Decisão

deixo Henrique falando sozinho, e pesso pro motorista me levar para ir buscar Taylor, entro na escola e vou até a sala dela, que correr prós meus braços.

- OLIVA.

- oi meu amor, como foi seu dia

- foi bom, eu brinquei bastante.

- que bom, agora vamos pra casa? - eu pergunto e ela fica caladinha.

- Oliva, por que você não é minha mãe?- sou pega de surpresa pela pergunta.

- por que seu pai amou outra pessoa, aí nasceu você mas eu te amo muito pequena

- eu também te amo Oliva, um montão

Coloco ela na cadeirinha e me sento ao seu lado, Taylor me conta sobre seu dia durante o caminho, ela tem uma empolgação contagiante de criança, quando chegamos em casa ela pergunta do pai.

- cadê meu pai?

- ele deve estar trabalhando, o que acha de tomarmos um lanche e depois brincarmos um pouco?

- vamo, tô com fome.

pego ela no colo e vamos pra cozinha, eu preparo dois sanduíches de geleia de morango e manteiga, sirvo suco de laranja para nós e comemos juntas, eu vou sentir saudades dela quando eu for embora, vamos brincar no quarto dela com sua pequena coleção de bonecas.

- quais que você vai querer hoje?

ela foi pegando algumas aqui, algumas alí, até eu ficar com os braços cheios, e por último ela pegou um carro.

- vamos andar de carro.

passamos horas brincando, até Janne vir nos chamar para jantar.

- Taylor quarde seus brinquedos para irmos jantar. Olivia podemos conversar?

- claro, o que foi?

ela me puxa para um canto para termos mais privacidade.

- você vai mesmo embora?

- vou sim Janne, vai ser melhor assim.

- mas a Taylor...

- ela vai superar, e vocês vão encontrar outra babá.

- tem certeza disso Olivia? eu posso conversar com o Henrique.

- foi minha decisão querer ir embora, eu não vou aguentar ser humilhada pelo seu irmão, decide que não vou abaixar a cabeça para ninguém nunca mais.

- pensa melhor Olivia, espera até o fim de semana.

- eu vou embora amanhã de manhã depois de levar a Taylor na escola.

- tudo bem, só não some. - ela me abraça.

- tá, não vou sumir.

Henrique não estava para jantarmos, nem Matt, o segundo chegou pouco depois e foi direto para seu quarto, depois do jantar, dei banho na Taylor, coloquei um pijama nela e logo dormiu eu fui pro meu quarto arrumar minhas coisas.

Peguei a minha mochila e separei o que era meu, tirei as fotos dos porta-retratos, guardei meus documentos e limpei todo o quarto, já era 23h quando eu fui tomar banho, me deitei na cama, mas não consegui dormir, fiquei revirando na cama, a todo momento me lembrando do Henrique de tudo que ele me falou, e eu estava preocupada com a Taylor, se ela ficaria bem sem mim, mas o melhor a se fazer agora é ir embora, talvez se afastar de tudo isso seja o melhor. fico pensando no que vou fazer quando sair daqui, já se passam das 3h da madrugada quando me levanto para beber água eu ainda não tinha pregado o olho.

a porta da frente se abre é um Henrique bêbado entra, trocando as pernas.

- Olivia, tenho um presente pra você.

- Henrique não é hora, olha seu estado. você está completando bêbado.

- olha Olivia, olha - ele levanta o braço na altura dos meus olhos me mostrando a tatuagem.

- você tatuou meu nome no seu braço? você está louco ou o que?

- me diz se você vai embora agora?

- eu ainda vou embora de manhã.

ele vomita no tapete da sala e se segura no sofá para não cair em cima do próprio vômito, eu o levo até seu quarto e o ajudo a tirar a roupa o deixando de cueca, sua camisa tem marcas de batom e cheiro de perfume feminino, levo ele até o banheiro e o ajudo a entrar no box.

- tá fria Olivia tá fria.

- eu sei, é pra baixar o álcool Henrique fica quieto.

Henrique tenta sair do banheiro, mas o seguro, ele treme de frio e eu o enrolo na toalha, o levando de volta para o quarto, pego uma calça de moletom e o ajudo a vestir, ele se deita e eu ajeito as cobertas sobre ele.

- deita comigo?

- não.

saio batendo a porta, e entro no meu quarto, troco de roupa por que as minhas estão molhadas, me deito e acabo pegando no sono, acordei com meu despertador tocando 6:30, me levanto e vou ao banheiro lavo o rosto, me troco e vou acordar Taylor.

- acorda meu bem, temos que ir pra escola lembra?

- sim.

- bom dia princesa.

- bom dia Oliva.

pego ela no colo e a levo para se trocar, escovo os dentinhos dela, e penteio seu cabelo, por último calço seus sapatos, vamos tomar café e ela como sempre escolhe o que quer comer, hoje somos só eu e ela, ninguém aparece para tomar café da manhã, quando ela termina pego sua mochila e vamos pro carro, o motorista nós leva até a escola, ela se despede e corre para sua professora, eu volto pra casa, e pego a minha mochila, desso as escadas lentamente, atravesso a sala e paro na porta.

- espera. - Janne corre escadas a baixo.

- oi.

- isso é pra você, deu um pouco de trabalho de conseguir, mas no fim deu tempo. - ela coloca um pacote nas minhas mãos.

- o que é isso?

- abre.

eu abro, dentro tem três malotes de dinheiro, carteira de motorista, celular e uma arma.

- não posso aceitar.

- você pode sim, deixa de ser orgulhosa, é um presente, e falta de educação não aceitar um presente.

- tudo bem, eu aceito.

- tem meu número no celular e deve ter uns trinta mil ai, tchau se cuida Olivia - eu a abraço para me despedir.

ela abre a porta pra mim e eu saio andando de cabeça erguida ando sem olhar para trás, tudo que eu posso fazer agora é seguir meu caminho, sai do condomínio e fui em direção ao centro, não é adorável, estar completamente sozinha novamente...

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