Lilian

É noite de sábado, disse a Sara que íamos sair, e ela pediu para a encontrar na casa da Renata, depois que soube que ela me mandou mensagem chamando para festa dela.

Apesar de não ir comprei um presente e mandei entregar, nunca perdia um aniversário dela, hoje não vou.

Respiro fundo e vejo a mensagem de Cesar.

Vou fazer uma reuniãozinha aqui em casa, vem!

Olho e não parece justo, que esteja deixando de lado a minha amizade de anos para ir encontrar o cara que estragou com ela, e por outro lado, fico feliz que esteja me incluindo na sua vida.

Leio e não respondo e deixo de lado, mas outra mensagem chega.

Sem compromisso, lembra, só dá uma chance, vem se diverte, e prometo não tentar nada, se não quiser é claro.

Cesar manda uma carinha acanhada.

E vou responder, minha mãe aparece.

— Não vai ao aniversário da Renata?

Ela chegou e mal falou comigo o dia todo, agora está me questionando.

— Não, mas mandei um presente. Falo.

— Então é assim? Vai magoar todas as pessoas que se importam com você?

A olho. — Os sentimentos dos outros sempre é mais Importante que os meus? Pergunto de volta e me olha feio.

— Nossa Lia! Não estou discutindo, só queria saber, a mãe da Renata pergunto. Diz já se fazendo de vítima. — Vou sair e se quiser algo deixei dinheiro, pede alguma coisa, bem se vira! Minha mãe diz saindo.

Como se não me virasse sempre. Resmungo e estou chateada que fique fazendo ponte com as amigas em relação minhas amizades, aliás aguentei muito a Renata, mimada, cheia de frescuras, pela amizade de nossas mães. Sempre estava ao lado dela, não vou agora.

Olho de volta para o telefone e escrevo.

Vou passar ai.

Respondo a Cesar que manda emoji feliz.

Me arrumo, não pego dinheiro da minha mãe, estou feliz que tenha mesada do meu pai.

Faço caminho a pé para cada de Cesar, e não sei o que esperar, quero ver onde isso vai dar.

Logo que chego a frente da casa, paro observando e estou decepcionada, a uma quantidade grande de carros parado lá, jovens entrando e som alto.

Uma reuniãozinha!

Então esse ainda é mesmo Cesar, nunca me chamou para sair a sós. O conheço longe de todos, da mesma forma que me conhece, não sei o porquê que me incomoda tanto estar perto dele em volta de todos, talvez por que já tenha tentado antes e não me senti a vontade, parecia uma colega qualquer da escola e as poucas vezes que me deu atenção com seus colegas perto foi pergunta se queria algo comer ou beber, nada nem afeto. Não estou indo por esse caminho novamente.

Me impeço de entrar e viro refazendo o caminho, e pego telefone vendo que a festa lá dentro está bem animada estão postando fotos.

— Ué não vai entrar? A pergunta me faz tirar atenção para Erick no meu caminho.

— Acho que já está bem cheio lá dentro. Falo. Ele para meu lado olhando o rumo.

— É o Cesar costuma exagerar as vezes. Diz.

— Bem não muda. Falo mais baixo e volto a caminhar.

Decido ir a algum lugar pegar algo para comer e voltar para casa, ignoro a ligação de Sara, ela vai insistir para ir a casa da Renata.

Vou até praça onde tem barraca de cacho quente e paro, espero para ser atendida, a outras pessoas na frente e Erick para meu lado.

Fico estranha com sua presença, e me preocupo se está me seguindo. Olho algumas vezes de relance, não é difícil de notar ele, é alto, pele bronzeada, um rosto bonito cabelos negros e lisos. Quem na escola já não desejou está no lugar da Taís. O que é estranho vê-lo sozinho, ela sempre está grudada nele.

Olho novamente de relance, ele veste preto e combina bem com ele, não parece o mesmo Maurícinho de sempre, o que também estranho que não esteja junto com Cesar.

— Então...não quis entrar na festa do seu amigo? Pergunto.

— Não, como disse está cheio. Erick fala. — E estou com fome, mais que sede.

— Bem, não dá para resistir ao mestre do Dog. Comento vendo que lugar está movimentado e sem outro assunto com ele.

— Então é bom? Erick pergunta e agora o olho incrédula.

— Ué, você nunca experimentou? Pergunto como se fosse uma ofensa, outras pessoas ali o olha.

— Não. Ele diz. E recebe muito olhares de desaprovação. — Nem sabia dele até passar aqui no caminho. Diz.

O que podia esperar, Erick Ávila, se juntando ao povão.

— Olha não sabe que estava perdendo. Falo e estou curioso que ele tenha feito o caminho por lá, o que diz estar sem carro, mas não pergunto.

Chega nossa vez. E o senhor que já conheço sorrir e peço o de sempre.

— E você rapaz o que vai ser? Pergunta a Erick que parece confuso.

— É a primeira vez dele. Falo e algumas pessoas riem comigo, já que a frase saiu em duplo sentido. E vejo um sorriso sutil dele. — O especial da casa é bom. Sugiro e ele concorda. Peço uma coca e ele também.

