5. Quem é você?

Quando Katharina chegou em casa já passava das 17 horas, ela foi direto para o banheiro. Enquanto estava se vestindo, seu celular vibrou, era mensagem do David. “Estarei à sua espera as 18 horas no parque em frente à estátua.”, ela sorriu, mas não respondeu. Quando pegou o trânsito novamente, tudo estava lindo e iluminado, à beira do lago o reflexo das primeiras luzes da noite criou um ambiente de sonho, ela estacionou e foi caminhando até ele, sentiu-se nervosa, a beleza daquele homem lhe atingiu como um soco.

- Oi... Ela respondeu, olhando fixamente para ele.

- David.

- Você estar absolutamente maravilhosa. A admiração sincera dele mexeu com ela de tal maneira que suas mãos tremeram. - Eu preciso saber o nome dessa mulher encantadora. Ela sorriu e respondeu de forma sensual:

- Katharina.

- Prazer, David. Quer caminhar comigo? Ela pegou a mão estendida dele e o gesto pareceu tão natural, como se eles fossem namorados a muito tempo, no entanto, enquanto caminhavam ele continuou falando. - Eu tenho pensado muito em você e quero te conhecer um pouco mais.

- Sério?

- Sim. Você também pensou em mim?

- Bom... eu não posso revelar todos os meus segredos. Ela sorriu sedutoramente para ele.

- Então não me conte todos os seus segredos, só os que me envolvem. David a puxou para perto dele e seus olhos se encontraram. - Vou te contar o meu segredo: ‘estive pensando em tocar você, beijar seus lábios, te dar prazer, está unido a você, e fazer você gritar meu nome’. O olhar dele era cheio de ousadia, provocação e paixão. Ela agarrou a cabeça dele envolvendo seus dedos nos cabelos e beijando-o apaixonadamente, um beijo dos sonhos, desinibido, urgente e cheio de desejo. As mãos dele tocaram seu corpo arrastando-se lentamente para seus seios, acariciando por cima do vestido, até que os dois pararam para respirar. - Uau... quero fazer isso a noite toda... você é minha, sabe disso, não é? Eles caminharam pelo parque tranquilamente de mãos dadas, desfrutando de um encontro especial, depois sentaram num banco e conversaram por horas, dividindo segredos, desejos e sonhos, por fim, ele se despediu dela com um beijo suave, mas apaixonado e assim terminou a sua noite.

O sábado amanheceu chuvoso, diferente dos dados meteorológico, a temperatura caiu, chegando a 14 graus. Mesmo com o telefone tocando incessantemente, Katharina acordou vibrando de alegria, era um número desconhecido, mas ela atendeu falando:

- Alô.

- Oi Katy.

- O que foi Greg, quem morreu?

- Eu preciso da sua ajuda hoje à tarde, eu estou fascinado numa mina e quero comprar algo legal para ela.

- Porque não chama seu amigo?

- Ele não entende nada de garotas, por favor Katy, me ajuda, prometo que não vai demorar.

- Está bem, eu vou.

- Então está combinado, no shopping as 14 horas.

- Certo. Ela desligou e voltou a dormi, porém, quando decidiu sair, já passava das 14 horas, entrou no shopping procurando Greg no local combinado, mas ele não estava, ela se aborreceu, no entanto, continuou andando olhando para os lados, a procura dele, parou um instante e decidiu ligar, enquanto procurava o número alguém lhe agarrou por trás com as mãos em sua cintura e lhe beijou o rosto, tudo aconteceu tão rápido que o celular caiu de suas mãos, o susto foi tão grande que Katharina virou-se imediatamente e se deparou com Bruce que sorria para ela, naquele momento ela se enfureceu.

- O que pensa que está fazendo? Seus olhos fervilhavam de ódio ainda mais quando ele voltou a abraçá-la lhe dando um selinho, ela o empurrou ferozmente e gritou. - Não toque em mim seu babaca. Naquele momento seu corpo enrijeceu quando ouviu uma voz soar atrás dela, pareceu que seu coração parou de bater.

- O que está acontecendo aqui? Bruce paralisou e ela olhou para trás atônita. - Este homem está lhe incomodando senhorita? Diante daquela pergunta Bruce respondeu tentando descontrair.

