17. Aquela noite

Quando o dia amanheceu Katharina tentou não pensar no David, queria aproveitar aquele dia, afinal era seu aniversário, assim que levantou da cama seu celular tocou.

- Feliz aniversário! “Parabéns para você nesta data querida...” Cantarolava Leila assim que Katharina atendeu.

- Obrigada amiga, você acredita que acordei agora e logo a estilista estará aqui? Tenho que estar pronta, nos vemos a noite.

- Sério? Tem uma estilista só para você?

- É, meu pai contratou uma estilista pessoal e uma consultora.

- Quero só ver como você vai ficar, estou ansiosa.

- Eu também estou ansiosa, tomara que a noite chegue logo. Depois que aquela conversa terminou, Katharina foi para o banheiro, precisava tomar um banho e se trocar. Não demorou muito e logo seu interfone tocou, a estilista havia chegado e ela precisava se apressar, desceu sem demora e se encontraram no carro. Primeiramente seguiram para a loja de roupas onde ela experimentou diversos vestidos, escolhendo dois entre eles, depois alguns sapatos e por fim o penteado que combinaria com as duas roupas escolhidas, quando aquele tour de moda terminou, já passava das 13 horas e acompanhada da estilista ela foi almoçar. Depois do almoço Katharina sabia que não teria tempo para descansar e logo estava no salão com a consultora, escolhendo sua maquiagem e joias para aquela noite, quando retornou para casa levava consigo várias sacolas, seu pai a esperava no saguão do prédio.

- Pai, que bom te ver. Pedro abraçou a filha e disse sorrindo:

- O tempo passou tão rápido, minha menina já é uma mulher. Ela sorriu.

- Vamos subir. Assim que entraram ele colocou as sacolas no chão e voltou para ela com um papel na mão.

- Aqui está o cronograma da festa, dê uma olhada e diga se concorda.

- Podemos pular algumas partes, né?

- Claro, a festa é sua.

- Acho que preciso descansar um pouco, depois eu leio isso. Ela se despediu do pai e indo para o quarto deitou na cama, seu corpo estava tão cansado que ela sentiu um alívio ao deitar-se, mas seus pensamentos voltaram-se para David, pensar nele era inevitável por mais que tentasse, mesmo assim adormeceu. Quando ela despertou já passava das 20 horas, comeu alguma coisa e depois de um banho ela e seu pai seguiram para a boate Kiss, chegando lá foram direto para o camarim, era uma sala ampla com cadeiras confortáveis, alguns espelhos, cabideiros e quatro pessoas estavam à sua espera, a festa estava programada para começar as 22 horas, mas os convidados começaram a chegar as 21 horas. O horário estava se aproximando, o salão da boate estava cheio, colegas da faculdade, alguns amigos do seu pai, professores, muitas pessoas foram parabenizá-la naquela noite. Decidida a entrar no salão ela segurou a mão do pai e se preparou para sair, quando pisou no primeiro degrau da escada, a música parou de tocar e todos que estava no salão imediatamente olhou para ela, naquela noite ela estava irradiando beleza, usava um vestido midi, na cor azul celeste, justo até a cintura, com camadas em tule, seu cabelo em forma de cachos caíam sobre seus ombros nus, usava maquiagem e sorria. Ela continuou descendo as escadas acompanhada com o pai, quando todos a aplaudiram em um coro só, gritando seu apelido “Katy” por diversas vezes, ela olhava para todos a procura de Leila, quando seus olhos pararam em David, ele estava lindo e seus olhos a hipnotizava, ela desejou ir até ele naquele momento, mas pensou na horrível cena que vivenciou a dias atrás e se espalhou entre as pessoas para receber comprimento dos convidados, quando menos esperou Leila apareceu na sua frente sorrindo e saltitando, as duas se abraçaram.

- Quase não te acho, que multidão é essa?

- Tem gente que nem conheço.

- Até o reitor está aqui.

- Vamos beber alguma coisa, estou com sede. Enquanto elas se exprimiam no meio da multidão, as pessoas a paravam para parabenizá-la e ela sorria para todos em agradecimento. Horas mais tarde quando se aproximava da meia noite Katharina foi até o camarim trocar de roupa e levou Leila com ela. Era um vestido tubinho também na cor azul, mudou seu penteado, enquanto sua amiga foi ao banheiro ela retocou a maquiagem e as duas amigas desceram direto para pista de dança, mesmo se sentindo triste por dentro, por não ter o David, mas tentou se diverti o máximo que pôde, sabia que precisava esquecê-lo, só não ficaria com ninguém para isso. Nolan se aproximou das meninas e segurou Leila pela cintura beijando sua boca.

- Uau! Vocês já estão assim? Leila riu enquanto ele a abraçava com carinho.

- Oficialmente somos namorados, acabei de falar com o pai dela.

- Só um recadinho Nolan, não magoe minha amiga, senão acabo com você. Em seguida Katharina saiu deixando os dois a sós, seguiu para o bar tomando mais algumas bebidas, depois foi até ao camarim novamente, toda a equipe de maquiagem já tinha ido embora, então ela entrou e sentou-se no sofá, se sentia um pouco bêbada e procurou por água no frigobar quando ouviu a porta se fechar atrás dela, virou-se assustada, mas era David, ele estava bem na sua frente, com aquele sorriso conquistador, no entanto a cena que ela vivenciou a dias atrás surgiu na sua mente como uma cena de filme, fazendo-a ficar com raiva.

- O que faz aqui?

- Queria conversar, soube que vai voltar para Santa Catarina, tentei me aproximar de você quase a noite toda e parece que você está me evitando.

- Não temos nada para conversar David, a Emily já foi embora? Agora que ela saiu decidiu me procurar?

- Do que está falando? Eu não tenho nada com a Emily.

- Pois o que eu vi na sua festa de despedida diz o contrário.

- Oh céus! Você viu? Não é nada do que está pensando, ao menos viu o que aconteceu depois?

- Eu não me importo com o que aconteceu depois. A voz dela começou a ficar trêmula como se quisesse chorar e ele se aproximou ainda mais olhando nos olhos dela, em seguida pegou em suas mãos e disse:

- Sinto muito por ter te magoado, sinceramente eu não quero arruinar sua vida como já fiz uma vez com alguém, você está começando agora vai conhecer outra pe...

- Pare por favor, está me dispensando de novo? Ela começou a chorar, mas disse furiosa. - Vá embora David. Ele a olhou com tristeza enquanto ela repetia. - Vá embora daqui. Quando enfim, ele saiu, ela jogou-se no sofá em prantos, chorou por muito tempo, porém, alguém bateu na porta, ela se levantou tentando em vão secar suas lágrimas e abriu a porta.

- Senhorita, seu pai me mandou buscá-la.

- Espera um pouco Luiz, já estou indo. Ela foi até o banheiro e tentou limpar o rosto, depois acompanhou Luiz até o carro, tentando se recompor, respirou suavemente, não queria que seu pai fizesse perguntas das quais não estava pronta para responder.

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