Olho em volta e não tem mesa disponível então aguardo em pé, meu telefone volta a tocar e coloco no silencioso e volto colocar no bolso e percebo que mesmo acontece com celular de Erick que bufa ao olhar e ignorar.

— Colegas insistindo? Pergunto sem querer.

— Bem isso! Diz encostando na parede do lugar. — Um verão inteiro, e eles ainda não cansarão. Diz e o encaro novamente.

— Você parecia tipo que gostava de festa. Volto a soltar língua.

— E você não! Nunca a vi nelas. Diz e ele me olha estreito, e acabo desviando a atenção do seu olhar.

— Vou mas não as mesma que gosta de frequentar. Falo

— E percebi ontem. Erick fala.

— E posso dizer o mesmo. Tomo a coca.

Pego meu pedido e saio. Acho banco e sento e vejo Erick fazer caminho na minha direção.

— Está me seguindo? Pergunto logo e ele rir.

— Não, é mesmo caminho da minha casa lembra! Diz e é verdade, mas ele pega lugar ao meu lado no banco comendo o olho. — Não tem outro banco! Diz olhando em volta e também é verdade.

Balanço a cabeça e dou atenção a comida e por um tempo em silêncio e ele quebra.

— Por que não quis entrar na festa? Pergunta.

— E você? Pergunto de volta sem me importa de tirar atenção no meu cachorro quente que está bom por sinal.

— Muito cheio, bagunça e algumas pessoas que não quero ver. Fala.

— Algum problema com o quarteto fantástico? Volto a perguntar.

— Quarteto fantástico? Ele questiona.

Dou uma risada. — Sim, você, Cesar, Hugo e o Rômulo. Explico eles eram inseparáveis.

Erick rir e balança cabeça. — Um pouco. Confessa. — E o seu motivo?

— Não é o lugar que gostaria de estar. Falo sem muito ânimo.

— E onde queria estar? Erick pergunta e está devorando a comida. — Isso bom! Comenta e Concordo.

— Em nenhum, bem aqui já é o suficiente. Falo e ele passa atenção a mim. — Falo de vir comer. Explico e ele rir e fico sem graça que possa ter soado uma cantada.

Terminamos o resto comida em silêncio e o jogo lixo na lixeira próxima, Erick me segui ao fazer caminho para casa já que é o mesmo rumo, e quebro o silêncio para não ficar estranho.

— Preparado para enfrentar as pessoas que não quer ver pelo próximo semestre? Pergunto.

— Não tenho muito para onde fugir. Diz e coloca mãos no bolso.

— É nem eu, mas pelo menos serão os últimos messes de escola. Desejo mesmo que esses meses passem rápido, quero fazer a faculdade bem longe.

— E já tem planos? Ele pergunta.

— Alguns e você?

— Estou pensando sobre medicina ou talvez primeiros socorros pela Únic.

Estou surpresa. — Em Cuiabá? Pergunto ele confirma, e não posso acreditar que estamos pensando em ir para mesmo lugar.

— Únic é ótima, meu irmão está terminando de cursa bioquímica lá. Falo.

— Sério? Legal tive boas referências de lá. Diz.

Me pego pensando se ele teria também boas médias para prestar um vestibular no nível de medicina. Mas não comento, nunca prestei atenção a ele nas aulas, nem me atreveria, o que me faz pensar novamente na Taís.

— E sua namorada, vai tentar o mesmo? Pergunto.

Ele da um olhar de relance para mim e volta atenção ao caminho.

— Não tenho mais uma para saber. Diz dando de ombros.

Eles terminaram tantas outras vezes pelo que soube e voltaram. Não é novidade.

— Logo vocês se acertam novamente. Comento.

— Não mesmo, última coisa que quero e isso. Erick fala sério e tenho atenção nele.

— É um termino sério! Falo mais sai em tom de graça e ele não rir.

— Depois do que houve, lógico. Diz e não tenho ideia do que houve e ele percebe. — O que? Vai dizer que não sabe, toda a cidade soube. Balanço cabeça.

— Estava fora, desde primeiro dia de férias, só voltei ontem. Explico.

— Ah então seu pai não te contou? Pergunta.

— Não, e não nos vemos muito já que meus pais estão separados a algum tempo. Falo.

— Ah! Bem vinda ao grupo dos pais desgarrados. Diz e não estou sorrindo, por ser algo triste.

— Se tem meu pai no meio a coisa foi séria. Falo.

— Sim, um pouco, e graças a seu pai não foi pior, e estou agora arcando com as consequências. Diz e me olha. — E sério que não soube? Pergunta surpreso.

— Não mesmo, depois que viajei, meu que me desliguei da cidade. Explico.

— Bem tenho certeza que vai descobrir logo, a escola vai comentar. Diz e estamos na frente da minha casa.

— Não tenho dúvidas disso. Falo. — Boa noite. Falo indo ao portão.

— Boa noite Lilian. Erick diz e é primeira vez que vejo lembrar do meu nome.

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