Perguntas A Olívia

Lentamente a escuridão ao meu lado vai se desfazendo e começo a ouvir sons ao meu redor, posso ouvir um passarinho cantando perto, mas logo e substituído por vozes de pessoas

- trouxe o que eu pedi?

- sim, está aqui, quer que eu leia pra você Henrique.

- se você puder.

- o nome dela é Olívia Angelli Rons, 18 anos recém completos, morra na parte mais pobre da cidade, filha de Johnny e Linda Rons, tinha um irmão mais velho chamando Elías, morreu a 5 anos numa briga de gangues, a mãe morreu de maneira suspeita a uns 4 anos, sem mais parentes vivos além do pai, um bêbado viciado em jogos de azar, se formou no Encino médio com notas regulares, não mandou carta pra universidade nenhuma, e nós últimos 4 anos deu entrada no hospital pelo menos 7 vezes, a mais grave delas sendo com uma fratura na perna e alguns cortes no corpo isso aos 15 anos...

- até posso imaginar o porquê dela parar na quelé lugar.

- pelo que eu descobri, está manhã uma amável senhora que mora na casa ao lado me contou que dois carros com vidros escuros estáva lá no começo da tarde de ontem ela ouviu tiros também, e reconheceu Max numa foto, ele estava lá ontem.

- desgraçado, destruindo a vida de garotas inocentes, ele e Safira são farinha do mesmo saco, a filha não nega a raça do pai.

- esquece isso cara, vamos você precisa comer alguma coisa.

- tem coisas que não dão pra esquecer matt. - escuto a porta se fechar, e lentamente abro meus olhos me acostumando com a claridade, me vejo num quarto de hospital elegante.

me sinto incomodada com o ambiente ao redor esse hospital deve ser muito caro, tento me levantar mas tem agulhas nos meus braços e na minha mão direita, começo a tirar tudo que está ligado a mim, preciso sair daqui o mais rápido possível, quem será que eram aqueles homens? acho melhor não descobrir, me levanto e quando vou sair da cama, subitamente caio no chão sem forças e no momento seguinte a porta se abre, e um homem entra.

- o que está fazendo? tem que ficar de repouso.

ele vem até mim, mas eu não deixo se aproximar.

- sai, não encosta em mim, me deixa em paz! - mesmo com meus protestos ele me levanta, me coloca na cama e em seguida chama um médico - me solta, eu quero ir embora.

- você não vai a lugar nenhum, temos que conversar primeiro.

eu me calo, tenho medo de enfrentar ele. Logo o médico chega com uma enfermeira que olha torto para o homem e em seguida pede para olhar meus curativos, enquanto o médico me examina.

- você parece bem Srta Angelli, como se sente?

- pode me chamar de Olivia Dr, só um pouco tonta, e fraca também.

- sente dores?

- não, só um encomo no pé da barriga.

- isso se deve ao...bom você sabe, sente mais alguma coisa?

- me sinto desorientada, que dia é hoje?

- domingo dia 15 de julho você chegou ontem de noite, eu vou pedir que tragam a sua comida, Henrique me acompanhe por favor.

os dois saem do quarto, deixando somente a enfermeira e eu, ela é atenciosa em seu serviço cuidando de mim com todo o zelo.

- oh querida posso fazer uma pergunta? -ela fala enquanto coloca agulhas novas em meus braços.

- sim.

- aquele homem que fez isso com você?

- não, eu nem sei quem ele é, e nem por que está me ajudando.

- não tire os catéteres novamente isso pode ser perigoso.

- tudo bem, eu vou me comportar.

ela sai me deixando um sorriso, logo os homens voltam acompanhados de um terceiro, o médico trás uma bandeira de comida, ele a ajeita a minha frente e antes de se retirar me entrega uma barra de chocolate.

- isso é pra você, feliz aniversário.

- obrigada.

ele vai embora, me deixando com os dois homens, eles me olham o tempo todo o que me deixa desconfortável, faço uma carreta, odeio comida de hospital, eu já deveria ter me acostumado, vou comendo devagar.

- precisa de ajuda? - o homem que ainda não sei o nome me pergunta.

- não obrigada.

quando eu termino minha refeição ou boa parte dela, o homem, qual presumo se chamar Henrique puxa uma poltrona que está ao meu lado até onde eu poderia ver melhor e se senta cruzando as pernas.

- Matt, leve a bandeira eu quero ter uma conversa com a senhorita Olivia. - o segundo homem sai batendo a porta. - okay, isso aqui é um hospital então eu não quero ter que gritar, eu vou fazer algumas perguntas e você vai me responder, sem gracinhas, por que se tentar fugir novamente eu vou matar você, primeiro como foi parar naquele puteiro?

- meu pai me vendeu pra pagar dividas de jogo.

- entendi, segundo, como conseguir o tiro no braço?

- estava fugindo de casa quando meu pai chegou com aqueles homens, eu estava tentando fugir, então atiraram em mim.

- terceiro, por que estava tentando fugir com a minha filho?

- quando eu cheguei uma mulher chamada Safira mandou eu cuidar dela, e quando começou o tiroteio eu não podia deixar ela lá sozinha ainda mais com a mãe que ela tem.

- pra onde ia levar ela?

- eu não sei, só tinha que tirar ela de lá, era muita maldade com um bebê.

- última, onde estava quando o tiroteio começou? - eu me encolhi na cama trazendo meus joelhos para perto do peito - eu fiz uma pergunta, não vai me responder?

- eu não quero falar sobre isso.

- essa conversa não é sobre o que VOCÊ quer falar, é sobre o que EU quero. então me responde antes eu faça uma coisa que você não vai gostar nada.

- eu não tenho medo das suas ameaças!

- é? não tem medo, então acho que não se importaria se eu a leva-se novamente para casa do seu pai. - olhei pra ele assustada - pelo visto começos a nós entender, agora fala.

- eu...eu estáva em...um dos quartos do andar de baixo.

- por hoje é só, não precisa se preocupar com o hospital é por minha conta, vou procurar um psicólogo pra você também, obrigada por se preocupar com a minha filha. - ele se levanta para ir embora.

- como ela está?

- está bem, ela perguntou por você hoje.

eu não respondi então ele saiu. passei o resto do dia sozinha as vezes alguma enfermeira vinha me ver, um pouco antes do jantar um outro médico veio me ver, e disse que já poderia andar por aí, mas tinha que andar com a minha bolsa de soro pra todo lado, uma enfermeira veio me ajuda a tomar banho, e depois trouxe meu jantar, então eu pedi que ela me trouxesse um caderno é uma caneta se ela pudesse e logo meu pedido chegou.

- eu peguei nos achados e perdidos, espero que não se importe.

- obrigada

Ela deixou em cima da poltrona e saiu, quando eu terminei meu jantar peguei as coisas que ela me trouxe e me pus a desenhar.

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