Ayla
Entro no quarto da minha irmã sem bater, óbvio. Ela joga o travesseiro na cara. E eu tiro lógico.
– Nada disso, você vai me contar o que rolou com o Tony e aí teve amassos? Ele tem uma mala de respeito?
–Ai Ayla me deixa dormir, depois eu conto como foi.
– Você pode dormir depois que chegar da facul. Agora me conta – Sento em sua cama com as pernas cruzadas.
– Que saco garota! – Giovanna bufa se sentando na cama e tirando alguns fios do seu rosto amassado – Foi legal. A gente não se pegou, só conversamos e no final demos um selinho. Só isso nada demais.
– Nossa! Que saco hein, ou esse Tony é gay ou ele é muito devagar. Gio uma dica, pula enquanto pode.
– Aí Ayla nem todos são atirados, outros preferem uma coisa mais calma, nem todos os homens são que nem o seus.
– Mas claro, se não for pra me virar do avesso, nem saio – Reviro os olhos. – E não é só homem não viu, muitas mulheres que fiquei dava de dez a zero em vários homens.
– Ayla me poupe da sua vida sexual.
– Ah pronto, eu tenho culpa que você quer ser uma virgem imaculada, eu faço sexo sempre que posso e não sabe o que está perdendo. – Saio do seu quarto e ouço seu celular despertar.
– AYLA!! Que inferno, mal dormi. – Começo a rir.
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Rodrigo
Acordo com o despertador tocando, minha vontade é de não sair da cama hoje, mas eu preciso prometi para o papai que iria melhorar nos atendimentos e não posso falhar.
Levanto e tomo um banho, Coloco a primeira roupa que eu vejo e pego meu jaleco. Olho no espelho, meu cabelo cresceu, minha barba está grande, não pareço nada com o Rodrigo antes do acidente.
Sinto tanta falta deles, paro em frente ao seu quarto, eu sei que ele tá vivo em algum lugar, até hoje eu me culpo, eu estava pressentindo mas não dei ouvidos, sou um péssimo pai e fui um péssimo marido.
Mirela foi com o meu filho Miguel para a Argentina, mas na volta o avião que eles estavam caiu, só minha mulher foi encontrada sem vida, mas o corpo do meu filho Miguel nunca foi localizado.
Abro a porta do quarto do meu filho, tá tudo do mesmo jeito,não consigo me desfazer das coisas deles. Eu tenho a esperança de um dia encontrar meu filho, nem que seja pra dar um velório dignos pra ele, eis preciso encontrá-lo. Seco minhas lágrimas e coloco o porta retratos em cima da cômoda.
Tem maldito 4 anos que não como direito, não durmo direito, sinto tanta saudade deles, meu peito rasga toda noite quando preciso voltar para a casa e não os encontrar aqui, sem receber Mirela com seu sorriso sincero e alegre, Miguel com suas péssimas piadas. Deus me ajuda, eu sei que ele tá vivo.
Meu celular começa a tocar me despertando das minhas lembranças.
– Alô – Atendo sem olhar o visor do celular.
– Oi meu filho, já está vindo? – Meu pai pergunta, levanto meu pulso e checo as horas.
– Sim pai, daqui a pouco eu chego aí.
– Tudo bem filho,.estou te esperando e por favor para de se martirizar meu filho, não consigo imaginar o tamanho da sua dor, mas filho não quero te ver naquele estado depressivo de novo.
– Ok pai, eu vou tentar. Daqui a pouco tô aí.
– Beijos filho. Eu amo você.
– Também amo você papai. – Desligo o celular e saio do quarto fechando a porta.
Chego no hospital, e pela sala de espera, está lotado hoje. Passo na sala do meu pai e bato na porta.
– Oi pai, já vou começar os atendimentos.
– Que bom filho, hoje o enfermeiro Diego está com você. Ok?
– Está bem pai, hoje tá cheio pelo que vi.
– Está mesmo. Estou pensando em olhar alguns currículos, estamos precisando de mais pediatras. Bom, isso eu vejo com RH. Bom trabalho meu filho.
– Obrigado Pai.
Saio da sua sala indo para o meu consultório, Dr.Pedro parou de fazer atendimentos, mas sempre peço ajuda pra ele, quando tenho que lidar com alguma criança bem difícil. Isso eu não consegui trabalhar muito bem em mim, então pra não correr o risco de fazer merda. Peço socorro pra ele, que sabe como ninguém lidar com crianças.
Ponho um sorriso no rosto, respiro fundo e chamo o primeiro pasciente. O menino vem todo alegre saltitante, e lembro do meu filho.
– Oi!!– Ele abre um sorriso pra mim e eu não consigo reagir só penso no meu filho, a criança tem apenas 4 anos, meu filho já é um adulto mas mesmo assim, seu sorriso me lembra muito meu filho.
– Oi, tudo bem? Sou o enfermeiro Diego mas pode me chamar de amigo também. Esse daqui é o Dr. Rodrigo. – Diego poe a mão no meu ombro me despertando.
– Oi e aí conta pro tio o que está acontecendo? – digo por fim. O menino entra com sua mãe e eu olho para o Diego e murmuro um obrigado.
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Cida Pereira
eu li o primeiro livro e o terceiro, não tinha percebido esse por isso estava sem entender nada kkk
2023-10-27
3
Celma Rodrigues
Autora querida, fiquei triste pela Mirella, por favor, ajuda o Rodrigo encontrar seu filho.
2023-01-29
0
Tania Lavratti
Poxa que pena Mirela morreu espero que Rodrigo encontre Miguel😪
2023-01-15
0