Capítulo 14

-Veja, Mirai! Não é lindo ver aquele demônio asqueroso sofrer? 

Alexander continuava me prendendo, sem me deixar dizer uma palavra. 

-Oh, parece que ele acabou de nos ver. Isso vai ser divertido!

O olhar de ódio de Alister era evidente, se ele pudesse, já o teria matado.

Alexander me levou até perto de onde Alister estava.

-Ei, demônio maldito! Vê agora? Estou com a pessoa que você ama. Sabe, eu poderia fazer o que quisesse com ela, até a matar. O que você faria se ela morresse mais cedo do que antes? Talvez ela não volte mais se a morte dela for antecipada.

-D-Desgraçado! -Alister tenta se levantar, mas Alexander o chuta.

-É assim que quer se vingar de Saulo? Acha que tem chance? Você caiu apenas com um pouco do poder dele injetado em você! 

Alexander me desprende, mas puxa meu cabelo.

-Olhe bem para o rosto dela! CONSEGUE AMAR ALGUÉM QUE SE PARECE EXATAMENTE COM A PESSOA QUE MATOU SUA MÃE? -Alexander começa a gritar no meio da frase.

-E-Ela não é como e-ele…

-Que irônico. Não percebeu que essa garota não é humana de verdade? 

(O que?)

-Ela é só uma parte do poder de Saulo, vai continuar tentando matar ele? Se aquele cara morrer, ela também morre, afinal, ela não passa de um pedaço de nada. 

-Cala a boca! -Alister range os dentes.

Alexander ri.

-É você, sabe o que é? Apenas um pedaço de merda! Na verdade, o maior culpado pela morte de Raya, é você! 

(Raya? Aquela do diário… Ela é a mãe de Alister?)

-Não mencione o nome dela, você não tem o… Direito… Argh. -Alister se contorcia de dor.

-Não tenho o direito? Como não tenho o direito de mencionar o nome da pessoa que destruiu a minha vida?

O rosto de Alexander mudou para um semblante de ódio e desprezo enquanto falava dela.

-Por causa dela, eu fui expulso pelo meu pai! Perdi tudo apenas por causa de uma experiência idiota feito você! Aquela bruxa nojenta, se não fosse por ela… 

-Para! Não fale assim dela! -Minhas palavras saíram sem querer.

-Oh, a defensora dos mortos finalmente se pronunciou! Sabe, você não pode falar nada, foi seu pai quem a matou, e você é exatamente igual a ele! 

Ele começou a apertar meu pescoço.

-Solta ela! -Alister tenta se levantar, mas é jogado para longe.

-Idiota, eu não sou um anjo, acha que não posso ir contra você? É tão inexperiente que nem ao menos sabe distinguir o poder demoníaco do divino. Foi uma péssima escolha ter deixado você como sucessor, aquele lugar era meu por direito! 

Ele me joga no chão e caminha até Alister.

-Talvez eu devesse acabar com você de uma vez? -Ele aponta sua mão para Alister, que está caído.

Uma névoa negra começa a circular ao redor dos dois. 

(Ele vai matá-lo!)

Uma voz de repente aparece na minha cabeça, "Mirai, use seu poder!". 

Eu não sabia como fazer isso, mas a voz continuava a surgir na minha cabeça.

(Eu tenho que salvar o Alister!)

Com isso, uma grande luz branca sai de mim em direção a eles. Como uma explosão, um som fino ressoa. Eu fecho meus olhos sem saber o que fazer a seguir.

Alguém me toca.

-É o momento de você abrir os olhos.

(Uma voz de mulher?)

Abri meus olhos lentamente, percebendo que não estava mais na praia.

O lugar era todo branco, olhei ao redor mas não vi ninguém.

-Estou bem aqui! -Uma luz dourada brilhante aparece na minha frente.

-Por acaso, você é a Raya?

-Sim, parece que você encontrou o diário.

-Eu o encontrei.

