Capítulo 5 ( Submundo, onde os pesadelos ganhão vida)

Aquela era só mais uma noite na concentração do tráfico humano de mulheres, o Lugar conhecido como Submundo fazia mais que abrigar garotas que abasteciam prostíbulos e boates de toda Austrália, encobria maus tratos e boa parte das mortes inexplicáveis de centenas de mulheres naquele país , Laert estava sentado em sua mesa, todo o tempo que havia trabalhado naquilo o anestesiou de todo e qualquer sentimento de culpa e remorso que um ser humano é capaz de sentir, Poseidon entrou pela porta sem camisa, o corpo completamente coberto por tatuagens estava suado e cheio de arranhões.

— Mandou que me chamassem?

Perguntou se sentando a frente de Faraó.

— Disse a você que não quero mais seus homens invadindo os quartos das garotas a noite, seis, seis delas acabam de ser colocadas em sacos de lixo e jogadas no lago, o dia nem amanheceu Donatello.

— Os crocodilos também precisam se alimentar, não seria justo só a gente colher os frutos do nosso trabalho e nossos funcionários mais prestativos não ganharem nem um agrado?

Laert revirou os olhos para ele.

— Apenas sete das ninfetas que trouxe foram levadas a mim, não eram oito novas mercadorias trazidas por você ontem a noite?

— Uma delas não precisará passar pela iniciação.

— Conhece as regras Laert, seu pai não gostará nada de saber que o próprio filho está indo contra suas ordens.

— Já disse a você que o Antenor não é meu pai.

Rosnou.

— Além disso não estou descumprindo nenhuma ordem, dei eu mesmo as boas vindas a ela.

Os olhos de Donatello se arregalaram no rosto.

— Tenho que conhecer essa mulher, deve ser muito especial para conseguir arrancar de você tal feito, jamais havia participado dos nossos joguinhos antes.

— Fique longe do quarto dela, um de meus homens estará vigiando.

Donatello sorriu.

— Quantas das sete garotas entregues a você sobreviveu?

Laert perguntou já dando as costas a ele.

— Apenas duas.

Levou o cigarro a boca encarando a vista da janela do escritório.

—É um monstro Poseidon e não me orgulho em dizer que nessa droga de lugar, somos todos.

Na parte superior do submundo uma correria se instalou, mulheres desesperadas eram perseguidas e torturadas pelos corredores, os carrascos invadiam os quartos madrugada a dentro, nem um deles possuía chaves ou trancas o que facilitava os estupros coletivos e jogos sádicos praticados pelos malfeitores, as pobres mulheres não tinham qualquer controle sobre seus próprios corpos, a maioria delas não sobrevivia a sua primeira noite dentro daquele lugar. Logan permanecia parado do lado de fora do quarto de Isabella, uma arma de grosso calibre era segurada por ele, três seguranças se aproximaram o olhando com um sorriso debochado no rosto.

— Nos dê a chave Logan, não queremos machucar você.

— Estou seguindo as ordens de Faraó, ninguém entra.

Falou sério sem os olhar nos olhos, os três homens se aproximaram dele, um chutava com força a porta enquanto os outros reviravam os bolsos de Logan procurando pelas chaves, no chão espancavam o rapaz que lutava bravamente todo o tempo, Já quase desacordado conseguiu ouvir a voz de Laert soar como rugido espantando os carrascos, entre os lapsos de consciência Logan podia ver o homem como um animal selvagem estraçalhar os seguranças com as próprias mãos, quando Laert se aproximou sentiu impregnado em seu corpo o cheiro de sangue e morte.

— Que merda Santorini.

Falou levantando Logan do chão.

— Disse a você para atirar, porra, Não pertence mesmo a esse lugar, já falei para dar o fora.

Logan sorriu fraco, enquanto era levado para o escritório por Laert podia ver o silêncio tomar conta dos corredores do submundo, todos os homens naquele lugar, não importavam o quão loucos e inconsequentes, sabiam exatamente a destruição e ruína deixadas por onde passava Faraó, O líder de " "Apocalipse " era tão cruel quanto psicótico e nada era capaz de aplacar sua fúria depois de se tornar alvo dela, Laert Apagou a luz do cômodo o deixando a sua própria sorte, tinha suas dúvidas se aquele jovem rapaz passaria daquela noite, outro em seu lugar provavelmente não, antes de sair o olhou mais uma vez.

— Já disse a você para esquecer aquela garota, Hanna será vendida amanhã junto as outras mulheres, e mesmo que não fosse jamais será a mesma depois de passar pela cama de Poseidon, Saia desse lugar muleque, saia enquanto esse inferno não corroeu sua alma.

Assim que Logan se viu sozinho cambaleou até a mesa, o telefone foi levado até um de seus ouvidos, do outro lado da linha soou a respiração acelerada e irregular do irmão, ele sabia que havia enfim esgotado todas as suas opções e chegado no fundo do poço, estava quebrando naquele momento o juramento feito ainda criança de nunca mais procurá-lo.

— Klaus, sou eu Lian.

Do outro lado apenas silêncio.

— Preciso da sua ajuda.

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