Capítulo 13

Uma semana depois, tive sonhos estranhos, eu via uma mulher… Ela era estranha, mas ao mesmo tempo muito linda.

Ela me dizia repetidamente "venha até mim", mas como eu poderia a encontrar?

Eu não sabia do paradeiro do diário, queria saciar minha curiosidade, mas não tinha como.

Dessa vez, Alister veio me visitar, mas durou muito, acabou voltando à sua rotina normal. Ethan havia desaparecido, e eu já estava ficando preocupada.

-Onde está o Ethan?

-Ele está em uma missão importante, me desculpe por deixá-la sozinha.

-Entendo…

Na minha mente, surgiram palavras que eu nem queria pensar. "Eu tenho que ir", somente isso que eu pensava. Mas, ir para onde?

-Mirai?

Isso tinha relação com o diário?

-Mirai?

(Será que eu devo fazer isso?

-"Mimi"!

-Ahn?

Alister estava cara a cara comigo, segurando meu rosto entre suas mãos. O jeito que ele me chamou me tirou dos meus pensamentos, fazendo com que eu me lembrasse daquele sonho que eu tive.

-No que está pensando tanto? Algo lhe preocupa?

Eu não sabia o que responder, e com isso, disse a única coisa que me veio à mente.

-Eu tenho que ir…

-Para onde?

-Eu… Não faço a mínima ideia, mas eu preciso sair daqui.

-Talvez você esteja se sentindo presa ficando aqui sozinha? Deve ser isso, me espere, hoje a tarde iremos a um lugar que você vai amar.

Ele saiu após isso, mas eu sabia que não era aquilo que estava me preocupando.

Mais tarde naquele dia, ele realmente voltou.

Eu percebi que o chifre dele desapareceu, mas os olhos continuam vermelhos.

-O que aconteceu com…

-Eu o escondi, as pessoas normalmente têm medo de mim.

-Mas e seus olhos?

-Pensam que é lente de contato.

-Entendo, mas como conseguiu esconder o chifre?

-É com essa pedra, foi um presente de uma pessoa especial.

Uma pequena pedra azul pendurada em um colar. Não entendo bem, mas me sinto feliz por vê-lo usando isso.

-Vamos? -Ele estava feliz.

(Será que é por que vamos sair juntos?)

-Onde estamos indo?

-É surpresa.

-Mas eu odeio… -Ele me interrompe.

-Eu sei, você odeia surpresas, mas essa você vai gostar.

(A praia…)

Ele me leva até uma barraca de uma coisa chamada "sorvete".

-Você não sabe o que é, certo?

-Como sabe disso?

-Você ficou anos presa naquela casa, e quando pode sair, não experimentou basicamente nada.

(Ele está certo.)

O moço da barraca nos pergunta de qual sabor queremos.

-Eu não sei qual pegar.

-Então, que tal esse?

-É bom?

-Tenho certeza que você vai gostar!

O moço também oferece algumas opções para adicionar por cima.

-Que tal colocar jujuba? -Diz o vendedor.

-Ela não gosta.

-Eu não gosto? Como sabe? Nem eu sei sobre isso.

-Por que eu conheço você melhor do que ninguém!

(Como ele sabe tanto sobre mim assim?)

-Está quase na hora, precisamos ir!

Eu o segui sem nem mesmo perguntar.

-Uau!

Um lindo pôr do sol…

Nós nos sentamos em uma toalha que ele estendeu na areia.

(É maravilhoso!)

Eu fico encantada com a bela paisagem à minha frente.

Uma mão toca a minha, percebo Alister me olhando admirado.

-Por que parece que está prestando mais atenção em mim do que na paisagem?

-Porque você é muito mais bonita! -Seu tom de voz é doce.

Sinto meu rosto esquentar.

-Eu senti tanta falta de você… E de estar assim!

Eu não procurei entender o que ele dizia, apenas me foquei no momento.

-Eu não entendo o que é esse sentimento estranho, mas eu me sinto bem quando estou com você. É como se eu te conhecesse a muito tempo…

Ele sorri, passando a mão pelo meu rosto.

-"Eu vou te amar, mesmo que o mundo acabe, não importa se esta seja a minha maldição. Viverei por você, e morrerei por você, aqui perante ao mar, eu prometo não te deixar, mesmo que eu regresse milhões de vezes, não importa que não me perceba ou não me note, estarei sempre ao seu lado."

De repente, parece que estou sonhando. Neste mesmo lugar, eu o vejo sentado comigo na praia, repetindo as mesmas palavras, nossas roupas são diferentes, mas o momento é exatamente igual.

Eu me vejo beijando ele, mas isso não aconteceu, pelo menos não ainda…

Eu volto à realidade, percebo que meus olhos estão cheios de lágrimas.

-Você está se lembrando aos poucos. -Ele me abraça, percebendo que algo aconteceu.

Eu continuo a chorar.

-Estivemos aqui milhares de vezes, você sempre escolhe o mesmo sorvete, e o derruba em sua roupa como acabou de fazer.

(Eu realmente derrubei, não tinha reparado.)

-Mas foi você quem escolheu para mim agora…

-Te garanto que se eu não fizesse a sugestão, você o pegaria da mesma forma.

Eu dou risada.

-Você me disse que sempre se lembrou de mim, mas optou por não me contar. Se dessa vez você lembrar completamente, não esconda, é doloroso pensar que você me esqueceu.

(Esses sentimentos, essas visões e sonhos… Eu realmente voltei ao passado? O que aconteceu comigo antes?)

-Tudo bem. Mas você irá me explicar tudo, certo?

Ele não me respondeu.

Antes que eu pudesse falar alguma coisa, percebi que algo havia acertado o Alister.

(Uma flecha?)

-Mirai, corre!

-Mas e você?

-Só faz logo o que eu estou mandando!

Eu não queria deixá-lo sozinho, mas minha intuição dizia que eu deveria ouvir o que ele me dizia.

-Confie em mim, por favor.

Eu o olhei preocupada, parecia estar doendo tanto.

Eu corri desesperadamente, quando olhei para trás, várias coisas estranhas estavam o atacando, e mesmo ferido, ele conseguia resistir.

Eu me escondi no primeiro lugar que encontrei.

-E agora? O que eu posso fazer?

Uma mão tampa minha boca e meu nariz, me deixando sem ar.

Eu tentei gritar, mas minha voz não podia ser ouvida.

-É um prazer poder revê-la, querida!

(Essa voz… Não pode ser, é ele… Alexander!)

-Xii, se acalme! Você sabe que eu só quero o seu bem. Aquele demônio não virá lhe salvar, olha bem, ele está muito ferido, acha que ele vai conseguir vencer meus subordinados?

Ele me vira em direção do Alister, e o vejo caído sendo atacado.

-Aquela flecha continha um pouco do poder de Saulo. Acho que você não se lembra, mas um demônio não pode ir contra ele. Um ser demoníaco não pode ir contra o poder de um ser da luz se for acertado dentro do corpo. Ele até teria chance, mas não com o poder dentro dele.

Eu tento me soltar.

-Fique tranquila, ele não vai morrer, ainda… Seria sem graça apenas o matar, quero ver ele sofrer, que a morte possa ser lenta e dolorosa.

Alexander não queria a mim, percebi naquele momento que a fonte da obsessão dele era o Alister, que ele sentia prazer em vê-lo sofrer.

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