-Não vai dizer, criança?

-Dizer o que? 

(Que seu nome parece um que só colocariam em um pássaro?)

-Que meu nome parece um que só colocariam em um pássaro.

-Espera, como você?

(Ela leu minha mente!)

-Eu não li sua mente.

-Você leu sim, e fez de novo! 

-Como eu não saberia, quando todas as vezes que veio até mim, me disse a mesma coisa?

-Eu disse? 

-Temos assuntos mais importantes para tratar, sente-se.

(Sentar onde?)

Eu me sento no chão.

-Nosso tempo é curto, então certifique-se de me ouvir bem! 

-Certo.

-Mantenha Alister afastado do pai dele.

-Mas eu não conheço o pai dele.

-Apenas o afaste, ele não pode continuar morando naquele lugar.

-Por que? 

-Se ele continuar, irá morrer, e você também.

Eu fico chocada, sem saber o que falar.

-Não vão estar seguros mesmo se saírem de lá, mas pelo menos ficaram bem temporariamente. 

Eu escuto atentamente, sem saber como responder.

-E você… Fique longe do seu pai.

-Holland? 

-Não, o seu pai verdadeiro, é tudo que posso te dizer no momento. Minha alma só possui pequenos fragmentos, só posso te ajudar poucas vezes. Se eu mencionar o nome do seu pai, ou do pai de Alister, posso desaparecer para sempre.

-Por que? 

-Por que se eles souberem que estou viva, saberão a razão do plano deles não ter dado certo até agora. E se eu desaparecer, vocês dois irão morrer, mas dessa vez será para sempre.

-Isso que dizer?

-Que você voltou ao passado.

-Mas como isso é possível? 

-O núcleo da regressão é o meu filho, somente ele pode se lembrar de tudo. Já você, apenas ocorre mais tarde. 

-Você é quem voltou o tempo? 

-Sim, mas como eu disse, possuo apenas pequenos fragmentos da minha alma. Eu quase não possuo mais poderes, por isso, tente evitar morrer, posso não conseguir voltar vocês mais uma vez.

-Eu morri no meu passado?

-Inúmeras vezes.

-Como eu posso evitar isso?

-Eu não tenho essa resposta para lhe dar. Você terá que descobrir sozinha.

-Como eu posso fazer isso? Eu ainda estou muito confusa!

-Use o diário.

-Mas ele desapareceu.

-Não, ele apenas não está visível. Quando voltar, deseje com toda a força que quer o ver, ele aparecerá para você.

-Isso vai mesmo funcionar?

-É claro, já que ele é seu!

-Ah, sério. Só poderia ser né… 

-Sua personalidade mudou um pouco, mas continua sendo você. 

-Como pode eu mudar? Não deveria estar igual? 

-Existem muitos fatores que influenciaram, principalmente por você ser um pouco do poder de Saulo.

-Então o que o Alexander disse é verdade?

-Sinto lhe dizer que sim. Provavelmente é por isso que você não se lembra do passado, já que antigamente ele podia te controlar.

-Espera, como assim?

-Fique tranquila, como o poder dele enfraqueceu, ele apenas consegue entrar na sua mente, mas não controla suas ações. Cabe a você ser forte e não ceder ao que lhe for dito.

-Isso significa que ele está bloqueando minhas memórias.

-Exato. Aliás, você precisa voltar agora, vou te emprestar um pouco do que ainda tenho de poder, use no meu filho. Por favor, tenha cuidado, se ultrapassar a linha, seus poderes podem também ser usados, e como você já sabe, poderes divinos podem matar demônios.

Ela nem mesmo esperou a minha resposta. Eu voltei de volta para a praia, Alexander havia desaparecido, e Alister estava caído, parecendo estar a beira de um colapso.

-Vai ficar tudo bem!

Eu usei o poder nele, tentando ao máximo não ultrapassar a linha dita por Raya. Alister parecia melhor, mas não acordou por vários dias.

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