Capítulo 9

-Mestre, mestreeee! -O senhor corvo veio voando e pulou em mim, chamando pelo mestre dele.

Alister o agarra, jogando ele na parede.

-Se está me chamando, por que voou para cima dela? -Ele diz em um tom de raiva.

-Mas eu senti falta da mest… -Ele é interrompido por Alister, cujo os olhos ficaram mais vermelhos, com uma aura assassina o rodeando.

-Certo, por favor, fique à vontade!

Eu olhei ao redor rapidamente. 

-É um lugar estranho, mas até que me sinto bem. 

Ele solta um pequeno sorriso de canto. Percebendo meu olhar, ele tosse tentando disfarçar.

-Ei… Sobre a sua família… -Alister fala hesitantemente.

-Família? Eu não tenho uma.

-Certo, mas aquelas pessoas que bem…

-Pensei que demônios não seriam tão sensíveis ao ponto de não querer tocar em um assunto difícil para um humano. Me pergunte o que quiser, não é como se eu me importasse mais agora.

Por rápidos segundos, ele não conseguiu esconder sua expressão chocada.

-Eu me pergunto, por que você sempre parece tão chocado com as minhas ações?

Ele não responde.

-Você sabe algo sobre mim? Sobre quem eu sou? 

Sem resposta.

-Se for para não me responder assim… -Ele me interrompeu colocando o dedo nos meus lábios.

Sinto um leve arrepio.

-Você é você, não há mais nada que precise saber. 

-Realmente você sabe algo sobre mim! 

-Eu não disse que sim.

-Mas também não disse que não.

Ele sorri após ouvir minha resposta.

(Por que meu coração está assim?)

-Ahn… Mestre? -O senhor corvo tosse.

Por um momento, a presença dele não estava visível.

-O que foi, Ethan? 

-Seu pai quer vê-lo… 

A atmosfera se torna sombria de repente.

-Quem seu pai seria? O rei do inferno? 

-Basicamente. Por favor, não saia desta sala até que eu volte. 

-Claro! 

-Estou falando sério, Mirai.

-Eu também! 

-Não é o que você faz normalmente… -Ele sussurra.

-Ahn? Normalmente? 

-Esquece.

Alister sai, me deixando a sós com o senhor corvo.

[Ponto de vista (Alister)]

(Parece que ele já descobriu, não aguento mais escutar as mesmas coisas.)

Sentado naquele trono de esqueletos, meu pai me olhava furioso.

-Você a trouxe outra vez… Inútil.

Eu não disse nada, ia ser igual todas as vezes.

-Eu sei exatamente o que está pensando, não é o único que se lembra do passado. 

Eu soltei um longo suspiro.

-Não cansa de reviver os mesmos acontecimentos toda vez?

-Eu deveria? 

Um objeto é lançado em direção a minha cabeça. Eu apenas uso meu poder para impedir.

-Eu o avisei antes, fui paciente, aceitei as coisas do seu jeito, mas você está ultrapassando todos os limites, Alister! 

-É errado querer salvar a pessoa que eu amo?

-Mas e a pessoa que eu amava? Se não fosse por sua existência, ela não precisaria ser a fonte do seu selo. Deveria pelo menos vingar a sua mãe! 

As palavras dele são como estacas no meu peito.

-E por que eu tenho que fazer isso? A vingança tem que ficar me corroendo, enquanto você fica sentado apenas me dando ordens. 

Eu vejo nos olhos dele, que se pudesse, me mataria agora mesmo.

-Aquela coisinha realmente mexeu com você. Haha… Quanto tempo acha que ela ainda vai ser quem costumava ser? Acredito que já tenha percebido algumas mudanças em sua amada Mirai.

-O que quer dizer? 

-Acha mesmo que um demônio pode conviver com a filha de um ser celestial? Por mais que você não queira aceitar, Saulo é basicamente um anjo, e sua filha nada mais seria do que uma também. 

-Está dizendo que eu vou corrompê-la? 

Ele sorri.

-Oh, garoto. Não percebeu ainda? Enquanto a personalidade dela muda, significa que você está corrompendo o ser puro que ela é. 

-Ela mudou…

-Sim, e por sua culpa! Talvez você também possa ser o culpado da morte dela. Pense comigo, todas as vezes que ela morreu, você esteve por perto, mesmo quando apenas a observou de longe.

-Não, isso não.

A única coisa que eu não queria aceitar, era ser o culpado pela morte da mulher que eu amo, a razão de toda a dor que ela sofreu. Sempre que pensava sobre isso, minha mente parecia se perder, e agora não é diferente.

-Se você fosse quem a levasse à morte, conseguiria aguentar?

Não, eu jamais conseguiria aguentar. Mas eu nem precisava dizer nada, ele já sabia tudo.

-Meu pobre filho, eu sinto pena de você! Ela é uma boa garota, por isso, faça o seu trabalho. Se ela está sendo corrompida, significa que Saulo está extremamente fraco. Esse é o momento perfeito para o atacar.

-Como eu vou atacar alguém que não mostra as caras nem diante da morte da própria filha?

-Eu não ligo para os meios, apenas dê seu próprio jeito. Você é o único que tem algo a perder, se lembra da sua aparência horrenda? Acha mesmo que ela vai te amar depois que ver a sua verdadeira face? 

(Não, quem amaria um monstro que nem eu se não houvesse uma máscara?)

-Espero que tenha entendido tudo. A use, depois se livre dela, sua vida era melhor antes de conhecer essa criança. -Ele olha fixamente para a porta atrás de mim.

(Eu sabia que ela não ficaria lá.)

Ouço passos apressados pelo corredor. 

-O que eu acabei de dizer? Já vai seguir essa menina? Você é um demônio, não um humano. Ignore seus sentimentos, sua vida será melhor assim!

-E por acaso você ignorou os seus pela minha mãe? 

Eu corro, deixando meu pai sozinho.

[Ponto de vista (Mirai)]

(Ele vai me matar? Mas também, o que eu deveria ter esperado de um demônio?) 

-Mirai, espera! 

Eu o ignoro, correndo o mais rápido que posso. Infelizmente, não fui rápida o suficiente.

-Agora você vai me ouvir! -Ele me prende contra a parede. 

-Vai me matar agora? 

-Eu jamais faria isso, pelo menos não com você.

-Por que eu deveria confiar em alguém como você? 

Ele parece lembrar de alguma coisa, e com isso ele me liberta.

-Certo, não confie, mas saiba que de minha parte está segura.

Ele parece meio decepcionado, talvez eu tenha sido muito dura?

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