16. Que decepção!

Naquela última semana os alunos corriam para completar a grade escolar, tinha sido um semestre difícil, mas Katharina estava feliz, não dependia de notas para fechar nenhuma matéria, todo seu esforço durante o semestre tinha valido a pena. Naquela sexta ela levantou bem cedo e procurou sua melhor roupa, nunca sentiu tanta vontade de ver David como naquele dia, entrou na faculdade sorrindo e se deparou com Leila que acabara de chegar.

- Bom dia amiga!

- Você está linda! Vai a um encontro? Katharina sorriu e respondeu.

- Último dia de aula, tem que ser marcante.

- Hoje não tenho todas as aulas, podemos almoçar juntas.

- Ótimo! Enquanto conversavam Nolan apareceu sorridente e abraçou as duas amigas ao mesmo tempo.

- Bom dia meninas! Preparadas para arrasar hoje à noite?

- O que tem hoje? Perguntou Katharina num tom de deboche.

- Vai me dizer que não sabe da despedida do Sr. Brassanini, o professor arrasa no meio da mulherada. Ele beijou o rosto de Leila, em seguida o de Katharina também, depois saiu correndo. - Nos vemos a noite meninas.

- Esse Nolan é uma graça. Leila suspirou. - Até que ele é bonitinho.

- Bonitinho... hum, ele é lindo, quer investir? Elas saltaram uma gargalhada e saíram andando pelo corredor sorrindo, como se nada de errado pudesse acontecer naquele dia, e como esperado a noite não demorou muito para chegar, o terraço da faculdade estava repleto de luzes coloridas, na pista de dança uma galera dançavam animados, alguns professores estavam reunidos no bar e o clima de festa rolava à solta. Quando Leila e David chegaram à galera vibrou em alegria, bateram palmas e um coro de alunos surgiu gritando: “Brassanini”, no entanto, logo se acalmaram. Entretanto, antes que David se aproximasse do grupo dos professores, Emily surgiu na sua frente, tinha os cabelos soltos, usava um batom vermelho e o seu vestido era extremamente sexy.

- Oi lindinho. Leila revirou os olhos com desdém, depois olhou sério para ela enquanto seu pai tentava ignorar a intrusa.

- Oi Emily, eu quero falar com o professor Kavanove, com licença. O sorriso que ela mantinha firme desmoronou, de repente perdeu a graça, e no mesmo instante ela sumiu entre os alunos, foi naquele momento que Katharina chegou, Leila correu até ela e os olhos de David a acompanhou como se estivesse hipnotizado. As duas amigas se abraçaram e seguiram para pista de dança, mas Nolan apareceu sorrindo.

- Oi princesas, não sei qual das duas eu beijo essa noite? Vocês estão lindas!

- Ela é toda sua. Katharina empurrou a amiga para os braços de Nolan.

- Precisamos de uma bebida, esperem só um instante meninas e já volto. Ele saiu com aquele ar de felicidade e as meninas se posicionaram na pista de dança, depois de algum tempo dançando, elas procuraram um lugar para sentar, neste momento Nolan já tinha desaparecido na multidão, assim que sentaram Leila disse:

- Acho que a professora Emily não tem chances com meu pai.

- Porque acha isso?

- Ele deu um fora nela hoje.

- Não sei se acredito nisso, mas vamos no banheiro. As duas amigas se levantaram e seguiram no corredor até chegar ao banheiro, havia uma fila pequena e Paula estava entre as pessoas.

- Oi Katy, já sabe do Bruce?

- Já disse para você Paula, o Bruce não me interessa.

- Ele está com a Fernanda.

- Como te disse, eu estou em outra a muito tempo, só você não percebeu. Paula fingiu que não ouviu e entrou no banheiro, Katharina se aborreceu com aquela conversa e desistiu do banheiro, segurou a mão da amiga e elas voltaram para o lugar que antes estivera, todavia Leila olhou para ela falando:

- Katy, não precisa ficar assim, sabe que aquela garota não vale a pena.

- É, você tem razão, talvez a hora de resolver minha vida chegou, olha lá seu pai sozinho.

- Oportunidade perfeita, ele me disse que precisava conversar com você, vai lá.

- Eu não demoro. Leila ficou observando a amiga se distanciar quando Nolan chegou ao seu lado e perguntou sorrindo:

- Será que ainda tenho chance com você? Ela sorriu e respondeu:

- Talvez. Ele pegou em sua mão, beijou seu rosto e eles seguiram para a pista de dança. Enquanto isso Katharina caminhava confiante em direção ao David, ele estava de costas para ela e falava com alguém ao telefone, mas antes que chegasse perto, viu Emily se aproximar e parou no mesmo instante, David parecia ter encerrado a ligação e olhou para a professora, no rosto dela tinha um ar de sedução, ela tocou no braço dele e se inclinou rapidamente tocando seus lábios nos dele. No mesmo instante Katharina paralisou, seu corpo estremeceu, mas ela não ficou para ver onde aquilo ia terminar, saiu correndo dali em lágrimas, no estacionamento não lembrava mas onde tinha deixado seu carro, seus pensamentos eram confusos e perturbadores, ela soluçava, sentia uma raiva profunda por ter criado expectativas, a dor dentro dela crescia cada vez que uma lágrima rolava do seu rosto, assim que encontrou o carro, seguiu para casa, estava angustiada demais, deitada na cama chorou até dormi, odiava demais o David e também o amava. No dia seguinte ela acordou com uma cara horrível, os olhos estavam inchados de tanto chorar, tomou um banho demorado e procurou algo confortável para vestir, seu pai tinha marcado um spa para ela e Leila, afinal domingo era sua festa de 18 anos e ela precisava está ainda mais linda, ela se preparava para sair quando seu telefone tocou.

- Oi, bom dia Katy, estou aqui em baixo te esperando.

- Bom dia, que voz irradiando felicidade é essa?

- Desce que te conto.

- Estou descendo. Não demorou muito para ela chegar, assim que saíram, Katharina estava séria e segurava firme o volante enquanto Leila usava as palavras com alegria, para contar como foi sua noite com Nolan, o quanto ele foi carinhoso e gentil com ela, Katharina tentava sorri, mas era quase impossível não lembrar da cena do dia anterior, toda vez que as lágrimas enchiam seus olhos ela segurava para que não caíssem, entretanto, sua amiga estava tão feliz que não percebeu sua angustia. Aquele dia no spa foi extremamente gratificante e relaxante, ajudou a não lembrar da cena do dia anterior que insistia em se repetir dentro da sua cabeça por várias vezes, ao voltar para casa se sentia renovada, assim que destrancou a porta seu pai ligou.

- Como estar se sentindo?

- Obrigado pai, foi maravilhoso, você não vem hoje?

- Oh meu amor, eu não tive como ir, devo chegar amanhã à tarde, estarei aí para entrar com você na sua festa e nossa viajem será na terça pela manhã.

- Te espero amanhã, te amo pai.

- Também te amo. Naquela noite ela dormiu mais tranquila, estava decidida a esquecer definitivamente o David, jamais imaginou que quando se apaixonasse seria assim, tão doloroso, toda vez que lembrava dele sentia uma profunda vontade de chorar, não sabia como iria curar aquela dor, mas com certeza o esqueceria.

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