- Qual foi tio, ela é minha namorada. David estava sério e seus olhos passava de um para o outro, até parar nela à espera de uma resposta, mesmo ainda sem entender o que estava acontecendo ali, ela disse.

- Se toca seu idiota, eu nunca fui nada sua.

- Ouviu o que a moça disse, saia daqui antes que eu te leve algemado. Os olhos de Bruce se arregalaram.

- Calma aí tio, já estou saindo. De repente saiu, sumindo na multidão. Foi nessa hora que Katharina olhou sério para David, o semblante dele tinha mudado totalmente.

- O que você está fazendo aqui David?

- Estou com minha filha... ela nem deixou que ele continuasse falando.

- O quê? Você tem uma filha? É um policial? Ela perguntou se distanciando dele. – Você é casado também? Ela sentiu seus olhos lacrimejarem e uma raiva repentina dominar seu corpo, estava completamente indignada com o que acabara de acontecer e não teve coragem de continuar ali olhando para ele, deu as costas para sair, quando ouviu ele dizer.

- Não! Espera Katharina. Mas ela nem quis ouvi, saiu em passos largos, as lágrimas começaram a rolar no seu rosto, tentando se conter seguiu para o estacionamento e entrou no carro, sentiu vontade de gritar, chorar, morrer, mas precisava se recompor para poder dirigir. Naquele momento ela se odiou por amá-lo, mas precisava sair dali, precisava fugir para seu lugar de refúgio, entrou em casa e se jogando na cama voltou a chorar, não demorou muito e seu telefone começou a tocar, ela ignorou, o celular não parava de tocar, dominada pela raiva e tristeza ela jogou o aparelho contra parede, ele caiu no chão em pedaços. Depois do que aconteceu naquela tarde Katharina passou o resto do dia na cama, eram quase 18 horas quando ela decidiu levantar e comer alguma coisa, mas assim que entrou na cozinha, alguém bateu na porta, ela foi atender.

- Senhorita Herman, é o Luiz.

- Oi Luiz, o que houve.

- Desculpe incomodá-la, eu interfonei várias vezes, você não atendeu, então decidir vim aqui, tem um senhor por nome David lá em baixo, ele está muito nervoso e insiste em falar com você, eu não sei o que fazer.

- Mande-o ir embora, eu não quero falar com ele. Luiz não disse mais nada e saiu em direção ao elevador de serviço. Ela respirou fundo e fechando a porta voltou para a cozinha, comeu silenciosamente, estava triste para pensar em alguma coisa, mas precisava sair e comprar outro celular, suas aulas começariam na segunda e ela só tinha aquele sábado para fazer isso. Depois de um banho Katharina se vestiu elegantemente e saiu, não demorou muito quando chegou ao shopping, depois de ter comprado o aparelho decidiu voltar para casa, o trânsito estava tranquilo por isso não demorou muito a chegar, mas assim que os portões do estacionamento se abriram, David apareceu de repente na frente do carro, ela parou bruscamente e seu coração disparou no mesmo instante e ela gritou:

- Você está louco?

- Por favor Katharina, precisamos conversar. Ele tinha o semblante triste, aproximou-se devagar, ela não esperava por aquilo, ficou parada olhando para ele, sem saber o que fazer, porém depois de alguns segundos, abriu a porta do carro dizendo.

- Entre. Após estacionar em sua vaga disse. - Estou ouvindo, diga.

- Eu não sou casado, nunca fui, mas tenho uma filha sim, e mim perdoe por não te contar. Ele respirou fundo e segurando suavemente o queixo dela olhou-a nos olhos e continuou. - Eu amo você, nunca sentir isso por ninguém antes, eu me apaixonei por você desde o momento em que te vi naquela boate. Ela estava atônita, jamais esperou ouvi tudo aquilo da boca dele, mas se derreteu quando ele tocou carinhosamente seus lábios nos dela, foi um beijo lento, suave, mas cheio de paixão, depois sorrindo disse. - Eu preciso voltar para o trabalho, posso te ver amanhã?

- Então é mesmo um policial? Porque não me disse isso?

- Prometo te contar tudo que quiser saber amanhã, vou marcar um jantar na minha casa para você conhecer minha filha e vai ver que não estou mentindo. Ele a beijou novamente depois saiu do carro e foi embora, ela subiu para seu apartamento ainda confusa, no entanto parecia mais tranquila.

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