Jason

Não consigo acreditar que encontramos nossa bonequinha. Para nossa irritação ela trabalha em lugar que todos os clientes admiram seu corpo, seu perfume e sua voz. Meu irmão e eu não curtimos que nossa garota seja venerada por outros além de nós e ela trabalhando aqui será um problema.

— Temos que dar um jeito de tirá-la daqui. — Jack sussurra enquanto seguimos ela para a área vip que conhecemos bem.

— Um emprego na empresa com um salário que ela jamais ganharia aqui cai bem e acho que tenho um plano.

Seguimos para uma sala aconchegante rodeada de vidro fumê onde é possível ter privacidade e ainda assim ver o que acontece pelo bar. Tem alguns sofás aconchegantes aqui com almofadas coloridas, uma luz neon azul claro no teto dando ainda mais charme ao lugar.

— Pronto, essa é a melhor sala que temos. O que vocês vão querer para beber? — ela está muito nervosa e não olha nos nossos olhos.

— Você! Pode ser? — Jack pergunta e ela dá um passo para trás.

— Não precisa ter medo de nós, bonequinha. Estamos aqui para lhe oferecer a melhor proposta da sua vida além de descobrir porque saiu do nosso apartamento como uma fugitiva e como descobriu nossa senha.

— Não é óbvio? — Jack olha para mim e eu para ele, em seguida nosso olhar de dúvida vai para ela — Pensei que era sexo de uma noite e que no dia seguinte vocês não iriam querer me ver.

— Por que pensou isso, ruivinha? — Jack pergunta, se aproximando dela e eu também.

— Eu vi o apartamento de vocês, não são como eu e não vem de onde eu vim. Pensou que eu iria me iludir e pensar que aquela noite de sexo poderia se repetir? Sou pobre, não sonhadora.

— Creio que precisa nos conhecer melhor, não somos o tipo de homem que vai julgar você por ter ou não dinheiro.

— Eu não posso ficar aqui a noite toda, preciso voltar para o balcão. Me digam logo o que vocês vão querer beber?

— Traga para nós uma garrafa da bebida mais cara que você tiver e três copos!

Ela sai e Jack olha para mim ansioso e apreensivo. Sei que ele quer saber a resposta dela para nós, queremos um relacionamento com ela.

— O que você fez? Por que pediu para ela sair se nem terminamos de falar com ela?

— Meu irmão, meu plano é o seguinte: estamos sem assistente porque de fato não precisamos de uma ou melhor não precisávamos. Entendeu?

— Que garoto esperto! Teremos uma e podemos oferecer dois salários já que ela vai trabalhar para nós dois.

— Creio que nós dois sejamos espertos, nossa ligação está afiada hoje. Exatamente isso, vamos dar para ela algo tentador demais para ser recusado e com isso convencê-la a se relacionar com nós dois.

— Depois de anos de pegação vamos sossegar com uma, isso merece ser comemorado.

— E nós vamos. — ficamos em silêncio quando ela volta com o que pedimos.

— Aqui está, esse é nosso whisky mais caro. Agora vou voltar para o balcão, se precisarem de mim tem uma campainha naquele canto ali. — ela aponta para o canto da sala.

— Nós ainda não terminamos de conversar, ruivinha. — ela olha frustrada para Jack.

— O que mais vocês querem?

— Saber como conseguiu a senha do nosso apartamento, bonequinha?

— Isso? Vocês são muito descuidados, não deveriam deixar a data de aniversário de vocês como senha da porta de entrada! Eu apenas descobri a data do aniversário de vocês olhando pela casa e arrisquei os números. Mas se isso for um problema para vocês é só trocar a senha que não entrarei lá, na verdade não tenho intenção de voltar lá mesmo.

— Não iremos trocar e gostamos que você saiba. Memorizou o endereço também? — Jack pergunta ansioso.

— Vocês não são normais! Uma estranha sabe a senha da porta de vocês e o endereço e estão animados com isso?

— Você não é uma estranha, bonequinha! Passou uma noite íntima e quente com nós dois ou esqueceu disso?

