Dominic

Que maldito silêncio, não gosto quando Nic fica muito quieto. Voltei para o escritório, gosto de manter minha mente focada para não pensar em coisas que não deveria fazer. Estou monitorando o celular da Samantha, mas ela não está usando muito.

Tem apenas umas mensagens no grupo de amigas dela e mais nada. Ela não publicou nada em suas redes sociais e não respondeu às muitas mensagens no seu pv.

— Dom? Está me ouvindo? — olho para frente e ajusto o óculos que estava deslizando para baixo.

— O que você quer, Jason? — pergunto entediado.

— Não vai nos contar como foi com a sua morena misteriosa? — Jason pergunta.

— Nós lhe contamos tudo o que aconteceu com a nossa ruivinha. — Jack fala se sentando de frente para a minha mesa.

— Problema de vocês, por um acaso os obriguei a falar alguma coisa? Quero trabalhar, fora os dois. — eles me ignoram e iniciam uma conversa entre si.

— Jason, creio que não rolou sexo nesse encontro dele com a morena misteriosa.

— Sim, Jack, tenho certeza que foi isso. Porque se tivesse rolado ele estaria feliz e não mal humorado. O que nos faz questionar: será que nosso primo perdeu o jeito mesmo?

— Já que vocês não saem daqui, saio eu.

Me levanto e caminho para fora do escritório. Não dava para ficar lá com aqueles dois, acabei voltando para o apartamento em que fiquei com a Sam. Não sei porque venho para cá, esses malditos pés me trazem de volta para cá sem o meu consentimento.

Me jogo no sofá e coloco o braço sobre o meu rosto, lembranças dos nossos momentos quentes atravessam meus pensamentos até que sou tirado desse momento pelo som de um bip no meu celular… É ela? Mas como conseguiu meu número? A explicação veio na mensagem.

— “Desculpa por estar enviando mensagem para você. Pedi para a minha amiga pegar seu número com os seus primos para mim. Vou direto ao ponto: quero sua conta bancária para devolver o dinheiro, não quero e não irei ficar com ele. Já tentei fazer o estorno para você, mas não estou conseguindo e o dinheiro volta em instantes para a minha conta.”

Ela quer devolver o dinheiro? Por que está fazendo isso? Assinamos um contrato e ela precisa ficar com o dinheiro.

— “Não aceito o seu estorno. Nós assinamos um contrato e precisa ser cumprido.”

— “Você por um acaso sabe ler? Eu disse que não quero o seu dinheiro.”

— “Você está bem?” — não resisti em perguntar.

— “Isso é piada? Não mude o rumo da conversa. Se não me der o número da sua conta bancária vou sacar esse dinheiro e deixá-lo numa mala na porta da sua empresa com o seu nome nela.”

— “Creio que terei que enviar uma foto de outra cláusula específica para você.”

— “O que? Como assim?”

— “Está escrito que se insistir em me devolver o dinheiro terá que me pagar três vezes mais do que eu paguei. Não pode ser parcelado e sim ressarcido no mesmo instante o valor integral.”

— “Isso é mentira! Não li essa cláusula.”

Enquanto falo com ela, estou com meu notebook aberto adicionando essa cláusula no contrato dela e imprimindo. Assim que consigo imprimir mando a foto da cláusula para ela.

— “Como pode ver a cláusula está aí.”

— “Isso é loucura, jamais vou conseguir juntar esse dinheiro para te devolver.”

— “Simples, não devolva. Se quiser trabalhar, a vaga de assistente ao meu lado está disponível, o salário é bom e não trabalha feriados e finais de semana.”

— “Dispenso, já passei tempo demais ao seu lado. Adeus, Torrance.”

Ela simplesmente me bloqueia depois disso. Qual é o problema dela? Tudo o que fiz foi para afastá-la do Nic que não entende o fato de deixá-la decidir o que é melhor para ela.

Fico frustrado até perceber que não preciso, já que tenho o celular dela espelhado no que está comigo. Vou acompanhar sua rotina por aqui.

Se passam alguns dias, Sam conseguiu um novo emprego em uma loja de roupas. O único problema é o horário que ela sai, por alguma razão estúpida a colocaram para fechar a loja às dez da noite e pelo visto ela precisa repor as peças que foram tiradas dos lugares por clientes e só depois disso pode ir embora.

Ela acaba saindo da loja depois das onze e meia da noite e anda até um lugar onde pode pegar uma condução para casa. Com tudo isso acabo seguindo ela de longe até que entre no ônibus e vá para sua casa.

A noite hoje está mais fria que o comum, ela está usando calça jeans e uma jaqueta grossa lilás. Na sua cabeça uma touca na cor da jaqueta, fones no ouvido e seus passos quase seguem o ritmo da música que está ouvindo.

Estou a alguns passos de distância dela até que a mesma para e eu me escondo atrás de uma lixeira alta, consigo ver o momento em que ela olha para trás até que começa a chuviscar e ela volta a andar. Nesse momento um homem sai de uma rua e começa a segui-la mais de perto.

Apresso meus passos quando vejo ele esticar um braço para segurá-la. Agarro o pescoço dele antes disso e o puxo para um beco socando seu corpo com força contra a parede. Ele me olha e pergunta:

— O que pensa que está fazendo?

— Pensou mesmo que poderia tocar na minha garota? — Nic está de volta.

— Sua garota? Eu a conheço e só iria cumprimentá-la. Está ficando louco?

— Sério? Qual é o nome dela então?

— Ashley… Darlla… Eu estou nervoso. Você está me deixando nervoso.

— Vamos começar pelo que iria fazer com a minha garota. Pretendia trazê-la para esse beco? E depois, o que iria fazer com ela?

O homem tira aquela imagem de medroso e curva o sorriso de um jeito macabro ao responder:

— Nós podemos dividir, sei que também estava seguindo ela há alguns dias. Eu vi você. Podemos foder aquela puta e depois matamos ela, vou ser legal com você e deixá-lo fuder ela primeiro, que tal?

Agora quem sorri sou eu. Ele fica sem entender nada até que começa a rir também e eu paro. Acerto a cara dele com um soco tão forte que quebra o nariz dele de imediato.

A água da chuva se mistura com o sangue na cara dele. Acerto seu saco com tudo fazendo o homem cair no chão com as mãos entre as pernas urrando de dor. Eu me abaixo e sussurro:

— Diga oi ao diabo por mim quando chegar no inferno.

Depois disso começo a chutar o homem, pisar por todo seu corpo até que seu peito pare de mexer. Acho que Dom está feliz por eu estar de volta.

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