Dou a volta e entro pela sala depois recolher material na varanda.
— Era o enteado da Lu? Minha mãe pergunta.
— Sim o Erick, veio com alguns colegas fazer o trabalho da escola. A lembro que comentei.
— Que rapaz bonito. Fala.
— Sério? Nem notei. Falo indo para meu quarto.
— Voltei só para me trocar, vou cobrir o plantão de uma colega no hospital.
Não era novidade, quase não para em casa a noite, e não sei bem se está mesmo trabalhando ou se está envolvida com alguém do trabalho ou fora, e prefiro não saber, não dou mais importância, depois de magoar meu pai, não estou interessada na vida de solteira dela, que mais parece está em uma crise de idade parecendo adolescente, indo em festas com as colegas solteiras e enchendo a cara.
— Vou ficar bem. Fecho porta do quarto.
Deito e pego o celular.
Vejo a chamada de Cesar e a mensagem.
Posso ir ai?
Ignoro e não respondo, pensei que vê-lo aos beijos com Renata fosse a única vez que ficaram, Erick não precisou dizer, mas pude ver que foram outras vezes, e me sinto idiota. Volto sentir meu coração em pedaços, não posso mais esperar nada sério com Cesar e depois da conversa tensa na segunda, não quero um relacionamento que começa depois de decepções.
Demora, mas durmo.
Evito Cesar na quarta feira, e minha atenção está nas aulas.
Quando termina a aula vou para fora e encontro meu pai esperando.
— Pensei em passar para irmos almoçar juntos. Diz
— Gostei, mas achei que fossemos jantar. Lembro.
— Sei que combinamos, mas vamos treinar a noite.
— Para os jogos? Ele confirma. — E bom tá precisando entrar em forma. Dou uma risada.
— Muito engraçado mocinha! Diz em tom de riso.
— Seu delegado! A voz fala e viro vendo Erick aproximar. — Meu pai disse que devia procurá-lo, para ver sobre o próximo trabalho. Diz.
— A sim! É na associação da polícia, o pessoal está fazendo umas reformas e precisa de ajuda, passa no fim da tarde. Meu pai diz.
— Certo. Erick fala e sai.
Entro no carro do meu pai.
— Ele parece está se esforçando. Observo.
— Depois do que fizeram, e bom mesmo entrar na linha, e escolher melhor os amigos.
— Eles? Pergunto, meu pai disse que Erick e a namorada estavam no acidente.
— Levou a culpa pelos amigos, não sei se é muito bom ou burro, mas não tira a culpa que poderia ter sido muito mais grave, podia responder como crime por ser de maior.
— Mas o senhor tem um coração bom, e deu uma chance. Falo e sinto orgulho do meu pai.
— Porque sou pai, o Antony é meu amigo, e o rapaz não é de todo ruim.
O almoço foi bom, e acompanho meu pai a associação depois de conversarmos sobre projetos novos e os cursos que estão querendo dar as crianças, e quero ser voluntária no projeto, já que não faço nada na parte da tarde.
Vejo o lugar e como estão terminando as reformas e já vão começar fazer inscrições das crianças para o Proerd.
Depois de mostrar tudo e gostar das ideias do meu pai e já animada para ajudar, estou indo para casa.
Encontro Erick na entrada, a gente nem se falava e agora estamos nos mesmos lugares.
— Vim ver seu pai. Diz.
— Ele está lá no campo ao fundo. Indico. — Se prepara tem serviço. Aviso e faz cara de dor.
Dou uma gargalhada e sigo o meu caminho.
Pego os fones de ouvido e coloco, não tenho pressa para chegar em casa, é final de tarde, e está um clima fresco.
Levei um tempo para entender sobre a separação dos meus pais, e perceber que meu relacionamento com Cesar também não estava me fazendo bem, fui maior parte do tempo imatura e me deixei levar pelas emoções.
Agora me sinto mais leve, mente aberta depois de passar tempo fora e olhar tudo por outro ângulo, não tenho que tornar tudo um grande problema, e maior parte deles não são meus.
Minha mãe tem direito de seguir com a vida dela.
Meu pai mesmo que ainda possa sofrer, só posso apoiar e estar presente na sua vida.
