Desequilíbrio

Vejo Olivia pelo retrovisor, sentada no banco de trás, ela está usando a roupa e os sapatos que eu deixei em seu quarto, os machucados e hematomas estão sumindo a deixando ainda mais linda, a blusa curta deixa a mostra um pouco de sua barriga que tem algumas cicatrizes. " como podem fazer isso com uma mulher ? " então uma voz lá no fundo me lembra que já fiz coisas piores, o que me deixou irritado, então voltei minha atenção pra estrada. quando chegamos ao shopping ajudo Olivia a tirar Taylor da cadeirinha, minha princesinha ficou toda feliz com as lojas de brinquedos, passamos em várias delas, e em cada uma eu comprava tudo que ela queria, meus seguranças ficaram cheios de sacolas, Taylor já fazia planos de como ia brincar com todos eles junto com Olivia, mesmo não conhecendo bem ela a tratava como uma filha, fazendo cada coisa que ela queria, atenta a cada detalhe. depois dos brinquedos fomos comprar roupas o que ela não achou tão divertido, mas a todo momento Olivia a convencia e explicava tudo, passamos em frente a uma loja de roupas femininas, onde Taylor insistiu para que nós entrássemos.

- nessa papai, eu quero entrar nessa.

- filha não tem nada pra você nessa loja.

- mas eu quero.

e como eu não consigo dizer não pra nada entramos, ela corre entre as roupas e por não alcançar tenta puxa tudo que ela gosta, Olivia se aproxima e calmante conversa com ela.

- pequena, essa loja é de adulto, podemos tomar um sorvete ao invés disso, o que você acha?

- mas não é pra mim.

- então pra quem é princesa? - eu pergunto

- pra Lili

- meu amor não precisa - Olivia estendeu os braços para pegá-la no colo.

- precisa sim, a Lili é uma princesa e ela tem que se vestir como uma princesa.

- sim ela é uma princesa, e está precisando de roupas novas, então vamos comprar roupas pra ela.

- não precisa mesmo Senhor Henrique.

- primeiro, preciso sim você chegou só com uma mochila, e segundo, nunca mais me chame de senhor, eu tenho 25 anos Olivia, a e terceiro você fica muito bem de rosa. - falo com a voz séria.

pego Taylor e as roupas e saímos pela loja, tudo que minha filha pedia eu pegava, Olivia vinha atrás sem dizer nada, depois de andar pela loja inteira fomos para o provador, entreguei as roupas para ela que estava sem graça, mas entrou sem protestar, experimentou uma por uma, saindo para Taylor escolher quais ela mais gostava, que queria levar tudo se Olivia não tivesse falado nada eu teria comprado até a loja. Depois das compras fomos almoçar na praça de alimentação, percebi que não só Taylor estava feliz, mas Olívia também, ela ficava olhando as lojas, e as pessoas passeando em grupos ou casais fazendo compras ou indo ao cinema,  deixei Taylor escolher o restaurante, o que foi um pouco demorado, porque ela não sabia qual escolher então eu acabei decidindo, como a minha princesinha ama batatas fomos no Mac Donald, pedi para Olivia escolher uma mesa enquanto eu pedia os lanches, peguei um de cada, meus três segurança se sentaram a alguns metros de nós. Tenho que admitir que só trouxe minha filha para sair por que queria conhecer Olivia, não que eu não goste de sair com ela, Taylor é uma criança adorável e nunca me deu trabalho. no meio do nosso almoço. Me levanto pra atender me afastado da mesa.

- alô - digo com receio pois o número é privado.

- quanto quer por ela? - diz uma voz que eu não identifico.

- o que? - pergunto sem entender.

- não se faça de idiota que não combina com você, estou falando da garota que você ''salvou''. - a voz misterioso fala com um tom debochado.

- ela não está a venda. - sinto minha raiva subindo.

- vamos lá Pesadelo, posso dar o que quiser por ela, quem sabe até a sua ex-mulher embrulhada pra presente.

- eu vou te achar é te matar seu merda... - ele desliga na minha cara, e no momento seguinte eu recebi uma mensagem, é uma foto de Olivia e Taylor sentadas na mesa enquanto eu falava no telefone - vamos embora, agora!

- papai eu não quero.

- Taylor não temos tempo okay? - pego ela no colo e puxo Olivia pela mão.

- o que está acontecendo? - pergunta Olivia apreensiva.

- não temos tempo agora, só anda. Vão atrás do rato - falo pros seguranças que se separam para verificar o perímetro.

Coloco as duas dentro do carro e espero meus homens voltarem.

- acharam alguma coisa?

- não pesadelo, não achamos nada.

- vamos pra casa avisem os outros que tem uma pessoa que sabe minha localização.

Entro no carro e ninguém fala nada Olivia brinca com Taylor como se não estivesse acontecendo nada, passo o limite de velocidade ''se Janne estivesse aqui não teria problemas em chegar em casa rápido'' verifico à estrada para ver se tinha algum carro nos seguindo, mas não encontrei nada suspeita, entrámos em casa e eu me tranquei no escritório com Matt.

- o que aconteceu?

- me ligaram, não sei como estão me rastreando. - falo coçando a cabeça.

- quem te ligou? não estou conseguindo entender nada.

- eu não sei, descobre isso pra mim

- fazer o que né, é meu trabalho, mas me conta reconheceu a vós de alguém?

- não.

- tá, e o que te falaram?

- isso é o de menos

- o que você está escondendo? - ele se levanta e apoia as mãos na mesa

- a Matt vai se fuder, tudo pra você eu estou escondendo alguma coisa.

- e não está Henrique?

- que droga, está bem ele queria comprar a Olívia e até me ofereceu a safira em troca, quando eu ameaçei ele desligou e me mandou essa foto - entrego o celular pra ele que analisa a foto.

- foi tirada de cima com uma câmera, a imagem está bem nítida mesmo de longe vou ver o que eu posso fazer, a e conversa com a Olívia sobre o que aconteceu no dia que ela foi comprada pode ter alguma pista, fala com ela.

fico sozinho no escritório com meus pensamentos, lembrando de uma frase que meu pai me dizia "só você pode fazer, o que você pode fazer" na época isso não fez sentido mas agora de certa forma eu entendi.

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