Capítulo 15

...ORIGEM (RAYA) PARTE 1...

Eu era apenas uma estudante de alquimia, queria fazer grandes evoluções para o mundo. Claro, naquela época todos me achavam louca, por esse motivo eu sofria bullying.

Quando eu estava prestes a começar a faculdade, meu tio me expulsou de casa. Ele dizia que não aguentava mais as pessoas falarem da minha má reputação, e que isso afetaria o futuro da minha prima. Sem ter um lugar para morar, eu apenas vaguei por aí, até encontrar uma velha cabana no meio da floresta.

Aquele lugar era conhecido por ser amaldiçoado, eu realmente não tinha medo de fantasmas ou coisas do tipo, então para mim estava tudo tranquilo.

Fiquei fazendo minhas pesquisas, eu estava realmente feliz. Percebi que aquela casa continha mais mistérios do que eu esperava. Haviam milhares de livros de magia negra, mas não era algo que eu iria usar, já que não tinha interesse nisso.

Um dia, eu estava voltando da faculdade, mas aquelas pessoas não me deixaram em paz. Meus projetos, tudo que eu trabalhei havia sido desperdiçado. Eles quebraram tudo bem na minha frente, e o pior, me usaram como cobaia em um ritual, utilizando um daqueles livros de magia.

Eu supliquei, mas aquelas pessoas não se importaram, diziam que eu era uma bruxa, que deveria morrer.

Eles não sabiam com que forças estavam mexendo, e entregaram a minha alma a algum tipo de coisa.

Tudo começou a tremer, aquele símbolo desenhado no chão começou a brilhar, e eu senti uma imensa dor.

Eles riram de mim enquanto eu me contorcia de dor.

Um demônio surgiu, todos eles gritaram, e tentaram fugir, mas ele os matou, um a um.

Pensei que eu seria a próxima, mas…

-Você me pertence agora! -Ele me segurou em seus braços, e me levou para o inferno com ele.

Sim, eu fui para aquele lugar, mas não exatamente lá, eu me assustei com os gritos de dor das pobres almas sofrendo ali, mas não as vi.

Ele percebeu meu desconforto e fez com que eu não pudesse mais ouvir aquilo. Diferente do que eu esperava, estávamos em um castelo, não era lindo como os da televisão, afinal, era o submundo.

-O que quer de mim?

-Você é uma bruxa, certo?

-Não, eu não sou.

-Você é, mesmo negando. Sua alma é diferente, percebi que valeria a pena ser você.

-Ser eu?

-Para gerar meu filho.

Eu fiquei chocada com o que ele disse, ter um filho dele? Isso é algo que eu realmente não queria.

-E se eu não quiser?

-Você não tem escolha.

Ele me tratou bem, mas não me amava, e claro, não esperei que me amasse realmente. Ele queria um filho, mas nunca me disse o motivo.

Utilizando alquimia, consegui gerar um filho nosso, apesar de não ser minha vontade.

O que eu não sabia, era que o verdadeiro inferno estava para começar, não havia como ter paz em um lugar como aquele.

Eu soube depois que ele tinha um filho, Alexander.

Aquela criança me odiava intensamente, ele não tinha uma mãe, já que foi gerado a partir do poder demoníaco. Eu me senti horrível por ele, já que seu pai não o queria como sucessor.

A razão era que ele nasceu imperfeito, sendo apenas um fragmento de poder, ele era fraco para governar o submundo. Para amenizar a situação, a solução encontrada foi gerar um filho com uma humana que fosse compatível com o poder demoníaco.

Alister nasceu metade humano, e metade demônio. Era a obra perfeita, assim ele foi considerado. Quando ele completou um ano, Alexander tentou matar seu irmão, e assim acabou sendo expulso do submundo.

Meu filho, a quem era fruto de inveja, sofreu inúmeras tentativas de assassinato, por ele ser metade humano, era sucessivel a morte se sua alma fosse desintegrada.

Eu queria fazer algo por aquela criança, mas não sabia como.

No segundo ano de vida de Alister, foi reconhecido como o sucessor legal do submundo, mas seu pai parecia ter planos maiores para ele.

Eu sabia que tinha algo errado, fiz minhas próprias investigações. O que ele queria não era um sucessor, mas sim uma forma de se tornar mais poderoso, e meu filho, era o meio dele conseguir.

Para salvá-lo, precisei tomar atitudes extremas que tiveram consequências horríveis.

Ronan, o pai de Alister, aquele que queria consumi-lo para roubar seus poderes.

Eu jamais poderia deixar que ele fizesse isso com meu filho, por isso, selei os poderes de Alister e fugi com ele para o mundo humano.

Para evitar ser encontrada, tive que me envolver em um meio que jamais queria, a bruxaria. A paz durou apenas alguns anos, quando Saulo apareceu para mim pela primeira vez.

Ronan não conseguia mais mexer comigo graças ao que aprendi, mas com Saulo era diferente. Ele era um ser divino conhecido apenas como uma lenda antiga, ele podia afetar a mente de quem quisesse. Eu tinha certeza que isso tinha haver com Ronan, e eu estava certa.

Eu enlouqueci, eu via meu filho como um monstro horrível igual ao pai, o maltratei e tentei matá-lo. Às vezes, eu ainda tinha alguns momentos de lucidez, era quando eu me desculpa arrependida, mas não poderia explicar para uma criança o que estava acontecendo.

Eu queria que ele fosse feliz, mas o que eu poderia fazer naquele estado de loucura?

Enquanto eu estivesse viva, ele poderia viver como um humano normal, mas aquela criança não demonstrava se importar com o mundo, eu tinha medo de que ele fosse igual ao pai.

Então um dia, eu fiquei extremamente doente. Não era uma doença normal, mas sim as consequências de usar magia negra. Pela primeira vez, o vi desesperado, mas uma pessoa louca não seria ouvida.

Então Saulo apareceu, ofereceu algo a ele, eu queria dizer para que não aceitasse, mas não pude fazer nada.

Saulo me matou apenas para quebrar o selo, fazendo com que Alister se tornasse um demônio por completo, não só metade igual ele era antes.

Saulo não conseguiu destruir completamente a minha alma, que acabou sobrando apenas fragmentos graças à magia negra.

No final, ele foi traído por Ronan, que colocou Alister contra ele para se livrar do seu maior rival, que também já foi seu aliado.

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