Capítulo 4 – A Primeira Vez Que Sonhei com Você
Arthur Mancini era um homem de rotina. Dormia todos os dias às 22h, acordava às 5h, corria, tomava café, e ia direto para o trabalho. Seus sonhos, quando apareciam, eram frios, sem rostos, apenas memórias desconexas de números e responsabilidades.
Mas naquela noite, tudo mudou.
Luna estava em seus sonhos.
Vestida de branco, com os cabelos soltos e os pés descalços, ela sorria para ele em um campo aberto. O vento bagunçava seus cabelos, e ela o chamava com os olhos. Arthur andava até ela, e quando estendeu a mão para tocá-la, ela sumia no ar.
Ele acordou com o coração acelerado, suando frio. Levou alguns segundos para perceber que aquilo não era apenas um devaneio... era desejo. Era carência. Era paixão nascendo, mesmo que ele não entendesse como.
Naquela manhã, Luna também acordou diferente. Havia sonhado com Arthur. Estavam em um jardim, rindo, como se fossem íntimos. Ele a abraçava pelas costas e sussurrava promessas ao ouvido.
Ela sorriu ao lembrar, mas o sorriso logo sumiu.
— Não posso me apaixonar por ele... — murmurou, olhando para o teto da pequena casa que dividia com a mãe.
Mas já era tarde. Os sentimentos tinham criado raízes.
Na empresa, os olhares já começavam a notar a aproximação entre o CEO e a faxineira. Camila, a secretária, andava com os olhos cheios de veneno. Até Amanda, irmã de Arthur, percebeu algo e decidiu sondá-lo.
— Você anda diferente, maninho — ela comentou, entrando sem bater em sua sala.
Arthur fingiu estar concentrado nos papéis, mas não respondeu.
— Está mais leve. Mais... humano. Posso saber o motivo?
— Estou focado — respondeu ele, seco.
Amanda o estudou por alguns segundos e então soltou um sorriso malicioso.
— É a faxineira, né?
Arthur arregalou os olhos.
— Amanda...
— Relaxa. Eu não vou contar a ninguém. Só quero que você saiba que... se for ela que te faz sorrir desse jeito, então não lute contra isso.
Arthur ficou em silêncio. Mas por dentro, ele sabia: era a primeira vez que alguém invadia seus sonhos. A primeira vez que ele se permitia imaginar uma vida com alguém.
E esse alguém era Luna.
Naquela noite, ele deitou com um leve sorriso no rosto. E sonhou com ela de novo.
Mas dessa vez, quando estendeu a mão... ela ficou.
Capítulo 5 – Ciúmes no Ar
O clima na empresa estava começando a mudar. Pequenos olhares, cochichos pelos corredores, e principalmente a presença constante do CEO no andar de manutenção já não passavam despercebidos.
Luna tentava agir com naturalidade, mas cada vez que via Arthur se aproximar, sentia o coração descompassar. Ele não era apenas o chefe agora. Era ele. O homem que visitava seus sonhos e seus pensamentos mais íntimos.
Naquela sexta-feira, Rosa, a supervisora, comentou em tom de brincadeira:
— Olha só quem tá virando a queridinha do CEO... Vai acabar trocando a vassoura por salto alto, hein?
Luna riu, nervosa.
— Para, Rosa... não tem nada disso.
— Ah, minha filha, se ele olha pra todas como olha pra você, me avisa que eu boto um batom também!
As duas caíram na gargalhada. Mas o momento descontraído não passou despercebido.
Camila, a secretária de Arthur, ouviu a conversa ao passar pelo corredor. E seu sangue ferveu. Ela nutria uma paixão secreta (e doentia) por Arthur há anos. Vê-lo sorrindo por causa de uma faxineira era simplesmente insuportável.
Mais tarde, enquanto Luna terminava de limpar a sala de reuniões, Matheus apareceu. Um estagiário bonito, falante, que vivia tentando puxar conversa com ela.
— Você está cada vez mais linda, sabia? — ele disse, com um sorriso cafajeste.
— Obrigada, Matheus, mas estou trabalhando, tá?
— Só estou dizendo o que todo mundo pensa. E... ouvi dizer que você anda íntima do chefão.
Luna o encarou, séria.
— Não é da sua conta.
Nesse exato momento, Arthur apareceu na porta. Observou a cena em silêncio, os olhos fixos em Matheus. Ele não disse nada. Apenas entrou calmamente e encarou Luna.
— Posso falar com você, Luna?
Matheus arregalou os olhos e saiu, sem graça. Luna sentiu o corpo inteiro tremer.
— Claro... — respondeu, baixinho.
Arthur a conduziu até a sala de vidro ao lado. Assim que a porta se fechou, ele se virou, visivelmente incomodado.
— Quem era aquele?
— Um estagiário. Matheus. Por quê?
Arthur passou a mão pelos cabelos, frustrado.
— Ele estava flertando com você.
— E daí?
— E daí que... — ele hesitou, lutando com as próprias emoções. — Eu não gostei.
Luna cruzou os braços, olhando para ele com firmeza.
— Você está com ciúmes, Arthur?
Ele não respondeu de imediato. Apenas encarou os olhos dela como se procurasse permissão para ser vulnerável.
— Sim. Estou.
Luna sentiu o estômago gelar. Ele estava mesmo sentindo ciúmes... por ela.
— Você não tem esse direito, Arthur — disse, com delicadeza, mas com firmeza. — A gente mal se conhece.
— Então me deixe conhecer você, Luna. Eu não quero mais ficar longe.
O silêncio entre eles foi cortado apenas pelos batimentos acelerados de dois corações.
E naquele instante, Arthur deu o primeiro passo: tocou a mão de Luna com os dedos. Foi leve, mas cheio de intenção.
Luna não puxou. Não recusou. Mas também não retribuiu. Ainda.
Ele teria que conquistar cada pedacinho dela. E ela... já estava começando a gostar da ideia.
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Atualizado até capítulo 38
Comments
Ana Lúcia De Oliveira
estou amando,a delicadeza e a inocência dele, nunca li um livro assim, parabéns autora
2025-04-11
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