[Henrico]: depois de 1 hora e meia de viagem, finalmente chegamos no aeroporto onde vamos embarcar no jatinho particular da minha família. Chamo Mark que dormia no banco de trás. Enquanto a Marina, pela falta de conversa e pelo tédio absoluto, acabou pegando no sono também, mas não a chamo como fiz com Mark, deixo ela dormindo e a pego no colo, levando-a para a aeronave a acomodando na poltrona para que eu consiga colocar o cinto de segurança enquanto ela dorme. Preferi contratar uma tripulação ao invés de eu mesmo pilotar o avião por que vai ser uma viagem longa. Enquanto caminhava com Marina nos braços, Mark me questiona.
-Mark: O que há com você?
-Henrico: Do que está falando?
-Mark: Você está estranho, fazendo coisas que geralmente não faz!
-Henrico: Que tipo de coisas? [“Digo realmente curioso, não me dei conta de nada”]
-Mark: Tipo, você nunca ofereceu seu próprio agasalho a outra pessoa, muito menos a uma das suas antigas namoradas pela sua fobia de germes e bactérias. Mesmo quando você ficou noivo de… você sabe quem, no tempo que você ainda não tinha essa doença. E outra coisa…[“Ele me olha e em seguida para a Marina dormindo em meus braços”] — Você nunca fez nada parecido com isso!
-Henrico: Se eu tivesse uma resposta para isso...com certeza te diria, mas nem eu mesmo sei o que está acontecendo comigo, só sei que tem algo nessa garota que me faz ficar confortável o bastante para fazer coisas assim!
-Mark: Eu senti algo também, é como se eu já a conhecesse desde sempre, ela tem um brilho diferente.[“Instintiva e totalmente sem querer, o meu olhar possessivo o fuzila, pela primeira vez me sinto um pouco infantil”] — Por que tá me olhando como se fosse me matar?
-Henrico: Nada. Preciso que você pegue outro casaco na minha mala antes do voo decolar! [“Mark me conhece muito bem, estamos sempre juntos praticamente desde que éramos bebês e ele conhece minhas expressões faciais melhor que eu mesmo, eu sou o tipo de cara que não consegue esconder se algo me incomoda. Quero saber por que pensar em Mark gostando dessa garota de outra forma me incomoda? Minha mente tem que entender que isso tudo é somente um teatro, não é real, ela não é minha! … Não posso deixar, o que quer que seja, isso me dominar, preferi mudar de assunto”]
-Mark: Tá bom! (Diz animado)
[Henrico]: decolamos assim que Mark se acomoda na poltrona a minha frente (virado de frente para mim). Sento em minha poltrona ao lado da Marina, que ainda dorme profundamente. O voo segue tranquilo, Mark sempre dorme em viagens, e adivinha...pois é, ele já está dormindo, o que acho incrível por que eu não consigo nem pregar o olho, sempre fico alerta. Começo a ler um livro qualquer que peguei na estante do apartamento da Marina. Depois devolvo, e olha que surpresa… um romance. Em particular, não tenho nada contra romances, mas meio que não acredito mais no amor, não para mim. O livro é bom, mas prefiro suspense ou ficção científica. Enquanto estou lendo concentrado sinto um toque repentino no ombro, quando viro o rosto me deparo com a cabeça da Marina caída sobre meu ombro esquerdo, não me incomoda, mas mesmo assim empurro lentamente com o indicador sua cabeça para ficar reta na poltrona… Ela vira abruptamente e agarra meu braço, enquanto me usa de travesseiro como se fosse super confortável, suas unhas pretas da mão direita cravam suavemente meu antebraço, enquanto a esquerda segura mais acima na manga da minha camisa, agora não dá para escapar...a alternativa é ouvir ela me fazendo perguntas o restante do voo, então prefiro sacrificar meu corpo do que minha mente. Quando estamos perto de pousar, a Marina finalmente acorda e Mark também.
-Marina: Já chegamos? (Diz com os olhos arregalados de surpresa)
-Henrico: Sim, logo estaremos em solo.(Marina me encara, logo seu olhar fixa em minhas mãos onde estou segurando o livro que estou quase acabando de ler, agora ela está me olhando como quem diz: “Eu conheço esse livro...tenho um igual!”)
