Tereza vai até seu seu quarto, Mãe Maria ainda está lá.
Tereza- Minha filha não está no quarto, meu Deus acho que ela escutou sobre o escravo que está no tronco e deve ter ido tentar evitar o castigo.
Mãe maria- Sinhá, será que ela foi inté lá?
Tereza - Só pode ter ido, ela não suporta a escravidão e com castigo ainda...
Mãe Maria- Oia vô inté lá pra mode vê se tá lá.
Tereza - Por favor, olha se ela está lá.
Mãe Maria corre até o pátio, o escravo já estava no tronco recebendo as chicotadas, ela não vê Marina, volta correndo pra casa grande .
Tereza- Ela está lá?
Mãe Maria - tá não sinhá,
Tereza - Meu Deus onde essa menina se meteu?
A dor em seu peito ficou mais forte ela fica muito pálida, começa a chorar -Me ajuda mãe Maria, onde essa menina pode estar? Meu Deus o que está acontecendo!
Mãe Maria- Sinhá tô cuma discunfiança.
Tereza- De quê?
Mãe Maria- Será que a sinhazinha num fugiu cum eles?
Tereza olha pra Mãe Maria com os olhos arregalados - Não, ela não faria isso.
Mãe Maria- Intão onde é que tá?
Tereza - Vamos lá no quarto pra ver se tem alguma resposta, ela não teria coragem de fazer isso comigo, meu Deus permita que ela não tenha feito.
As duas vão para o quarto de Marina, Mãe Maria percebe que a menina não dormiu na sua cama, viu o baú aberto e entende o que estava acontecendo.
Mãe Maria- Sinhá, senta aqui um cadinho, a senhora tá branca iguár cera
Tereza está desnorteada senta -se , Mãe Maria pega em suas mãos frias
Mãe Maria- Oia sinhá, num dianta ficá pricurando a sinhazinha aqui, pruque já num tá aqui mais, ela se foi com Leni e capaz que o nego fujão seje o Eugênio.
Tereza - Não pode ser, não pode ser, minha menina correndo risco no meio do mato, não,não pode ser meu Deus
Tereza começa a chorar, a dor no peito aumenta ela começa a sentir falta de ar, e tudo vai sumindo, ela cai sem sentidos, Mãe Maria deita ela direito na cama de Marina e sai correndo pra chamar o coronel João Barroso, ela chega até o jardim e chama por Vicente Mãe Maria - Vai atrais do sinhozinho, avisa pra vorta ligero pra casa, a sinhá tá passano mar.
Vicente sai correndo, Mãe Maria volta pra dentro, vai pro quarto chegando lá, põe a mão na testa de Tereza estava fria e suada, pega em sua mão procura o pulso e não consegue sentir, continua procurando sinal de vida no corpo dela, então mãe Maria percebe que o corpo de Tereza não tinha mais vida.
Mãe Maria- Sinhá num tá mais aqui cunoís, Santo Deus, i agora, cume é que vou faze pra cuntá pro sinhozinho da menina Marina? A pobre num guentô mais essa tristeza.
Mãe Maria pega um lençol e cobre o corpo de Tereza, vai pra porta e fica esperando João Barroso chegar.
João Barroso entra na sala e não vê ninguém, então vai para o corredor, encontra mãe Maria
João Barroso - O quê está acontecendo? Vicente disse que minha esposa está doente? onde ela está?
Mãe Maria - A Sinhá tá aqui no quarto da mínima Marina
João Barroso entra no quarto e vê Tereza coberta por um lençol , vai até ela, põe a mão em sua testa e a sente que esta fria.- Tem quanto tempo que está sem sentidos?
Mãe Maria- anssim que ela caiu pidi o Vicente pra chama o sinhô, corri pra perto dela, mais a sinhá já não tinha vida, a sinhá se foi...
João Barroso - Ela não reclamou de nada no café da manhã!
Mãe maria- De uns tempo pra cá a sinhá num andava bem, tava muito cansada, cum umas dor, deve de num tê falado pra num priocupá o sinhozinho.
João Barroso nota a ausência de Marina e pergunta - Onde está Marina?
Mãe Maria- Intão sinhozinho, a sinhazinha num tá aqui.
