Capítulo: 17

-Kênia: Onde está a mala dela? E por que ela tá usando o casaco que eu te dei de presente no natal?(A cara surpresa da Marina agora encara os olhos azuis de Henrico).

-Henrico: Como o Brasil é um país tropical, as roupas de frio dela não são muito adequadas, então dei esse casaco para ela! E depois vamos comprar roupas novas! (O pai de Henrico, que estava na porta, entrou e se sentou no sofá esperando eles entrarem) — Ah, preciso da sua ajuda para comprar alianças para que eu possa personalizá-las!

-Marina: Personalizar alianças?(Pergunta a Mark)

-Mark: Sim, ele tem a mania de pegar objetos sem graça e transformar em algo tecnológico e divertido!

-Kênia: Então, querido...quando vamos tatuá-la? Afinal de contas, ela é uma de nós agora!(Puxa ele para um canto reservado, enquanto Marina e Mark conversam com Robert, pai de Henrico).

-Henrico: Bem…

-Kênia: Vocês não?… sério?

-Henrico: É desconfortável você ficar perguntando essas coisas!

-Kênia: Você sabe que a primeira coisa que eles vão fazer é perguntar sobre a consumação do casamento, a tatuagem é necessária!

-Henrico: Não podemos fazer com ela como fazemos com os recém-nascidos?

-Kênia: A tatuagem falsa? Podemos mas...por quê? Se estão apaixonados, o mais seguro é fazer a tatuagem logo para que ela fique com você para sempre!

-Henrico: O costume da família dela é diferente, os pais não podem ver a tatuagem nela!

-Kênia: então façamos assim, fazemos a provisória, mas daqui a três meses fazemos a permanente, pode ser?(Ele pensa: “Daqui a três meses pretendo não ter essa garota mais em minha vida, então posso concordar!”)

-Henrico: Tá bom, então vamos fazer a provisória, só me deixe falar com ela primeiro!(Volta para a sala e pega Marina pela mão)

-Marina: O que foi?(Começa a subir a escada)

-Henrico: Preciso conversar com você a sós...vamos para o meu quarto!(Ela paralisa no degrau da escada, ele para de subir e olha para trás)–O quê? O que está pensando?

-Marina: Vamos para o seu quarto?

-Henrico: Ah, desculpe, força do hábito!...nosso quarto!

-Marina: Nosso? Vamos dividir?(Diz baixo para que só ele escute)

-Henrico: Sim, vem… não podemos conversar aqui!(Diz puxando ela com um pouco mais de força) — Aqui estamos seguros e podemos conversar tranquilamente, as paredes são a prova de som!

-Marina: Ei, como assim vamos dividir o quarto?

-Henrico: Ué? Você já viu algum casal de verdade não dividir o quarto?

-Marina: Sim, mas são casal de verdade. Já nós, não somos nada!

-Henrico: Só vamos dormir no mesmo quarto por que a casa vai estar lotada de gente querendo conhecer você!

-Marina: Você é um solteiro tão cobiçado assim?

-Henrico: Não se trata disso, só querem saber se é real, o casamento e tudo mais!

-Marina: Com gente querendo me conhecer, você diz “mafiosos” de todos dos países?

-Henrico: Sim! E eu tenho uma coisa para te contar!

-Marina: O quê?

-Henrico: Temos que tatuar você!

-Marina: Você ficou louco? Usou drogas ou algo do tipo?

-Henrico: É uma tatuagem falsa, como as que colocamos nos recém-nascidos, não é real, não vai sentir dor!

-Marina: Os recém-nascidos também tem tatuagem?

-Henrico: Sim, mas é mais como uma pintura duradoura, não dói!

