Capítulo 6 – O Toque da Primeira Vez
Arthur nunca havia tocado uma mulher com desejo. Os poucos contatos físicos ao longo da vida sempre foram formais, rápidos, controlados. Mas o toque na mão de Luna — aquele toque leve, quase tímido — parecia ter eletrificado cada célula do seu corpo.
Ele mal dormiu naquela noite.
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Luna, por sua vez, estava confusa. O jeito como Arthur a olhava, a forma como ele confessou o ciúmes, o toque sutil... tudo indicava que ele queria algo mais. Mas será que era capaz de lidar com um homem como ele?
Ela era simples. Ele era CEO de uma multinacional.
Ela morava em um bairro popular. Ele num apartamento de cobertura com vista panorâmica.
E, mesmo assim... ele a fazia se sentir única.
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Na manhã seguinte, Luna limpava o hall do andar executivo quando ouviu passos atrás de si. Antes de se virar, já sabia quem era. O cheiro do perfume, o som dos sapatos italianos... Arthur.
— Bom dia — ele disse, em um tom mais suave do que o habitual.
— Bom dia, chefe.
— Ainda vai continuar me chamando de chefe?
Ela se virou, encarando-o com um sorrisinho.
— Então como quer que eu te chame?
Ele se aproximou, devagar. Parou tão perto que ela pôde sentir o calor do corpo dele.
— Quero que me chame de Arthur... quando estivermos a sós.
Luna sentiu as bochechas corarem, mas assentiu.
— Tudo bem... Arthur.
Ele sorriu, satisfeito.
— Vim te agradecer... pelo toque de ontem.
Ela arqueou a sobrancelha, surpresa.
— Agradecer?
— Foi a primeira vez que toquei alguém e senti paz. Foi... especial.
Luna sentiu o coração se derreter. E, num impulso quase inconsciente, levou a mão até o rosto dele. Os dedos roçaram a barba bem feita. Arthur prendeu a respiração. Era a primeira vez que alguém o tocava ali com carinho.
— Você nunca foi beijado, né? — ela perguntou, com delicadeza.
Ele balançou a cabeça, em silêncio.
Luna sorriu, e deu um passo à frente, ficando a poucos centímetros dele.
Seus dedos ainda tocavam o rosto dele quando murmurou:
— Não tenha medo, Arthur. A primeira vez pode ser linda… se for com a pessoa certa.
Arthur inclinou o rosto levemente, como quem queria mais daquele contato. Mas não a beijou. Ainda não.
Apenas encostou a testa na dela e fechou os olhos.
Foi o toque da primeira vez. Não um beijo. Não um ato físico completo. Mas um toque íntimo de alma para alma.
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E naquele instante, ele soube: estava se apaixonando.
Capítulo 7 – O Primeiro Encontro Fora da Empresa
Desde aquele toque suave, os dias passaram com uma energia diferente. Arthur parecia mais leve, mas também mais ansioso. As reuniões importantes não o interessavam tanto quanto esbarrar com Luna pelos corredores. E ela... começava a sorrir mais. A vida parecia mais doce desde que ele passou a fazer parte dela.
Mas os dois sabiam que, se queriam algo além de olhares e toques discretos, precisariam sair daquela bolha corporativa.
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Na sexta-feira, ao final do expediente, Luna arrumava o depósito de materiais quando ouviu uma batidinha leve na porta.
Era Arthur.
Ele vestia uma camisa azul-marinho dobrada até os cotovelos e um par de jeans escuros — sem terno, sem gravata. Parecia... normal. E absurdamente bonito.
— Está ocupada agora? — ele perguntou, com um leve sorriso.
— Acabei agora mesmo. Por quê?
— Pensei... talvez... você queira sair pra tomar um café comigo. Fora daqui.
Luna mordeu o lábio, surpresa.
— Um encontro?
Arthur assentiu, sem desviar o olhar.
— Sim. Um encontro de verdade. Só eu e você. Sem crachás. Sem rótulos.
O coração dela disparou.
— Eu aceito.
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Eles foram a um café pequeno e charmoso num bairro tranquilo da cidade. Arthur havia pesquisado por dias um lugar simples, mas especial. Queria que Luna se sentisse à vontade. E ela se sentiu.
Sentaram-se numa mesa próxima à janela, e por duas horas conversaram como velhos amigos. Ele contou sobre sua infância solitária, sobre como herdou a empresa do pai, e sobre o medo de decepcionar a todos.
Luna contou sobre a mãe doente, os empregos que teve, o sonho de estudar psicologia. Arthur a escutava como se cada palavra fosse ouro. E ela se sentia ouvida de verdade pela primeira vez.
— Você é diferente de tudo o que eu imaginava — ele disse, observando o jeito como ela mexia no copo de cappuccino.
— Você também. Achei que fosse frio. Intocável.
— Eu era. Até você chegar.
Luna sorriu, tímida.
— E agora?
— Agora... estou derretendo.
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Na saída, ele a acompanhou até o ponto de ônibus, mesmo oferecendo o carro com motorista, o que ela recusou.
— Não quero virar notícia no elevador — brincou ela.
Os dois riram. E ali, sob a luz de um poste amarelado, Arthur segurou a mão dela com delicadeza.
— Obrigado por sair comigo, Luna.
— Eu que agradeço. Foi... especial.
Ele hesitou por um instante, depois se aproximou lentamente. Não beijou seus lábios. Ainda não. Mas beijou a testa dela, com ternura.
Foi um gesto simples. Mas, para Luna, foi como se o mundo inteiro tivesse parado.
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Arthur voltou para casa com um sorriso idiota no rosto e um sentimento novo no peito: esperança.
Luna dormiu naquela noite com o coração leve. E o nome dele repetindo-se como uma prece em seus sonhos.
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Atualizado até capítulo 38
Comments
Ana Lúcia De Oliveira
Amando o primeiro encontro 😍😍😍😍😍
2025-04-11
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