João Barroso- É onde está essa menina? Não me diga que foi pro terreiro onde está castigando o escravo?
Mãe Maria- Sinhozinho tô achando que a sinhazinha fugiu junto com os escravo.
João Barroso vai até mãe Maria com o chicote na mão - De onde tirou essa ideia?
Mãe maria- A sinhazinha num tá em luga ninhum, só pode de tá cum eles!
João Barroso anda de um lado para o outro batendo o chicotinho em suas botas, muito nervoso.
Mãe Maria sai de dentro do quarto, fica aguardando as ordens
João Barroso vai até o leito fica olhando pro corpo de Tereza com uma expressão fria, depois sai do quarto - Vou providenciar o enterro, arruma o corpo, vou enterrar aqui na fazenda onde meus pais estão, não quero velório, assim que cavar a sepultura , vai ser enterrado, envolve o corpo em um lençol .
Mãe Maria- Sim sinhô,
João Barroso sai, vai até o capataz-Eleutério quero mais homens caçando aqueles negrinhos, é pra caçar eles dia e noite, parece que Marina está com eles, quero os três vivos, a Tereza acabou de falecer, quero que mande dois escravos pra furar a sepultura, assim que tiver pronto me avisa , depois de sepulta-la vamos sair pra caçar esses negros malditos Estarei em casa se precisar.
Eleutério - Sim, vou providenciar o que o senhor está pedindo.
João Barroso volta pra casa, se senta na sala ,serve se de licor e fica batendo o chicotinho na bota pensando - É Tereza se foi, nao, não sentirei falta, nossa convivência sempre foi impessoal, me casei por obrigação, cumpri meu papel de marido , nada lhe faltou, ela é que não me atendeu, nem um filho conseguiu ter, teve foi essa menina indisciplinada, que parece que nasceu pra me contrariar, a mãe sempre a protegeu, agora ela não está mais aqui tudo vai ser do meu jeito, ponho essa menina na linha. onde já se viu fugir junto com esses negrinhos, apartir de agora ficará presa dentro do quarto, e conseguirei um casamento, porque o que me interessa é ter um neto legítimo pra ser meu herdeiro.
Algumas horas após, Eleutério chama na porta
- Senhor, a sepultura já está cavada
João Barroso- trás dois negros pra carregar o corpo.
Eleutério- Já estão aqui.
João Barroso- Da a volta pela cozinha, entra com eles, vou ver se o corpo já está pronto.
Vai até o quarto - O corpo já está pronto?
Mae Maria - tá sim sinhô
João Barroso- vai lá na cozinha e traga Eleutério e os dois negros pra carregar o corpo .
Mãe Maria sai em silêncio, pensando: mardade, parece inté que tá interrano um bicho, num tem amô ninhum no coração, Tumara que num alcança os fugitivo, pruque tenho até dó, os nego vão pro tronco igual esse coitado que tá lá, e a sinhazinha tenho até medo de pensá no que ele pode fazer!!
Mãe Maria chega e encontra os três na porta da cozinha - Oceis entra, me acompanha, sinhozinho tá isperano nu quarto.
Eles a acompanharam em silêncio, João Barroso aponta para o pacote em cima da cama - podem levar, depois de enterrar volte Eleutério pra sairmos em busca dos fugitivos
Eleutério - Sim senhor, precisamos de alimento e água, não sabemos quanto tempo ficaremos fora
João Barroso - Vou mandar preparar
Assim termina a passagem de Tereza nessa vida, Mãe Maria cuidou do seu corpo como se fosse de uma filha, a única naquele momento que chorou por ela, que endereçou uma oração pra que seu espírito encontrasse a paz.
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Atualizado até capítulo 130
Comments
Maria Ines Santos Ferreira
nossa tomara que eles consiga fugir mesmo com sofrimento
2024-08-05
0
Maroka Oliveira
É Marina, Eugênio e Leni vcs não sabem o que vos aguardam infelizmente vão sofre,e a Marina ainda vai se sentir culpada pela morte da mãe
2023-01-18
1
Regina Da Silva
Que homem ruim!!não derramou uma lágrima!!!Agora vai começar o sofrimento dos três.
2022-09-07
0