Ela abre a garrafa ignorando minha pergunta e servindo uma dose para nós, em seguida pega os copos e entrega em nossas mãos enquanto fala:

— Suponho que vocês precisem beber para que voltem à realidade.

Jack e eu nos olhamos, a piscada de complacência é quase impossível de não dar, bebemos a bebida em apenas uma golada e cercamos ela com nossos corpos.

— O que vocês… — ela se cala quando nossos lábios tocam os ombros dela. Jack o direito e eu o esquerdo subindo de forma sincronizada até seu pescoço — Pa-parem, por-por favor.

Nossas mãos deslizam pela cintura dela e logo escutamos um gemido baixo de seus lábios. Ela joga a cabeça para trás e apoia no meu peito.

— Essa é a nossa realidade, bonequinha. — sussurro no ouvido dela que acaba com a mão apertando a minha coxa — Estou vendo que é a sua também.

— Gosta de ser possuída por nós dois? Gosta do nosso calor e do nosso toque, ruivinha?

— Quem? O que? — ela está tão inebriada com o momento que se mostra claramente confusa, alheia de tudo à nossa volta.

Nós nos afastamos apenas para segurar as mãos dela e fazê-la sentar em um sofá de três lugares. Com ela no meio Jack pega seu braço direito e eu o esquerdo beijando das pontas dos dedos até o lóbulo da sua orelha.

— Pelo visto vocês querem mais uma noite comigo, é isso? — ela pergunta ofegante e com dificuldade.

— Queremos todas as suas noites, ruivinha! Quer ser nossa namorada?

Assim que Jack pergunta Nala abre os olhos como se voltasse para a realidade, ela se levanta rapidamente ficando de frente para nós ao perguntar:

— Vocês estão ficando malucos? Querem mesmo dividir a mesma mulher mesmo sendo irmãos? Não sentem ciúmes?

— Ciúmes sentimos quando aquele otário no balcão estava flertando com você, bonequinha! Entre nós dois nunca haverá ciúmes.

— Porque dois homens lindos e ricos como vocês iriam querer namorar uma mulher como eu?

— Agora sou eu que pergunto: não é óbvio, ruivinha? Você é a explosão que faltava nas nossas vidas, é incrível, queremos venerá-la.

— Vocês precisam de mais que isso para me convencer.

— Como quiser, bonequinha. Podemos começar pelo seu novo emprego, nossa assistente. Terá dois salários já que irá trabalhar para nós dois e não vai precisar voltar para esse lugar. Pode começar amanhã mesmo.

— Querem que eu me demita daqui e do restaurante?

— Você trabalha em dois empregos? — Jack pergunta sem acreditar — Tudo bem, o que vai fazer para nós é quase o mesmo, só que no horário comercial e terá sua noite livre… Para nós.

— Acho que entendi, vão me contratar para ganhar o que eu nunca ganhei na vida apenas para servir vocês dois todas as noites. Dispenso, vou continuar como estou.

— Acho que você não ouviu a proposta toda, bonequinha. Você vai ditar as regras desse relacionamento, só iremos para a cama se você quiser, se quiser sair para uma noite na cidade é o que iremos ter o prazer de fazer com você.

— Oi? Querem ser tipo meus submissos? É isso?

Ela volta a se sentar entre nós dois, parece um pouco atordoada com a situação. Ela coloca as duas mãos na cabeça olhando para o chão e Jack pergunta:

— Algum problema nisso, ruivinha? Suponho que seria vantajoso para nós três enquanto namoramos.

— Eu só… Preciso entender que isso não é um sonho louco em que vou acordar a qualquer momento com meu despertador gritando a minha realidade.

Tiro um cartão da minha carteira com o meu número e do Jack e entrego para ela que olha para mim um pouco perdida.

— Faça um grupo no seu telefone com nós três, te daremos um tempo para pensar. Estaremos esperando a sua resposta ansiosos, bonequinha.

Ela pega o cartão da minha mão e sai da sala vip, olhando algumas vezes para nós dois que estamos sentados no mesmo lugar.

— Vamos beber? — Jack pergunta.

— Vamos beber!

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