E o Cesar? Gostei tanto dele e da forma como nós conhecemos no meio de tudo, tivemos momentos bons e ele contribuiu para poder enfrentar tudo.
Nós perdemos em algum momento ou não era para ser. Chego a conclusão e só quero a calmaria, restaurar o meu coração, renovar minha mente, e me envolver com coisas produtivas.
Olho para o celular, não quero mas meios termos e para isso tenho que ser direta, vejo a mensagem de Cesar.
Ainda estou pensando em você. Beijos
Ligo e atende no segundo toque.
— Oi gata.
Me incomoda a forma como fala.
— Podemos nós ver? Pergunto.
— Claro, posso ir a sua casa agora. Diz
Estou chegando a praça. — Estou na praça. Falo
— Vou te encontrar. Cesar desliga.
Sento no encosto de um dos bancos mais afastado do movimento.
— Oi! Cesar aproxima e beija o meu rosto. — Está tudo bem? Pergunta
— Está sim, só queria conversar. Falo e ele senta a meu lado e fica em silêncio.
Começo. — Disse que ia pensar. Cesar confirma. — Não devia ter ponderando.
— Lia se... Cesar me interrompe e não posso mais deixar.
— Pode só me escutar! O corto e ele fica calado, mordendo os lábios e faz gesto para continuar e busco tudo que guardei no verão em relação a ele, é como destrancar todas as emoções.
— O que vivemos em três meses foi incrível Cesar, não me arrependo de nada. Me surpreendeu o cara legal que é comigo. Falo e não o encaro. — Estava em conflito com os meus sentimentos, porque ainda quero ficar com você e não vou negar isso. Falo e agora olho para ele, quero ver a sua reação e ele está me encarando com sorriso.
— Também quero ficar com você Lia.
Balanço a cabeça. —Nós apegamos pelas nossas fraquezas e de alguma forma conseguimos enfrenta-las, o que torna especial o que tivemos.
— Foi tudo real para mim.
— E para mim Cesar. É difícil agora aceitar que não é o suficiente.
— Lia nada é perfeito, e não vamos saber sem tentar.
— E já não tentamos? Pergunto.
— Estávamos ficando, nós conhecendo.
— E nós conhecemos, acho que o suficiente para entender o que tínhamos. Cesar era apaixonada por você.
Falo e sufoco uma dor no peito com a verdade.
— Eu sou apaixonado por você Lia!
Cesar diz e esperei tanto que dissesse isso antes do verão ou que fosse até mim.
— Se me dissesse isso a um mês atrás, iria querer tudo com você Cesar, mas sabe que não era isso que sentia.
Cesar balança cabeça negando.
— É Sim! Quando tem sentimentos verdadeiros a gente não sai com outros, não machuca, e nem finge.
— Lia já disse que sou apaixonado por você, o que mais quer?
— Não quis nada além de ser verdadeiro comigo, e me entreguei a esse cara que vi em você e foi de peito aberto, sem pedir ou cobrar nada. — Quero que entenda agora, que está me magoando ainda mais insistindo, o meu coração está ferido, e não quero tentar. Sufoco a minha dor e seguro para não chorar.
— Lia...eu. Cesar respira fundo. — A última coisa que queria era ferir você. E não quero.
Estou me mantendo no lugar e segurando minhas emoções, não quero mais insistir ou brigar com ele.
— O que disse é verdade Lia, me apaixonei por você, e sim errei e peço desculpas, vou respeitar sua decisão, mas só quero que saiba que sempre vou estar aqui por você e se algo mudar...
— Vou ser sempre sincera com você Cesar. Falo e levanto porque a dor está forçando meu peito, agora sinto que realmente terminou.
— Ei! Cesar segura minha mão antes que vá. Ele levanta e aproxima, e me abraça tão forte, tudo nele é familiar, e não vou ter mais, o aperto quando não consigo segurar as lágrimas. — Lia..
Balanço cabeça, não quero que diga mais nada, já está doendo muito por um ponto final no que foi bom entre nós enquanto durou.
Me afasto e evito que veja meu rosto virando.
— Fica bem tá! Falo
— Você também. Diz e estou indo.
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Atualizado até capítulo 171
Comments
Tatiane Nunes da Silva
ele foi um babaca fazendo ela sofrer
2022-10-10
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