Dominic

Sinto o sangue viscoso entre meus dedos enquanto seguro minha garganta. Ela está no chão, nua e ensanguentada depois das quinze facadas que dei em seu coração. De repente seus olhos se abrem e me encaram com o sorriso que eu aprendi a odiar depois de amar.

Desperto suando muito, é só mais um dos meus pesadelos recorrentes de quando matei minha madrasta que abusava de mim quando meu pai viajava a trabalho. Eu tinha catorze anos quando tudo começou, meu pai se casou com uma mulher jovem de vinte e dois anos.

Quem não iria querer se casar com o rei dos motores, um bilionário que apesar da idade parecia ser mais novo? Ele atraiu a atenção de uma mulher que tinha seus próprios planos.

Quando ela me conheceu abriu um sorriso enorme, eu já era bem alto, puxei ao meu pai na genética. Mas mesmo alto só tinha catorze anos, ela se casou com o meu pai seis meses depois do meu aniversário de catorze anos.

Quem iria imaginar que ela era uma predadora sexual? Enfim, no meu aniversário de dezesseis anos cansei daquilo tudo, ela me queimava com babyliss nos braços, na bunda e onde mais queria. Me colocava de quatro e dava cintadas em mim, amarrava meu saco e apertava, entre outras torturas além do sexo.

Meu pai tinha viajado com a promessa de voltar e comemorar meu aniversário comigo. Mas eu já estava cansado das torturas físicas e psicológicas, estava cansado de ser usado e abusado por ela então guardei uma faca embaixo do meu travesseiro.

Ela entrou nua no meu quarto como sempre, veio para cima de mim foi quando eu puxei a faca. Acertei ela três vezes até que a faca escorregou e ela pegou passando na minha garganta. Pensei que minha vida acabaria ali, entramos em outra luta, quando consegui pegar a faca não pisquei, me sentei em cima dela e foi libertador.

Cada facada por cada tortura, cada abuso, foi perfeito. Mas eu estava perdendo sangue, o corte parecia profundo, eu apenas deitei ao lado dela e fechei meus olhos.

Quando despertei presenciei uma briga feia entre meus pais, meu pulso está algemado à cama e eu tento chamar por eles.

— A culpa é sua, Ryan. Eu não devia deixar meu filho com você, me fez acreditar que seria melhor para ele e olha o que aconteceu.

— Safira, eu já te falei que não sei o que aconteceu, não sei o que levou ele a matar a Letícia. Vamos esperar ele despertar.

— É sério, Ryan? Ela estava nua no quarto do nosso filho, aquela desgraçada abusava dele debaixo do seu teto. E aquelas marcas nele, vai ter uma explicação também? Ou foi você que fez aquilo com ele?

— Mãe, meu pai jamais levantou um dedo para mim. — falo com muita dificuldade.

— Dom, meu filho, o que aquela cadela te fez? Por que matou ela?

— Safira, ele já se esforçou demais, deixe as perguntas para amanhã.

— Não fala comigo, Ryan, meu filho vai para a minha casa quando sair daqui.

— Sou o responsável legal por ele e não esqueça que infelizmente ele ainda precisa responder pelo crime.

— Somos responsáveis por ele, só permiti infelizmente que ele morasse com você. Mas vou resolver isso logo.

Não… Não quero morar com a minha mãe, eu gosto do meu pai. Eu pensei naquele momento, mal sabia eu que passaria os próximos três anos da minha vida numa clínica psiquiátrica. Decisão da justiça após um psiquiatra que foi subornado pelo meu pai afirmar que tive um surto psicótico depois de tanto tempo de abuso físico, sexual e mental.

Quando saí da clínica fui direto para a casa do meu pai, teve outra briga feia entre ele e minha mãe. Ela não queria permitir que eu continuasse com ele, mas eu já estava com dezenove anos e ela não podia decidir nada por mim.

Cinco anos depois perdi minha mãe num acidente aéreo. Meu pai já tinha me colocado ao lado dele na empresa e me ensinando tudo o que eu precisava saber sobre a produção de diversos motores que eram vendidos para todo o mundo. Quando fiz vinte e cinco assumi o controle de tudo.

Meu pai descobriu tarde demais um câncer na próstata e fiquei ao seu lado até seu último suspiro. Tanto ele quanto a minha mãe me deixaram uma herança enorme.

Minha vida profissional sempre foi perfeita, mas minha vida social não era tão boa. Meus primos e melhores amigos gêmeos, Jack e Jason, estão sempre tentando me tirar da minha zona de conforto para conhecer mulheres.

O problema em conhecer mulheres é ser tocado por elas, toda vez que acontece sinto a dor da tortura queimar meu corpo. Não consigo fazer nada, sempre deixo elas com dez mil no bolso num quarto de hotel.

Dias atuais…

— Temos uma festa para ir hoje a noite e você vai com a gente. — Jack fala soltando o nó da gravata enquanto se senta no sofá do meu escritório.

— Eu já falei para vocês que não gosto de sair, não gosto de pessoas, não gosto da sociedade. Esqueceu o que aconteceu da última vez que me fizeram sair?

— Por que matou aquele cara? Ele só esbarrou em você e derramou uma bebida na sua calça, não precisava matá-lo no soco.

— Sabe que ele não foi o único e nem o primeiro. Não sou sociável e não devo frequentar ambientes com seres tão irritantes.

— Jack, já avisou para ele? — Jason entra também afrouxando o nó da gravata dele.

— Já, Jason, mas acho que vamos ter que chamar o Diógenes. Creio que nosso primo vai matar mais alguém essa noite.

— Só vou matar se vocês insistirem na minha presença nessa festa idiota. — falo sem tirar os olhos da tela do meu computador.

— Jack, falou para ele que será uma festa dedicada ao Dark Romance e que seremos personagens malvados que vão assustar e seduzir as mulheres? — paro de digitar e olho para Jason — Nós poderemos usar máscaras, temos que trajar preto e ser o terror e desejo de algumas mulheres.

— Usar máscaras? — pergunto com um dedo no meu queixo.

Se eu matar alguém essa noite não irei precisar do Diógenes para limpar a minha bagunça como sempre. Depois da morte do meu pai acabei conhecendo um mafioso chamado Diógenes Maltês e firmando parceria com ele no submundo.

— Se insistem tanto eu vou, mas não me responsabilizo pelo que acontecer depois que a máscara estiver no meu rosto.

Dou um sorriso frio para eles e depois volto a minha atenção para o meu computador. O que essa noite me reserva?

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Comments

Patrícia Franco

Patrícia Franco

começando além agora e já estou gostando muito parabéns autora 👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾😊

2025-03-22

8

Solange Coutinho

Solange Coutinho

Adriana Pessanha tambem li essa historia só nao me lembro o nome

2025-04-12

0

Elenilda Soares

Elenilda Soares

eita eita eita quê ele é um psicopata

2025-03-22

1

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