Capítulo 10 ( Laert, um salvador?)

Lisa chegou a Austrália ao lado de faraó, ainda não entendia o motivo de ser levada por ele para outro país já que sequer se conheciam, Laert abriu a porta de seu apartamento para que ela entrasse, ainda muito dolorida pelos machucados e hematomas espalhados pelo seu corpo era amparada pelo homem que preocupado já havia solicitado a seus funcionários a presença de um médico para atendê-la, Lisa foi levada para o quarto no colo, Laert a deitou sobre a cama e logo em seguida voltou trazendo consigo o doutor que a examinaria.

— Qual o nome da jovem?

O velho senhor perguntou olhando abismado o estado da mesma.

—Elisa.

Laert respondeu antes que ela o fizesse.

— Elisa Vitorino.

Lisa olhou confusa para Laert, o homem já a encarava sem qualquer expressão, enquanto era examinada Faraó continuou ao lado da cama com olhos atentos, ali permaneceu até que o médico se afastasse dela.

— Está bem machucada mocinha, mais podemos dizer que teve sorte, apenas hematomas e luxações, em alguns dias estará nova em folha.

Laert apertou a mão do homem que lhe entregou a receita com prescrições médicas saindo em seguida, Lisa se apoiou a cabeceira da cama gemendo baixo pelo esforço.

— Fique deitada, vou preparar seu banho.

— Quem é você? porque está me ajudando.

Laert sorriu para ela.

— Tem péssima memória menina.

Lisa o olhou fixamente, tentava se lembrar de algum momento, lugar o situação que lhe remetesse a imagem daquele homem.

— O bordel.

Balbuciou as palavras com o medo enfeitando sua voz, tentou se levantar e correr até a porta mais foi parada por ele.

—Não precisa ter medo de mim, não irei feri-la, pelo contrário, está aqui exatamente porque pretendo cuidar de você, Me chamo Laert Vitorino.

— Eu não intendo, sequer me conhece, nos vimos um a única vez.

— E foi mais que suficiente linda, homens como eu não se impressionam fácil, não tem arrependimentos ou remorsos, a ausência de sentimentos é o que nos fazem letais e perigosos, não te tirei da cabeça desde aquele dia em frente aquele casa noturna, tirou minha paz, meu sono e o meu juízo.

Caminhava de um lado para o outro passando as mãos pelos cabelos, Lisa o acompanhava com os olhos sem nenhuma reação.

— Não tenho nada a te oferecer, olhe para mim.

Falou com tristeza cruzando as mãos sobre o colo.

— Aquele homem acabou comigo até que não restasse nada, não sobraram esperanças, alegrias ou vontade de viver, de certo encontrará alguém melhor para o que precisa.

— Nenhuma outra servirá, acredite eu procurei, pelos quatro cantos da terra.

Se sentou ao lado de Lisa selando sua mão com um beijo.

— Não posso ficar aqui, preciso encontrar minha irmã, sabe onde ela está? Rodolfo a Vendeu a você não é mesmo?

Laert se afastou, o rosto estava ainda mais sombrio que o normal.

— Sim Elisa eu sei , fiz o que era preciso para que continuasse viva e acredite não me orgulho disso.

— O que está dizendo?

— O nome da facção que administro é "Apocalipse" estou a frente dela com duas outras pessoas, Donatello e Alina, são filhos do meu pai adotivo, Antenor Beliari.

— Não entendo, onde minha irmã entra nisso.

— Todas as mulheres que são traficadas pelo Apocalipse são levadas a um lugar chamado Submundo, as regras são as seguintes, assim que uma mulher é comprada é dada a ela as boas vindas.

Lisa o ouvia em silêncio.

— As boas vindas consistem em uma sessão violenta de torturas e estupros feitas primeiro pelo meu irmão Poseidon, depois pelos carrascos que são quem vigiam o lugar.

— Fizeram isso com minha irmã?

Perguntou já com o rosto molhado de lágrimas.

— Não.

Falou quase inaudível.

— Fui eu a dar a ela as boa vindas Lisa.

A jovem se levantou da cama como um animal selvagem, estapeava e arranhava Laert que não movia nenhum músculo.

— Desgraçado, maldito doente.

Gritava aos berros.

— Estuprou minha irmã, eu odeio você, odeio tanto você.

Laert a apertou contra seu peito, enquanto chorava acariciou seus cabelos com um olhar indecifrávelmente frio.

— Sei que nessa momento me odeia mais que tudo no mundo,mais quero que entenda que eu não tive escolha, seu maldito marido combinou a venda de Isabella pessoalmente com Antenor, os valores foram pagos por ele e quando cheguei aquele galpão para receber a carga sequer sabia que era ela, somente quando vi aquele porco maldito que minha ficha caiu, Se eu a tivesse levado intocada ao Submundo não teria passado da primeira noite, iam mata-la rápido e dolorosamente.

— O contato era seu, entregou a ele eu vi, você ofereceu me comprar.

Tentava sair de seu abraço.

— Sim, mais ele não usou, Eu e Donatello temos problemas, ele nunca aceitou muito bem o fato de eu um bastardo estar a frente dos negócios enquanto ele tem que seguir minhas ordens, Donatello procurou Antenor e contou a ele meu interesse em compra-la por meios não convencionais em meu benefício próprio, isso ia contra as regras da facção, não tenho dúvidas de que Antenor tenha feito isso na intenção de me provocar mais procurou seu marido e fez a ele uma proposta milionária pela moça que ele estava vendendo, comprou Isabella achando que era você Elisa.

— Onde ela está agora?

— Quando sai do Submundo ontem deixei um de meus homens fazendo sua escolta, vou compra-la no próximo leilão e trazê-la pra cá, para ficar com você.

— Depois de te-la estuprado? Que tipo de relacionamento acha que terá comigo depois disso.

Laert caminhou até a porta, a olhou seriamente.

— Sinto muito por tudo Elisa, mais meus planos não mudaram, é minha mulher de agora em diante e podemos fazer isso do jeito fácil ou difícil, minha empregada irá te ajudar com o banho, voltarei antes do jantar esse é nosso quarto e dormiremos juntos, fugir de mim não é uma opção.

— Laert se fosse eu naquele galpão?

Elisa gritou.

— Me entregaria a seu irmão.

Laert estagnou no lugar antes de sair a olhou por uma última vez.

— Não Elisa eu não entregaria, e provavelmente estaríamos mortos por isso.

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