capítulo 15

Capítulo 28 – A Entrevista que Mudou Tudo

A manhã começou com um clima leve. Luna e Arthur tomavam café juntos na cobertura dele. O céu estava limpo, e o silêncio entre os dois era confortável. A intimidade que haviam construído estava cada vez mais sólida.

Luna lia uma matéria no tablet quando viu algo que a fez parar de mastigar.

— Arthur… você viu isso?

Ele se aproximou e olhou para a tela. O título da matéria estampava:

“Ex-faxineira promovida a supervisora revela bastidores de armação que abalou multinacional.”

Era o nome dela ali, e uma foto discreta, mas nítida, do dia anterior na empresa.

Arthur franziu a testa.

— Quem te entrevistou?

— Ninguém… Eu não dei entrevista — respondeu Luna, confusa.

Na matéria, uma suposta “fonte próxima” relatava detalhes precisos da vida de Luna, incluindo informações pessoais e momentos íntimos de seu processo de superação — coisas que apenas pessoas muito próximas poderiam saber.

Mas o que mais chamou atenção foi o final da reportagem:

“Fontes indicam que Luna pode ter sido vítima de um esquema interno de sabotagem envolvendo não apenas Marcos, mas também outros membros da diretoria da empresa. A ex-faxineira não comentou oficialmente, mas promete expor tudo em breve.”

Arthur largou a xícara e pegou o celular.

— Isso foi proposital. Alguém vazou informações para a imprensa para te pressionar… ou te desestabilizar. E essa "promessa de exposição"… é para queimar seu nome com a diretoria.

Luna sentiu o estômago revirar.

— Será que ainda tem alguém infiltrado? Alguém que estava com o Marcos?

— É possível. Mas agora nós vamos virar esse jogo.

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Poucas horas depois, o telefone da empresa tocou. Era uma repórter do programa de entrevistas “Verdade Nua”, famoso por denunciar escândalos de grandes corporações.

Ela queria Luna como convidada especial.

— Vai ser ao vivo, em horário nobre. O país inteiro vai ouvir sua versão — disse a produtora ao telefone.

Arthur ficou em dúvida. Ele sabia como a mídia podia ser cruel. Mas Luna estava decidida.

— Eles querem minha versão? Então vão ouvir de mim. Chega de silêncio.

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Na noite da entrevista, Luna se preparou com a ajuda de Amanda, que escolheu um look elegante, discreto, mas que transmitia força. Um macacão azul-marinho, cabelo preso e maquiagem suave. Ela não queria parecer uma vítima, e sim, uma mulher que venceu.

Arthur foi com ela até o estúdio. Beijou sua testa antes dela entrar no palco e sussurrou:

— Estou aqui. Com você. Sempre.

Luna respirou fundo e entrou.

As luzes, as câmeras, o público… tudo parecia um cenário irreal. Mas ao sentar-se frente à jornalista renomada, ela se manteve firme.

— Luna, por que decidiu falar agora?

— Porque por muito tempo deixei que os outros falassem por mim. Hoje, eu tenho voz. E quero que outras mulheres saibam que não precisam aceitar abusos, humilhações ou mentiras.

— Você sofreu uma armação?

— Sim. E não só por um homem, mas por um sistema que acredita que uma mulher sem status ou diploma não tem valor. Eu era uma faxineira. Ninguém me ouvia. Só quando meu nome foi arrastado na lama é que perceberam que eu existia.

— E o CEO da empresa? Arthur Parker? Você está envolvida com ele?

Luna sorriu levemente.

— Estou. E não me envergonho disso. Porque ele me respeitou antes de me tocar. Porque viu meu valor quando ninguém mais viu.

O estúdio ficou em silêncio. A jornalista, surpresa com a sinceridade, apenas assentiu.

— Última pergunta, Luna. Se você pudesse falar diretamente para a mulher que está passando pelo que você passou… o que diria?

Luna olhou para a câmera, com os olhos brilhando.

— Eu diria: não se cale. Não aceite menos do que você merece. E se o mundo te virar as costas, vire o mundo de cabeça para baixo.

Aplausos tomaram o estúdio.

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Na saída, Luna foi surpreendida por mensagens, ligações, abraços. Pessoas que se sentiram tocadas por sua história.

Arthur a esperava do lado de fora, orgulhoso.

— Você não só falou… você impactou o país inteiro.

Ela sorriu, emocionada.

— Foi só o começo.

E, ali, naquela noite, Luna deixou de ser apenas uma sobrevivente. Tornou-se símbolo de coragem, resistência… e amor.

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