capítulo 9.

Pelo menos eu teria todas aquelas lembranças divertidas e felizes, apenas uma noite fora da vila e já sentia o corpo mais leve, pela primeira vez em muito tempo consegui descansar durante algumas horas da noite, e durante o sono

estranhamente não tive pesadelos, pelo contrário uma imagem muito reconfortante invadiu a minha mente.

A casa não existia mais e uma pequena nova vila havia se formado naquele lugar, criançãs corriam de um lado para o outro animadas e a risada delas

deixavam o ambiente muito acolhedor e feliz as verduras e legumes completavam a visão indo até a lateral da cerca. Uma plantação enorme de milho se entendia a perder de vista ao lado de um celeiro enorme. Várias cabanas de madeira rodeavam a propriedade me fazendo lembrar da nossa antiga vila.

No vale, antes sem vida e com aquela floresta sinistra a paisagem era muito diferente do que lembrava . Entre as árvores haviam pequenas cabanas de observação e nelas haviam cordões de luzes com algumas mas lâmpadas. ligando umas as outras iluminando todo o perímetro.

A tarde caia e a noite era um pouco ofuscada com tanta luz.

Vários cachorros de raças diferentes corriam atrás das crianças que se dividiam seguindo em direções diferentes e eu me senti tão bem ali parado olhando tudo aquilo, ela apareceu ao longe completando aquela experiência incrível. Com seus cabelos ruivos balançando pelo vento e um sorriso enorme, alegremente andando no meio daquele pequeno alvoroço. A medida que ia se aproximando seus lábios

pronunciavam alguma coisa.

_ Sam eu não entendo!

Eu tentei falar o mais alto que conseguia.

Ela sorriu mais ainda e se aproximando me abraçou muito forte, o calor de seu corpo era tão intenso, tão palpavél eu estava ali no meu lugar favorito e com a mulher que me fazia odiar dormir todas as noites.

Mais não naquele momento. Parecia uma realidade paralela. Uma possível visão do futuro se ela não tivesse morrido.

Muito confuso, enlouquecedor até, mais no fundo do meu coração era tudo o que eu queria.

O meu corpo todo se arrepiou quando ela colou a boca na minha orelha e sussurrou.

_ Que bom que voltou amor! Senti sua falta!

Afastei seus cabelos e os olhos dela me encararam tão suaves e amorosos, parecia bom demais para ser verdade.

_ Também senti! - Respondi.

_ Eu te amo tanto!

_ Eu também te amo!

Respirei fundo ao acordar e observar os primeiros raios de sol passando pela pequena janela da cabine em que eu estava acomodado. Um novo dia se apresentava e até que enfim pela

primeira vez em muito tempo senti que estava mesmo seguindo o caminho certo e por alguns razão de algum modo aquele sonho parecia ser a confirmação de que eu estava fazendo a coisa certa.

Me dei conta de que ouvirá perfeitamente a voz dela dessa vez, fechei meus olhos tentando relembrar e guaradar na memória cada detalhe daquele sonho, cada som, cada cheiro, cada mínimo sentimento. foi como um presente poder sentir nem que fosse em sonho tudo aquilo.

_ Obrigado Sam ! Sinto mesmo muito a sua falta!

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