Amanhece, Marina abre os olhos, o dia está muito claro, ela leva tempo pra entender o que se passa a sua volta, primeiro pensa estar sonhando, vê em sua volta alguns homens, ela fecha os olhos e abre novamente, então percebe que foram encontrados, Eugênio já estáva amarrado e amordaçado, Leni está imóvel ao seu lado, ela cutuca Leni pra acordar mas nada, a menina estava morta. Marina começa a chorar, então vê seu pai se aproximando.
João Barroso - Pensou que conseguiria fugir com esses dois negros? Só quero te avisar uma coisa, não quero ouvir a sua voz até chegarmos na fazenda, você gosta tanto assim desses negros não é? Então vai voltar como eles, amarrem junto do negrinho, e quanto a- essa daí - aponta pro corpo de Leni- deixa pros bichos comerem, não quero perder tempo .
Um dos homens pega Marina pelos braços amarra suas mãos com uma corda, montam nos cavolos deixando o corpo de Leni para trás, Eugenio e Marina voltam caminhando, sendo puxados por uma corda, foi uma caminhada muito difícil, Marina chorava baixinho pela morte de Leni, não podia falar com Eugênio pois ele estava amordaçado, ela estava em pânico imaginando o que seu pai fará com Eugenio quando chegarem, seu pai ia na frente, altivo, em silêncio, quando eles paravam pra tomar água e alimentar não ofereciam para os dois, estavam cansados de caminhar, a ordem era para seguirem sem descanso, Marina caminhava trôpega, em alguns pontos tropeçava caindo, com algumas feridas nos punhos provocado pela corda, Eugênio caminhava ao seu lado, os seus olhos se encontravam, em silêncio se falavam, ele já sabia o que viria quando chegassem na fazenda, não tinha medo por si, mas
por Marina, do jeito do pai dela agir não será nada bom.
Marina pensa" preciso arrumar um jeito pro meu pai não colocar Eugênio no tronco, vou falar que fui eu que forcei eles a virem comigo, Meu Deus, quando chegar na fazenda desse jeito minha nãe vai ficar desesperada", ela tropeça e cai de novo um dos homens desce do cavalo e a ajuda a levantar, seu pai vendo-a sendo ajudada, volta e chama a atenção do homem
João Barroso- Disse pra não ajudá-la, ela veio sozinha, agora volta do mesmo jeito, quem descer do cavalo pra ajudar ficará sem o pagamento, ouviram?
Os homens concordaram, e a partir daí, ninguém se importou em ajudá-la.
Caminharam o resto do dia e parte da noite, de madrugada chegam na fazenda.
João Barroso - põe esse negrinhos no tronco, quero todos os escravos no terreiro, vou mostrar pra eles o que acontece com negro fujão .
Eleutério - Vou buscar e a menina, levo pra casa grande?
João Barroso- Não, ela vai ficar aqui, quero que veja o que ela fez, isso tudo é por causa dela, então tem que assistir o espetáculo.
Marina continuava com os pulsos amarrados, suas pernas tremiam, ela estava muito suja, as roupas rasgadas , chorava em silêncio. Logo o terreiro já estava cheio, os escravos chegaram vendo aquele triste espetáculo. João Barroso pega o chicote das mãos do feitor e fala pra todos.
--É isso que acontece com negro fujão, vira-se e dá uma chicotada nas costas de Eugênio, todos os dias lembrem -se que nesta fazenda ninguém foge, da outra chicotada -- Se alguém aqui pensa em fugir é isso que vai receber -- dá outra chicotada, os vergões nas costas de Eugênio começam a sangrar .
João Barroso chama o feitor é lhe entrega o chicote - Mais 50 chicotadas - vai pra perto de Marina que está de cabeça baixa chorando , ele pega em seu rosto obrigando- a abrir os olhos - Você não é tão corajosa? Onde está a sua coragem?
Marina olha nos olhos do pai é diz - Odeio o senhor
...Ele lhe dá uma bofetada no rosto , Marina fica impassível, vendo Eugênio sendo açoitado, cada chicotada que ele recebia era como se estivesse sendo nela, já não tinha mais ...
...lágrimas pra chorar, ela não podia fechar os olhos, ouvia o som do chicote nas costas de Eugênio ...
..., só conseguia ver o amor da sua vida sendo chicoteado chega um momento em que Eugênio desmaia mesmo assim o feitor continua a chicoteá-lo....
João Barroso- pare, joga água no rosto pra ele acordar.
O feitor para, pega o cantil e joga água no rosto dele, suas costas caiam sangue.
