capítulo 3, parte 3.

_ Por favor, não vá embora Cris! Amor,por favor.Não me deixe Cris, Christian.

Soluço e ele parece não se importar com as minhas súplicas enquanto caminhava se afastando de mim.

Olho ao redor e não consigo enxergar nada. Quanto mais ele andava para longe de mim, mais escuro o lugar ficava. Estávamos num vale e me pego sendo sufocada por uma névoa sinistra que entrava pelo meu nariz , não consigo respirar e a sensação é horrível tempo gritar por ajuda mas minha voz não saía estou presa naquele lugar sombrio sozinha sendo silenciada até não conseguir sentir mais nada.

Por algum milagre desperto, tossindo sem parar até colocar toda aquela água suja que tinha engolindo para fora.

Engasgo alguma vezes, olho para o meu corpo procurando algum ferimento grave porque a queda foi realmente grande, não fazia ideia da altura que acabara de cair mas sabia que não seria possível sair daquele lugar sem nenhum ferimento no mínimo grave .

Aflita procuro, mais não encontro nada só alguns arranhões e machucados leves . Me arrasto para longe da margem do rio e me apóio em uma árvore enorme.

_ Meu Deus do céu!

Tento respirar com mais calma, penso sobre o que fazer dali pra frente.

Sem casa, sem família, ou alguém que eu pudesse pedir ajuda. Fiquei ali tentando manter o controle e não voltar para o rio e tentar acabar com tudo. Inclusive com aquele sentimento horrível que eu estava sentindo.

_ O que mais eu poderia fazer?

Várias anos da minha vida dependendo de pessoas que nunca me trataram como prioridade, na ilusão de que eu teria alguém para cuidar de mim , pra me proteger.

Sempre achando que não conseguiria sobreviver sozinha, que era incapaz, fraca, vulnerável, ficava esperando e esperando por uma mão salvadora para me resgatar para uma vida diferente e melhor.

_ E o que eu consegui? Nada!

O que o Mec fez foi horrível demais eu sabia que ele era um cara ruim, mas assassino? Todo esse tempo andando por aí com aqueles amigos dele e era isso que eles faziam ? Será que eram todos assassinos também? Quanto sangue eles tinham nas mãos?

Monstros! Cristian estava certo. Eles não invadiam casas abandonadas como me diziam, se ele teve coragem de entrar na casa do Cristian e atacar o pai dele com a família toda lá o que mais ele andou fazendo?

Aquele miserável, sem coração!

A revolta toma conta de mim e estranhamente começo a me sentir um pouco melhor, eu iria descobrir tudo que eles estavam fazendo e eles iam pagar por tudo aquilo.

Nem que fosse a última coisa que eu fizesse nessa vida, Cristian me odiava e pensar que tudo era culpa minha partia meu coração outra vez .

Nunca mais poderia voltar a vê-lo, como poderia olhar em seus olhos depois de tudo aquilo, eu o amava tanto.

A vergonha a culpa e dor tinham nos separado para sempre, tudo que eu queria era voltar no tempo e nunca ter olhado para ele. Se eu soubesse que por minha causa eles perderiam o pai eu teria guardado para mim meu sentimentos e ele e eles teriam vivido em paz. Teriam sido felizes e tudo isso era minha culpa.

Limpando as lágrimas que agora escorriam pelo meu rosto. Tomo coragem e me levando com dificuldade.

_ Eu tenho que sumir daqui!

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