Na segunda feira Katharina acordou ansiosa, uma semana sem ver o David era demais para ela. Chegou cedo à faculdade, mas durante as aulas quase não conseguiu se concentrar. Depois do almoço se encontrou com Leila no corredor.
- Só assim a gente se vê. Eu tenho uma palestra daqui a alguns minutos, quer vir comigo?
- Eu? Leila perguntou imediatamente, mas Katharina pediu:
- Por favor, você não tem aula agora e essas palestras são tão chatas e cansativas, depois ainda terei que fazer relatório.
- Não dá amiga, tenho aula também. Ela não deixou que a decepção transparecesse em seus olhos, mas sorriu e disse:
- Tudo bem, nos vemos na saída então. Após se despedirem, Katharina imediatamente foi para o auditório e por mais que não quisesse acreditar estava cheio, ela ficou olhando ao redor, procurando um lugar para se sentar, quando viu ao longe uma pessoa acenando para ela, era Paula Sabatini, uma de suas amigas do semestre anterior, que para sua decepção estava ao lado da Cristina, a garota que ficou com seu ex namorado, aquilo a irritou um pouco, mesmo assim ela sorriu e seguiu em direção a quem lhe chamava, aparentemente não havia lugar disponível, e ela precisava assistir aquela palestra mesmo contra sua vontade, no entanto, sem querer se aproximou devagar, quando Paula sorriu dizendo.
- Oi Katy, senta aqui. Ela sorriu e se sentou ao lado dela.
- Obrigada.
- Você não falou mais com a gente, eu não tive culpa com o que a Cristina fez. Ela olhou para a garota que estava ao seu lado com desdém e continuou a falar. – Mas, sinceramente, Bruce é um cafajeste.
- Tudo bem Paula, Bruce é coisa do passado, eu já superei. Quando o som do microfone estremeceu no salão, todos ficaram em silêncio e olharam para o homem que estava a sua frente, era o reitor que falava.
- Boa tarde pessoal, quero todos em silêncio, a palestra vai começar e não esqueçam de fazerem suas anotações. Assim que ele acabou de falar, uma das meninas que estava ao seu lado murmurou baixinho.
- Quem vai fazer a palestra de hoje são dois policiais muito gato, antes de entrar eu os vi conversando com o reitor.
- Sério!? Disse outra com a mão na boca.
- Vocês precisam ver de perto, eles são tão másculos e cheirosos que dá vontade de agarrar. A jovem falava e se mexia na cadeira quando a outra perguntou.
- Você cheirou ele? Enquanto aquelas universitárias saboreavam com palavras a beleza e masculinidade dos palestrantes, Katharina tinha sua atenção para o homem que subia no palco, era bonito, com traços finos, cabelos bem penteados e olhos castanhos, tinha um ar de superioridade em sua voz, não com arrogância, mais com gentileza. Iniciou explicando sobre direito civil, abordando os assuntos e usando alguns alunos como exemplo. Katharina pegou seu caderno e prestava a atenção em tudo que ele dizia, estava tão concentrada fazendo anotações, que nem viu o segundo homem subir no palco, no entanto, quando sua voz soou no microfone ela quase caiu da cadeira, tentando se esconder, ela se encolheu completamente, mas era tarde demais, seu olhar encontrou com o dele e ela pôde perceber que aquele olhar era de pura decepção. Naquele momento sentiu vontade de fugir dali, todavia, lhe faltou forças nas pernas, David não pareceu intimidado ao vê-la, continuou falando como se ela não estivesse ali. Contudo, por mais que tentasse prestar a atenção não conseguia, sua cabeça doía e ela se entristeceu porque planejava levar aquele romance adiante, sem segredos e mentiras, pensava em dizer quantos anos tinha e tudo que fosse necessário, mas as coisas aconteceram da pior maneira. Antes que a palestra finalizasse, ela se levantou, mas Paula pegou em seu braço fazendo-a sentar novamente.
- Espera, vamos lá na frente falar com os palestrantes assim que terminar.
