capítulo 6

Dr Pedro

Passado a confusão na enfermaria, eu voltei para o trabalho burocrático até ouvir o bater na porta e o Rodrigo entrar.

– Pai a Laura acordou. – Balanço a cabeça e deixo um papel em cima da mesa e acompanho ele até o quarto que ela está internada.

– E aí o que achou no exame? – Pergunto para o Rodrigo.

– Ela está bem machucada, parece que levou uma surra, seus pulsos e tornozelo estão com marcas de correntes. Isso foi o que achei no exame físico, agora estou esperando os exames laboratoriais. – Como alguém tem coragem de fazer isso com uma criança tão inocente? Um ser indefeso que só vem a terra pra ter carinho e amor?

– Certo, seu tio Fábio disse que ia vim aqui, tive que envolver a polícia não sei nada sobre ela. – Entramos no quarto, ela ainda não tomou banho e contínua pálida, Laura olha espantada pra gente.

– Oi, lembra de mim? – Pergunto e ela concorda.

– Posso te fazer uma pergunta? – Ela fica em silêncio me olhando – E se a gente brincasse? Você quer? – Os olhinhos dela brilham de alegria.

– Sim – responde.

– Legal, tá com fome? – pergunto e ela.sacode.a cabeça mais uma vez e nem preciso olhar pra trás pra saber que o Rodrigo foi providenciar algo pra ela comer.

– Então vamos brincar assim, eu pergunto e depois você pergunta pode ser?– ela pensa um pouco mas por fim concorda.

– Legal! Você começa. – falo

– Aquele que estava com você é seu filho? Vi ele te chamando de pai. – Curiosa e observadora. Gosto disso.

– Sim, ele é meu filho. Minha vez, cadê seus papais.

– Eu não tenho mãe, e lembro muito pouco do meu pai. – Sinal que ela não estava em sua casa.–Minha vez, Quantos anos você tem?

– Eu tenho 49 anos – Falo e ela abre a boquinha espantada.

– Uou nunca achei que alguém poderia ser tão velho.– eu dou risada, é cinquenta anos já tá batendo na porta.

– Minha vez, quem fez esses dodóis em você? – Ela para de rir instantaneamente e fica calada.

– Um monstro – fala depois de algum tempo. – Não quero mais brincar. – diz triste e deita na cama agarrando seu ursinho.

Nesse momento Rodrigo entra com uma bandeja.

– Olha só o que eu trouxe uma comida bem gostosa para a senhorita Laura– Rodrigo diz ao colocar a bandeja na mesinha. Laura se senta novamente e começa a devorar a comida.

– Calma se não você vai passar mal,come devagar.– Rodrigo alerta. E ela passa mastigar lentamente. Fábio me manda uma mensagem dizendo que está aqui. Chamo Rodrigo de canto e falo:

– Rodrigo eu vou com o Fábio até a loja de departamento aqui do lado vê se eu acho uma roupinha pra ela, para ela poder tomar um banho. Qualquer coisa você me liga.

– Tá pai vai lá. – Me despeço da garotinha encontrando com o Fábio na recepção.

– E aí conseguiu conversar com ela?

– Mais ou menos, pelo que entendi ela não estava em sua casa, o que confirma que ela foi sequestrada. Enquanto os machucados ela não disse quem fez. Eu não examinei ela mas o Rodrigo disse que seus tornozelos tem marcas de correntes.

– Caralho!

– Vem vamos eu vou comprar pra ela uma roupa pra ela tomar banho. E aí eu te levo lá pra você conhecê-la.

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...Rodrigo...

Depois que a garotinha comeu, empurrei a mesa pro canto do quarto.

– Como você está? – Pergunto sentando do seu lado.

– Bem. – Responde segurando seu ursinho fortemente.

– Achei muito bonito seu ursinho, ele tem nome?

– Bilu.

– Legal! – meu pai entra no quarto nessa hora acompanhado do meu tio Fábio.

– Oi Laurinha, eu trouxe um presente pra você. – Meu pai fala e a garotinha olha para o meu tio e lhe dá um sorriso.

– Olha só parece que alguém gostou do tio Fábio. Fábio essa é a Laura, Laura esse é o Fábio meu amigo.

– Prazer em conhecê-la Laurinha. – Meu tio fala vejo ele olhando para as marcas no pulso da garotinha.

– Olha, trouxe pra você. – Meu pai coloca a sacola em cima da perninha dela, e ela abre a sacola toda feliz. Tira de lá um cinza com um laço rosa, além de algumas coisas de higiene.

– O que acha de tomar um banho? – Meu pai pergunta. Ela concorda. – Ótimo vou pedir pra uma enfermeira vim te ajudar a tomar banho e depois o tio Fábio quer conversar com você. Pode ser. – Meu pai saindo quarto pra chamar uma enfermeira e a gente fica aqui até ele retornar com a Kelly.

Todos nós saímos do quarto pra dar privacidade a menina.

– Pode ser impressão minha,mas eu já vi essa garotinha, só não sei aonde. – Fábio diz passando a mão no cavanhaque dele.

– Bom, eu não sei mas ela gostou de você. Até agora eu não vi ela sorrir pra ninguém. Nem o meu pai que é ótimo com as crianças tirou um sorriso dela

– Isso é verdade Fábio – Meu pai concorda comigo.

Minutos Depois a enfermeira sai avisando que a Laurinha já esta de banho tomado. Quando entramos no quarto parece até outra menina.

Laura está sentada na cama olhando pra todo mundo.

– Você parece uma princesinha. – Falo e ela me olha envergonhada.

– Obrigada. – deixo meu pai e tio Fábio conversando com ela e volto para atender os próximos pacientes. Está quase terminando meu plantão e tô doido pra abraçar a minha mãe Camila, tô precisando tanto do colinho dela. Camila tem mãos mágicas o carinho dela é capaz de tirar metade da sua tensão.

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