-Marina: Tenho um livro igualzinho a esse na estante do meu quarto!
-Henrico: Sei, eu peguei lá… e realmente não estou gostando do final, esse cara é um babaca! (Ela ri enquanto passa os dedos pelos cabelos jogando-os para um lado)
-Marina: Não pensei que gostasse de ler romance!
-Henrico: E não gosto, mas foi tudo tão rápido, peguei o primeiro que vi, e considerando as horas desse vôo pensei que fosse precisar de uma distração![“Acho que preciso de terapia, não estou no meu normal. Isso que ela faz quando joga o cabelo para o lado é extremamente sexy, é impossível meus olhos não seguirem seus movimentos”].
-Marina: Que tipo de livro você gosta? [“E lá vem as perguntas que eu tanto adorei não responder enquanto ela estava desmaiada de sono durante a viagem”]
-Henrico: Suspense e ficção científica...ou qualquer outra coisa que não seja romance!
-Marina: Você não tem namorada?[“Ah, é sério isso? Estamos casados há 2 dias e é agora que você lembra de fazer essa pergunta?”]
-Henrico: Não, sou recém-casado!(Cara séria com um ar de deboche)
-Marina: Ah, cara, você entendeu minha pergunta, quero dizer, antes de tudo começar!
-Henrico: Não tinha namorada!
-Marina: E ex? Alguma ex-namorada?
-Henrico: Já chega de perguntas!(Diz sério enquanto caminham até chegar onde o motorista havia parado o carro)
-Marina: Será que não pode me responder uma coisa sobre você? Fica sempre com essa cara de “não quero responder”, eu preciso saber sobre você, sua grande família de mafiosos vai me encher de perguntas e adivinha...pois é, eu não sei nada sobre o senhor mistério!(Aumenta o tom de voz e ele faz o mesmo).
-Henrico: Não é minha culpa que as pessoas queiram matar você, também não é minha culpa que o único jeito de salvar sua vida insignificante seja esse maldito casamento, e eu não consigo ouvir meus pensamentos com você me fazendo perguntas o tempo todo!(Acaba se irritando)
-Marina: Minha vida insignificante? Eu não pedi para você me salvar, okay? Você fez isso por que quis...ainda dá tempo de desistir, você pode deixar eles me matarem ou você mesmo pode me matar! (Se encaram)
-Mark: Calma, vocês não vão resolver o problema gritando um com o outro!
-Henrico/Marina: NÃO SE METE!(Olham para ele e falam ao mesmo tempo, e depois voltam a se encarar)
-Mark: Pelo menos vocês concordam em alguma coisa!
-Henrico: Entra no carro!(Diz encarando ela firmemente)
-Mark: Você tá dizendo isso para mim ou para ela?
-Henrico: Para os dois!
-Marina: Você não manda em mim!(O coração dela acelera)
-Henrico: Parece que você esqueceu quem sou, não é? Não me faça perder a paciência e entra logo na porra do carro!
-Marina: Se eu não entrar? (Ele pega a arma que estava nas costas e aponta para cabeça dela)
-Henrico: Tenho um acordo com sua amiga e um contrato de casamento com você, mas sou louco o bastante para me esquecer de toda essa merda e puxar o gatilho...assim tudo acaba de uma vez, não teste minha paciência, eu já testei e não funciona. Você quer pagar para ver?
-Mark: Entra no carro, Marina!(Pega a mão dela e conduz para entrar na limousine preta) — ele está de mau-humor e está falando sério!
-Henrico: Ótimo!(Diz ao vê-la entrar)
[Mark]: O clima ficou tenso de repente, e eu achando que estava rolando um clima de romance entre os haha! O que antes para mim parecia uma troca de olhares intensos agora parece que estão se fuzilando com o olhar, ou se desafiando para ver quem pisca primeiro. Marina está sentada do meu lado e Henrico a nossa frente virado para nós. Se eles vão conseguir fingir que estão apaixonados?… só Deus sabe. Mas se continuarem em pé de guerra o plano vai por água a baixo.
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Atualizado até capítulo 164
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