Eleutério- Não quer acordar não, patrão, continua o castigo?
João Barroso -- Nao, quero ele acordado, deixa ele aí no tronco, não quero saber de ninguém dando água e comida, se eu pegar vai pro tronco também.
Eleutério- Sim senhor
João Barroso - agora vão pra lavoura - vira-se para Marina
viu o que a senhorita fez o seu negro tá no castigo.
Marina fica olhando pro corpo do Eugênio pendido no tronco, sente uma dor imensa em seu coração, as lágrimas descem pela sua face .
João Barroso- Já ia me esquecendo - ele para de frente a menina -- a senhora sua mãe morreu quando se deu conta do você fez.
Marina não entendeu o que ele quis dizer - minha mãe?
João Barroso - Sim, não aguentou morreu e já foi interrada
ouvindoso Marina não suporta a dor, o cansaço, cai perdendo os sentidos.
João Barroso chama um capanga manda carregar Marina pra casa grande.
João Barroso - põe ela no quarto e quero que coloquem tábuas na janela desse quarto do lado de fora, apartir de hoje ela não sai mais pra fora da casa.
João Barroso vai atrás de mãe Maria, que estava na cozinha chorando , quando ele chega ela seca as lágrimas no avental - apartir de hoje Marina não sai mais de casa, não quero vê-la solta por aí, o máximo que ela vai poder chegar será na sala de jantar pras refeições, já mandei vedar a janela do quarto dela.
Mae Maria- Sim sinhô.
João Barroso - Vou deixá-la na sua responsabilidade, apartir de hoje.
Mãe Maria - Intão posso ir inté o quarto pra mode dá uma limpada nela?
João Barroso -Pode, mas antes prepara um banho pra mim, vou descansar um pouco.
Mãe Maria- a água já tá quintinha, já levo pro sinhô.
Ele sai da cozinha e vai para o seu quarto, mãe Maria pega dois potes de água para preparar o banho dele, depois pega uma bacia com água morna e vai até Marina para limpá-la.
Encontra a menina acordada, chorando muito - sinhazinha vim pra mode te ajudar a si limpá, pra tirar essa ropa suja e rasgada.
Marina não responde , continua na mesmo posição, olhando para o teto com um olhar perdido.
Mãe Maria- Sinhazinha, pricisa de limpar essas firida, Oia só as suas perna tão muito machucada, vô passa uns pano moiado pra limpá
Marina permanece em silêncio, mãe Maria tira o vestido dela e começa a limpar o seu corpo.
Marina olha pra mãe maria e pergunta -- onde está minha mãe?
Mãe Maria para de limpá -la segura as suas mãos. - Sua mãe minha fia, já num tá entre nois, ela si foi
Marina entra em desespero - não é verdade, é ele que está fazendo isso, quer que me sinta culpada, então está mandando a senhora falar que a minha mãe morreu...
Mãe Maria- Fia, é a verdade, quando vosmicê num apariceu, nois ficamo ti pricurano e quando nois intendeu que a sinhazinha tinha fugido cus nego, a sinhá já num tava bem, tava queixano de dor nos peito, intao ela num guetó, o coração já tava fraco.
Marina - Eu matei a minha mãe, levei a Leni pra morte é agora o Eugenio está sofrendo sendo castigado, o que fiz? Só queria ser livre mãe Maria, não era pra nada disso ter acontecido...
Mãe Maria- as veis agente toma umas decisão mais num mede os resurtado que vai dá, vosmicê só penso no que era bão só pra si memo, num penso nus otro, agora vai tê de convive cum risurtado.
Marina- como vai ser a minha vida agora? deita na cama abraçando ao travesseiro- Eu quero morrer!!
Mãe Maria- Fia num deseje a morte não, donde sua mãe tá vai ficar priocupada, tem di incará a vida, num tem jeito de desisti dela.
Marina - odeio meu pai, tudo o que aconteceu é culpa dele.
Mãe Maria - odeia não, fia, se ocê nasceu fia dele razão há de tê, ninguém tá junto atoa, deixa o tempo passá confia em Deus que tudo tá certo só nois é que num intende.
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Atualizado até capítulo 130
Comments
Maroka Oliveira
João Barroso vai arder no garfo do outro
2023-01-18
2
Regina Da Silva
Sábias palavras da escrava Mãe Maria!!!!Agora é assumir as consequências e tentar mudar o final da história dela para se redimir
2022-09-07
0
Francine Ferreira
João Barroso realmente é um homem extremamente insensível
2022-03-29
3