparando com aquela sala fria e sem vida, por um momento me senti em casa realmente.
Aquele lugar era perfeito para mim, já que eu me parecia muito com ele por dentro.
Ana sempre foi amigável e com aquele sorriso gentil me fazia sentir um pouco menos culpado do que eu merecia.
Eu gostei muito da Ana, ela era um ótima companheira e me sentia muito bem ao lado dela.
Ela me ajudou num momento muito difícil e eu prometi cuidar dela e retribuir. Por mais que
eu tentasse e me esforçasse para amá-la do jeito que ela queria , eu não conseguia dar tudo que ela merecia.
Como o tempo foi passando e a Ana não falava do assunto deixamos pra lá e seguimos com a vida até a morte dela.
Ela era muito frágil e adoecia com frequência nos deixando ainda muito jovem.
Por um tempo eu pensei que talvez isso também tinha sido por minha causa eu não fazia bem para as mulheres que se envolviam comigo. Era como se eu fosse amaldiçoado.
E aquele pensamento me fez recusar qualquer encontro arranjado pelas minhas irmãs, se eu pudesse evitar qualquer aproximação com as moças solteiras recem chegadas a vila era
o que eu fazia, mesmo causando a irritação da Isa e da Sofia.
Por que começar uma coisa que iria acabar de maneira triste?
Não tinha mais paciência para aquilo , não queria mais magoar ninguém.
Estava sozinho e gostava de estar assim, o tempo que eu tinha me dedicava a estudar e desenvolver alguns métodos que usávamos ali para melhorar a qualidade de vida de todos e quem sabe um dia levar esse conhecimento para outros lugares.
Se nós conseguimos sobreviver bem naquele lugar, plantando, colhendo e cuidando uns dos outros. Qualquer um que tivesse disposto e com uma pequena ajuda também conseguiria.
Os meus planos incluíam uma longa viagem de volta a nossa antiga casa.
A fazenda em que meu pai havia nos criado, antes eu não sabia como lidar com todas aquelas coisas mais hoje eu sei.
Tenho conhecimento, experiência e sei muito bem o que fazer para transformar aquele lugar habitável novamente.
Era meu objetivo e nada iria me impedir!
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Lourdes Rodrigues
história intrigante 🤔
2023-02-07
11