Dr.Pedro
Assim que o Rodrigo sai da minha sala, ligo para o RH pedindo para marcar entrevista com médicos pediatras, Atualmente estamos com apenas 5 pediatras em cada plantão, uma quantia pequena para o tanto de crianças que chegam aqui. Seja trazida por seus responsáveis ou por sofrer algum tipo de acidente, a ambulância prioriza trazer aqui já que somos um hospital filantrópico e beneficente além de ser o mais próximo.
Tô tão preocupado com o Rodrigo, ele está vegetando em vez de viver, já dei muitos conselhos e ele já esteve internado no hospital psiquiátrico por tentativa de suicídio, não sei mais o que fazer pra ajudá-lo. O detetive que coloquei pra procurar Miguel, não está tendo sucesso pra encontrá-lo. Mas acredito em meu filho se ele tem certeza que ele está vivo, Miguel está vivo só precisamos ter paciência que encontraremos.
Saio da sala e dou uma rodada pelo hospital, visito os internados, vejo as UTIs, sempre me preocupo em saber como está andando o hospital, converso com os pais, sempre procuro alugar um pouco os ouvidos para os pais que precisam.
Então eu chego na emergência, onde acontece o caos. Não quero ser chato, mas preciso saber como o Rodrigo está atendendo, às vezes ele sai fora do ar.
– Você de novo aqui Thales? – Pergunto para o menino arteiro, Thales tem 10 anos e tá sempre ralado, machucado ou com algum osso quebrado.
– E ele toma jeito Doutor? Caiu de novo de skate, nossa fala pra você, é brincadeira viu. Se tem sorte moleque que eu te amo. – Sua mãe reclama dando um croque na cabeça do garoto, fazendo ele resmungar um "aí, mãe" rindo. Procuro não me meter na criação do filho dos outros, a menos que eu presencie maus tratos aí eu me intrometo e chamo a polícia.
Vou até o consultório onde Rodrigo está atendendo e vejo a porta fechada. Não abro, ele provavelmente deve estar atendendo alguma criança, então encosto no balcão da enfermaria e aguardo.
– Tá sendo difícil pra ele né? – Movo minha cabeça na direção da voz. Vejo Diego atrás do balcão com as mãos apoiadas no queixo.
– Você não sabe como, como ele está trabalhando? Acha que eu devia dar mais alguns dias pra ele? – Pergunto.
–Ele tem trabalhado bem, as vezes ele se desliga mas é só chamá-lo e ele retorna, mas o atendimento em si ele está se saindo bem. – Diego termina de falar e o Rodrigo abre a porta.
– Tchau amiguinho. – Rodrigo se despede da criança e olha na nossa direção. Vem para o nosso lado suspirando e deixa o prontuário em cima do balcão.
– Já estavam falando de mim né? – Rodrigo pergunta assinando algum papel da prancheta.
– Só comentando, sabe que eu me preocupo. – Respondo olhando o papel sobre o caso do garotinho recém atendido.
– Sei pai mas eu estou bem. – Rodrigo responde carimbando a folha. – Diego da baixa nessa alta pra mim por favor? Preciso comer alguma coisa. – Rodrigo entrega o prontuário para o enfermeiro.
– Claro doutor, faço isso agora mesmo. – Diego responde e Rodrigo agradece.
– Você vem comigo pai? – Rodrigo pergunta me olhando.
– Não..– Levanto meu pulso pra ver as horas – Marquei com o RH algumas entrevistas. – Nos viramos saindo da emergência. –Mas te vejo em casa, inclusive vou ligar para o seu irmão também ir lá pra casa. Tenho sentido muita falta de vocês. – Falo e dou um abraço no Rodrigo e desejo um bom trabalho.
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As entrevistas nenhum me agradou ou esnobe demais, ou impaciente demais e não quero nenhum desses profissionais em meu hospital. Então amanhã continuo na busca.
Ouço uma batida na porta e autorizo a entrada
– Pai, tem uma garotinha lá embaixo que se recusa a ser atendida, ela veio trazida por um homem que a encontrou vagando pelas ruas. – Rodrigo fala ao abrir a porta.
Me levanto e acompanho ele até o lugar que está a menina, ela está toda machucada e sangrando, está suja.
– Chama a assistência social e também pede pro Diego preparar um sedativo – Cochicho baixinho na orelha do Rodrigo.
– Oi, tudo bem? – Pergunto e ela não responde, ela se mantém agarrada a um urso velho e rasgado. – Eu me chamo Pedro e esse é meu filho Rodrigo. – Nada.
– Saiba que a gente só quer cuidar de você. Você deixa? – Ela olha pra mim e lágrimas sai dos seus olhos. Ela balança a cabeça. – Que bom! Como você se chama?
– Laura – a voz infantil fala e Rodrigo me passa seu estetoscópio.
– Que nome lindo! Você tem quantos anos Laura? – Pergunto e ela abre os 5 dedinhos pra mim.
– Doutor os exames do paciente do Quarto 27 ficaram prontos. – Laura quando viu o Diego ficou desesperada e tentou correr da maca quase caindo, segurei ela pra não cair, então a situação saiu do controle, Laura começou a se debater e chorar, ela não parava, fiquei com medo dela se machucar mais do que já estava, olhei para o Rodrigo e movimentei a cabeça, ele entendeu e aplicou o sedativo na garotinha que aos poucos foi se acalmando até dormir.
– Soubesse eu não teria aparecido. – Diego fala triste.
– Não é sua culpa, você é muito alto e grande deve tê-la assustado. – Falo.
– E agora pai?
– Vamos mantê-la aqui e ligar para a polícia, Rodrigo examina ela, enquanto eu vou ligar para o seu tio Fábio. Assim que ela acordar me avisem. – Saio do consultório ligando para o meu amigo.
– E aí Pedro, quanto tempo!
– Pois é cara, tem o que? uma semana que nossa família não se reúne? – Falo rindo.
– Bastante tempo! – Ele ri também.
– Mas falando sério cara, Hoje chegou uma garotinha aqui no hospital, toda machucada e suja. Acho que ela ou fugiu da própria casa ou ela foi sequestrada. Não sei,não consegui conversar com ela direito, ela está bem arredia.
– Eu dou um pulo aí, deixo a delegacia na mão do Bois, e vou averiguar essa situação.
– Valeu cara,fico te devendo.
– Eu aceito uma cerveja e um churrasco nesse sábado na sua casa.
– Combinado então – Nos despedimos e eu volto para a minha sala. Minha segunda começou maravilhoso, suspiro sentando na cadeira.
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Raimunda Neves
Amo ❤️ esse Dr Pedro acho lindo como ele trata as crianças /Kiss//Kiss//Kiss//Kiss//Kiss//Kiss/
2024-10-30
0
Maria Dos Reis Diniz
Pedro um Exemplo de Pai e de Dr Pedro isto é trabalhar por amor à profissão
2023-02-28
4
Celma Rodrigues
Que bom o Dr. Pedro ajudando seu filho Dr. Rodrigo, mesma profissão, amei. Acho que a Laura poderia fazer parte da família Lopes. Trazer uma alegria para o coração dilacerado do Dr. Rodrigo.
2023-01-29
5