- Eu não estou afim. Naquele momento todos começaram a bater palmas, a palestra tinha terminado e os alunos estavam eufóricos, tinha sido diferente das aulas em que estavam habituados, durante toda a palestra e diante dos assuntos abordados os alunos eram usados como exemplo tornando o assunto muito mais fácil de ser entendido. Katharina ficou paralisada na cadeira, enquanto suas colegas já estavam no meio da multidão para falar com os palestrantes. Sem pensar duas vezes ela saiu dali quase correndo, se sentiu sufocada e precisava respirar ar fresco, seguiu para o estacionamento em passos largos, quando se bateu em alguém e tudo que segurava caiu no chão.
- Katy! Falou Greg se desculpando. – Desculpa, eu não te vi.
- Greg, seu idiota. Ela estremeceu seu maxilar com raiva, mas decidiu pegar suas coisas e ir embora dali, quando chegou ao lado de seu carro procurou as chaves e se enfureceu. – Droga! Ela murmurou. Voltou para o corredor que antes estivera e se deparou com David e o outro homem, ambos estavam acompanhados com o reitor e vinha em sua direção. Ela paralisou imediatamente e o pânico tomou conta do seu corpo, pensou em passar direto, mas o Dr. Jacques a parou dizendo:
- Katharina, que bom encontrá-la aqui, gostou da palestra?
- Sim... senhor. As palavras quase não saíram, mas o reitor estava animado com a presença daqueles dois homens e continuou falando.
- Deixa eu te apresentar, este é o Edward Snobe e esse aqui é o David Brassanini, ele será o professor substituto até o senhor Kavanove melhorar. E voltando para os dois homens continuou: - Está é a Katharina, filha do Pedro Herman. Ela ficou paralisada, sentiu que mudou de cor instantaneamente, mas precisava falar alguma coisa, respirou suavemente e tentou sorrir.
- Prazer, eu preciso ir. E assim ela imediatamente desapareceu corredor a dentro, deixando o reitor um pouco confuso.
Horas mais tarde Katharina estava em casa, andando de um lado para outro com o celular na mão, diante de uma guerra interior, sem saber se ligava ou não, quando de repente seu telefone tocou, ela deu um pulo de susto, mas atendeu e a voz deliciosa daquele homem arrebatador soou do outro lado da linha.
- Oi linda, precisamos conversar.
- Oi, eu sei, me perdoe David, eu... Ele a interrompeu bruscamente, do outro lado da linha ela pôde perceber que a voz dele pareceu fria e já imaginou o que podia vir em seguida.
- Prefiro resolver isso pessoalmente, você pode me encontrar daqui a meia hora na cafeteria da esquina com a rua que você mora? Estarei te esperando.
- Sim. Ela desligou e as lágrimas começaram a rolar no seu rosto, mesmo assim ela fez um esforço enorme para se vestir bem. Não demorou muito para chegar ao lugar marcado, porém, assim que atravessou a rua, ele estava lá, com todo aquele charme, encostado na janela. Ela entrou e sentou-se de frente para ele, não conseguiu dizer nada por alguns segundos, foi um momento constrangedor e melancólico, nem parecia que eles se conheciam, até que David quebrou o gelo perguntando:
- Porque mentiu para mim?
- Eu... não mentir, sei que omitir alguns fatos, mas isso não é relevante. Ele olhava muito sério para ela, até parecia que fazia um esforço enorme para ser tão frio.
- Quantos anos você tem? Ela baixou os olhos e ficou olhando para suas mãos em cima da mesa.
- Vou fazer 18 daqui a alguns meses.
- Então infringiu a lei entrando naquela boate. Ele pegou no queixo dela com carinho, olhando-a nos olhos continuou: - Não pode fazer isso se quiser ser uma boa advogada e você sabe que não podemos continuar com isso. Ela não conseguiu se conter, seus olhos encheram de lágrimas e transbordaram como rio.
- Eu amo você David.
- Por favor, não torne as coisas mais difíceis. A parti de amanhã começo a dar aula para três turmas e você será uma de minhas alunas, sei que é temporário, mais... Ela não conseguiu terminar de ouvi tudo que ele tinha a dizer, levantou chorando e saiu correndo dali, ele também levantou pagou a conta e saiu atrás dela.
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Atualizado até capítulo 73
Comments
Eliane Mendonça
Coitadinha deu ruim pra ela 🥲🥲
2022-12-30
4
Eliane Mendonça
Vixi sabía que isso não ia acabar bem, e olha que ainda nem e tudo vai vim mais
2022-12-30
2
Amanda
😢😔😔😔
2022-12-28
1