Capítulo 11

...Fabio...

Terça feira é o dia que André está de folga então Alicia vem pra casa hoje, sinto saudades da minha garotinha pela casa, mas sei que ela precisa ter sua vida. Os filhos são isso criamos para o mundo, mas criamos tão bem que quando precisam é para o nossos braços que ele voltam.

– Amor, vou com a Alicia lá no shopping hoje, quer ir com a gente? – André pergunta me abraçando.

– Não dá, tenho que ir lá na delegacia, fiquei de ver o caso da garotinha que está com o Pedro.

– Sim é mesmo, que maldade. A Terra tá cheio de gente podre.

– Nem me fale, vou lá agora de manhã pra poder voltar o quanto antes para a casa, e ficar com vocês.

Chego na delegacia, pego um copo de café forte sem açúcar, cumprimento meus colegas, e sento na minha mesa.

– Bois pega pra mim o arquivo de desaparecidos desde o ano 2017.

– É pra já chefe. – Bois ele é um bom rapaz sempre prestativo. Ele me entrega, é uma pasta contendo todos os registros de crianças desse ano. Passo 15 minutos olhando a pasta de 2017 e não encontro nada e vou um por um até chegar no ano de 2020. Dois anos atrás, desaparecia uma criança com as mesmas características da Laura, loira, olhos azuis, um pouco mais nova, seu pai deu queixa no mesmo instante do desaparecimento, o pai relata que estavam brincando no parquinho, e se distraiu por alguns minutos pois alguém havia batido em seu ombro e então a criança sumiu.

Telefono para o número. Chama umas três vezes.

– Alô – Uma voz rouca atende do outro lado.

– Bom dia senhor. Eu sou o Delegado Fábio do sexto distrito, estou ligando para averiguar algumas informações. Sua filha desapareceu no dia 2 de outubro de 2020?

– Sim senhor. O senhor a encontrou? – A voz de esperança soa pelo telefone.

– Não posso ainda confirmar para o senhor, mas o senhor poderia ir até o hospital infantil Santa Expedita?

– Meu Deus minha filha está morta?

– Calma senhor, é para identificar. Ontem foi encontrado uma criança vagando pelas ruas, e ela bate com as características de sua filha. Mas já adianto pode não ser.

– Ok, eu posso ir, que horas? – Por mais que não possa ser, a voz detona que ele tem esperança de ainda ser sua filha.

– Umas 10 horas tá bom para o senhor?

– Claro, obrigado Doutor.

Se despede e desliga o telefone.

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...Ayla...

A garotinha ainda dorme e eu começo a juntar minhas coisas para ir embora, depois da confusão de ontem a noite. Os médicos e enfermeiros começaram a trabalhar pra valer. As vezes as pessoas precisam de um chacoalhão.

– Bom dia! – Meu irmão fala entrando dentro do quarto.

– Oi Rodrigo Bom dia! – Abraço ele.

– Papai contou o que houve ontem a noite que coisa não? – Ele olha a Laurinha dormindo.

– Pois é, fiquei incrédula quando vi ele pegando a enfermeira.

– Nunca fui com a cara desse Vicente.– Rodrigo diz , olhando o celular. – Papai falou que acharam possivelmente o pai de Laurinha e que ele está vindo pra cá agora. – meu irmão fala e nesse momento a garotinha acorda.

– Bom dia gatinha!

– Bom dia tia linda! – Ela fala por baixo da máscara.

– Você acha que ela pode tomar banho? – Pergunto para o meu irmão.

– A saturação dela parece boa, pode sim, mas volta pro oxigênio assim que possível. – Eu concordo.

– O que acha de tomarmos um banho e depois tomar um café da manhã delicioso?

– Eu quero. – Ela diz contente, olho pro Rodrigo que entende e desconecta o soro.

– Então pula aqui mas costas da tia, porque vamos de cavalinho até o banheiro.– Ela sobe nas minhas costas e eu saio pulando com ela até o banheiro.

Dou banho em Laura me molhando no caminho e depois colocamos uma calça jeans e blusinha de coraçõezinhos na cor branca. Escovo seus longos cabelos e faço um rabo de cavalo.

Enquanto estávamos no banho a copeira deixou o café da manhã da Laurinha e ela come tudo sozinha.

Estou afastando a mesinha de perto da cama e ouço passos pelo quarto. Quando me viro me deparo com um homem lindo, loiro, alto. Ele não olha nada, seus olhos só estão na garotinha na cama.

Fonte: Pinterest

– Laurinha minha filha. Como eu senti sua falta, minha menina como você cresceu! – O homem quase esmaga a garotinha. Ele provavelmente é o pai.

– Papai – A menina chora agarrando no pai.

– Então não há dúvidas você realmente é o pai da Laurinha. Vou deixar vocês aproveitarem a companhia um do outro, mais tarde eu volto. Preciso de mais algumas informações. –Meu tio Fábio fala e sai do quarto, pego minhas coisas saindo também.

– Tia Ayla. Vem conhecer meu pai. – Laurinha me chama e eu cumprimento o rapaz.

– Bom dia! – Ele aperta minha mão e me dá um sorriso de canto.

– Obrigado por cuidar da minha filha. Meu nome é Enrico Ávila.

– Não precisa me agradecer, Laurinha é um amor. Prazer em conhecê-lo, mas agora tenho que ir. Ainda preciso ir para faculdade. Tchau gatinha. – Beijo a bochechinha da Laura e saio do quarto antes que eu agarre esse homem, homem gostoso da porra!

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