capítulo 2

Capítulo 2 – O Efeito Luna

Desde o encontro inesperado na sala de reuniões, Arthur não conseguia tirar Luna da cabeça. Algo nela havia mexido com ele de uma forma que nenhuma mulher jamais conseguira. E isso o deixava... desconcertado.

Na manhã seguinte, enquanto revisava contratos importantes, ele se pegou escrevendo “Luna” no canto de uma folha. Riscou imediatamente e soltou um suspiro irritado.

“Isso é ridículo”, pensou. “Você tem 30 anos, Arthur. E ela é só uma faxineira.”

Mas o coração, mesmo treinado pela lógica e pelo silêncio, começava a falhar.

 

Luna, por sua vez, também não conseguia esquecer os olhos claros e intensos daquele homem. Ela não sabia que ele era o CEO. Só soube horas depois, quando Rosa, a supervisora, comentou sobre o “intocável Sr. Mancini”.

— Aquele ali não se mistura com ninguém, Luna. É sério, garota. Dizem que ele nunca teve nem uma namoradinha... — disse Rosa, com um tom mais de fofoca do que de aviso.

Luna engoliu seco. Aquele homem sério, frio e absurdamente bonito era... virgem? Isso explicaria o jeito envergonhado, a forma como a segurou, como a olhou.

— Não se preocupe, Rosa. Eu não estou interessada — mentiu Luna, com um sorriso sem graça.

Mas o coração dela acelerava só de lembrar do toque dele em sua cintura.

 

Naquela tarde, Arthur decidiu descer ao refeitório da empresa pela primeira vez em meses. Não era algo que costumava fazer, mas havia uma curiosidade crescente dentro dele. E, de forma quase inconsciente, ele sabia exatamente o que ou quem procurava.

Luna estava sentada sozinha num canto, com um prato de macarrão à bolonhesa e um livro nas mãos. Lia devagar, com os olhos brilhando a cada linha. Arthur se aproximou como quem observa uma obra de arte.

— Gosta de romances? — perguntou, parando ao lado dela.

Luna levantou os olhos, surpresa.

— Arthur?

— Achei que já tivesse me esquecido — disse ele, com um sorriso discreto.

— Difícil esquecer alguém que aparece do nada e te segura no colo — brincou ela, rindo levemente.

Arthur, por dentro, estava em chamas. Mas por fora, manteve o controle.

— Posso me sentar?

Luna hesitou por um segundo, depois apontou a cadeira.

— Claro. Mas vai chamar atenção.

— Eu não me importo.

E ali, diante dos olhares surpresos de todos no refeitório, o CEO intocável sentou-se com a faxineira. E pela primeira vez em anos... ele se sentiu humano.

 

Mal sabiam eles que aquele simples almoço seria o início de algo grandioso, intenso e transformador.

Capítulo 3 – Desejos Inesperados

Os dias seguintes foram uma mistura de tensão e encantamento para Arthur e Luna.

Arthur tentava se convencer de que era apenas curiosidade... uma distração temporária. Mas o modo como Luna sorria, como falava sobre a vida com leveza, como tratava todos com gentileza — tudo isso mexia com ele mais do que deveria.

Luna, por outro lado, começou a evitá-lo. Não por falta de vontade, mas por medo. Medo de se envolver com alguém tão distante do seu mundo. Medo de se machucar de novo.

 

Naquela quarta-feira, Luna trabalhava sozinha em um dos corredores vazios do 32º andar. Estava concentrada, limpando os vidros, quando sentiu uma presença atrás de si.

— Está fugindo de mim? — a voz dele veio suave, mas firme.

Ela se virou devagar, o pano ainda nas mãos.

— Eu só... achei que fosse melhor manter distância.

— Por quê?

Ela hesitou.

— Porque nós somos diferentes, Arthur. Muito diferentes.

Ele deu um passo à frente, observando o rosto dela com intensidade.

— Eu nunca conheci alguém como você, Luna. E acredite... isso me assusta.

— Eu também estou assustada.

Um silêncio se formou entre os dois, carregado de tensão. Arthur deu mais um passo. Estavam tão próximos agora que podiam sentir a respiração um do outro.

— Eu não sei exatamente o que estou sentindo... — ele confessou, os olhos fixos nos lábios dela. — Mas é novo. É forte. E é só com você.

Luna engoliu em seco, o coração batendo forte.

— Arthur...

— Sim?

— Você já... sentiu desejo por alguém?

Ele arregalou os olhos, pego de surpresa. A resposta veio baixa, quase como um sussurro envergonhado.

— Não. Até agora.

Os olhos de Luna brilharam. Ela viu ali, naquele homem aparentemente inabalável, um garoto inseguro pedindo permissão para sentir. E isso a tocou mais do que qualquer declaração de amor.

Ela sorriu, suave.

— Então respira fundo, Arthur... porque o desejo vai vir como um furacão.

Ele não respondeu. Só a olhou como se ela fosse o universo inteiro.

 

Naquela noite, deitado em sua cama, Arthur tocou os próprios lábios, lembrando-se do quase-beijo que não aconteceu. E sentiu, pela primeira vez na vida, uma vontade incontrolável de tê-la nos braços.

Desejo. Puro e inesperado.

E ele sabia que estava apenas começando.

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Comments

Ana Lúcia De Oliveira

Ana Lúcia De Oliveira

tão lindo, parabéns autora, tenho certeza que estou lendo uma linda história

2025-04-11

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