-Marina: Tá e onde vai ser a tatuagem?(Ele se aproxima e fica tão perto que ela consegue sentir sua respiração) — O que você?…

-Henrico: Vou mostrar para você!(Ele coloca as mãos na cintura dela, que nota que uma das mãos dele está sem luva)

-Marina: Deixa eu devolver sua luva!(Quando ela vai tirar a luva, ele a impede)

-Henrico: vou testar algo!(Tira a luva que ainda estava em sua mão e joga no chão) — Não me afaste, só me deixe ver se consigo…(ele não termina de falar e adentra a mão no lado esquerdo do corpo da Marina, ela treme. Pois a mão dele estava gelada ao primeiro contato com a pele quente.)

-Marina: Você está bem?(Ele olha para baixo e se depara com uma expressão preocupada no rosto dela)

-Henrico: Aqui, sua tatuagem será feita aqui, no mesmo local que a minha! (As mãos dele param na costela)

-Marina: Me tocar...pele na pele, você está bem com isso?

-Henrico: Estranhamente...estou bem, mas e você, está? Suas bochechas estão vermelhas. Meu toque incomoda ou deixa você excitada?[“Posso fazer essa pergunta por que eu estou, estou excitado somente tocando a pele dela por baixo da roupa enquanto olho para seus olhos verdes que parecem esmeraldas.”]

-Marina: Você… não sabia que falava esse tipo de coisa. Por que eu ficaria excitada por um cara que apontou uma arma para minha cabeça? É claro que fiquei vermelha, seu toque me incomoda!(Diz se afastando)

-Henrico: Eu estava testando seu autocontrole. Então você concorda com a tatuagem?

-Marina: Concordo, quando vamos fazer?

-Henrico: Quando você quiser!

-Marina: Quero fazer agora então!

-Henrico: Antes tenho que modificar algumas coisas na minha!

-Marina: Como modificar a sua, pensei que fosse algo de família e não pudesse ser alterado!

-Henrico: Sim, eu não vou alterar a tatuagem em si, vou somente testar a nova tinta!

-Marina: Testar tinta?

-Henrico: Os cientistas que trabalham na minha empresa estavam desenvolvendo uma tinta de tatuagem que é especial...tipo mágica, que só pode ser vista com uma luz específica, e se funcionar não precisarei passar maquiagem para escondê-la quando quiser andar sem camisa!

-Marina: Você anda sem camisa, nunca vi!

-Henrico: Você quer ver? Se quiser é só pedir, eu tiro a camisa para você!

-Marina: Você está me confundindo, porque não decide se quer ser gentil, ogro, malvado, bonzinho, sexy ou chato? Cada hora você está com uma personalidade diferente!

-Henrico: Esse é quem sou, tem outras personalidades para você conhecer!

-Marina: Posso ir com você para ver a tinta nova? Por favor!(Meio que implora de um jeito fofo que ele não consegue recusar)

-Henrico: Pode, mas tem que fazer tudo o que eu pedir!

-Marina: Tipo?

-Henrico: Não falar coisas desnecessárias e ficar sempre onde meus olhos possam ver...esse tipo de coisa!

-Marina: Tá bom, vamos!

-Henrico: Me dá a mão...lembra, casal apaixonado!(Diz apontando para ambos)

-Marina: Sua luva!(Abaixa e pega a luva que ele jogara no chão)

-Henrico: Acho que não preciso mais!

-Marina: Mas vou levar mesmo assim, pode fazer frio ou sei lá…

-Henrico: Tá, se quer levar, fique a vontade!(ela tira a luva que estava em sua mão e coloca o par no bolso do casaco e ele a pega pela mão e sai conduzindo-a para a sala)

-Kênia: Onde estão indo?

-Henrico: Lembra daquele projeto que te falei da tinta? Então...ficou pronto, e vamos lá ver, vou testar na minha tatuagem!

-Kênia: Isso é muito arriscado, acho melhor testar em outra pessoa...por que você tem que testar?

-Henrico: Você sabe que gosto de eu mesmo testar todos os projetos da empresa!

-Antony: Quer que eu o acompanhe, senhor Petrov?

-Henrico: Não precisa, Antony!(Sai levando Marina pela mão)

-Mark: Se precisar de mim é só ligar, vou dormir!(Diz gritando e sobe as escadas)

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