Samantha

O jeito que ele me olha faz parecer que acabei de vender minha alma para o diabo em pessoa, até seu sorriso me faz queimar de um jeito que nunca senti antes. Dominic caminha na minha direção quase contando os próprios passos de tão lento o que torna tudo uma tortura para mim.

Quando ele chega perto de mim se inclina para frente até que estamos com nossos rostos bem próximos e pergunta:

— Posso tocar em você, Sam? — Sua pergunta saiu como um sussurro enquanto olha nos meus olhos.

— Sim, Torrance! — com a minha resposta ele se aproxima.

Ele passa seus lábios na minha bochecha trilhando um caminho até meu pescoço e sinto sua respiração mais intensa ali até que ele pergunta:

— Que perfume você usa? — sinto uma ebulição dentro de mim começando entre minhas pernas e subindo pelo meu corpo.

— Eu… Não lembro o nome! Ganhei de presente faz um tempo e como gostei muito só uso para sair. Mas como ainda está sentindo? Passei quando estava na minha casa antes de ir trabalhar.

— Sua pele tem esse cheiro, consigo sentir até a nota mais doce desse perfume. É o primeiro perfume feminino que me atrai, os outros me deixavam enjoado.

Ele fala enquanto seu nariz ainda está na minha pele, junta seu hálito quente contra minha pele e seu nariz fungando meu pescoço acabo fechando meus olhos e sentindo meu corpo mole.

Tento me manter firme para que ele não perceba o que isso está fazendo comigo, mas só piora quando ele dá a volta no meu pescoço sem perder o contato com a minha pele apenas para mudar de lado.

— Senhor Torrance… — minha frase morre pela metade quando ele fala fazendo vibrar seus lábios no meu pescoço:

— Dominic ou Torrance, Sam. Nada de senhor Torrance ou vou te fazer lembrar como deve me chamar todas às vezes que cometer esse engano.

— Se afasta um pouco, por… Por favor, Torrance.

— Você está estranhamente quente, febril. Que interessante, Sam.

— Sa-Samantha, Torrance, Samantha.

Eu estou enlouquecendo, meu cérebro virou jujubas e esse homem não se afasta. O calor entre minhas pernas está aumentando cada vez mais e tudo piora quando sinto a língua dele na minha pele enviando um pequeno choque por todo meu sistema nervoso. Sinto entre minhas pernas fisgar, tremer e pulsar com esse simples gesto.

— O que… Torrance. — tento me afastar e acabo deitada na cama, ele vem por cima de mim engatinhando feito um gato e volta para o meu pescoço — No contrato não dizia que poderia encostar sua língua na minha pele. E sai de cima de mim.

— Só estou em cima de você porque deitou na cama. Se assim está mais confortável para você por mim tudo bem. Estou apenas provando a sua pele, Sam, não vou te morder… A não ser que você queira. — ele se afasta poucos centímetros para me olhar nos olhos — Você quer?

Não consigo verbalizar a resposta, apenas balanço a cabeça negando como se fosse um robô dada a minha dificuldade de raciocinar no momento.

Dominic volta para o que estava fazendo e agora seus lábios quentes estão no meu ombro. Meus olhos reviram contra a minha vontade e esse traidor do meu corpo se inclina para ele fazendo nossos corpos se tocarem.

E algo estranho acontece, ele se aperta contra mim, sinto sua pélvis contra a minha e seu corpo cede contra o meu. Não acredito no que estou sentindo e não resisto em perguntar:

— O que é isso, Torrance? Você tem uma terceira perna por um acaso?

Ele enterra o rosto no meu pescoço e começa a rir, mas eu não estou rindo, pelo contrário, estou assustada. Ele se levanta e me puxa para ficar de pé.

— Não faça o que fez agora pouco, vou entender que está querendo se entregar para mim e pode ter certeza que a levarei para o inferno sem direito a perdão divino para voltar pro céu.

Dominic continua me tocando, agora nos braços, sinto arrepios e calafrios. Preciso manter meu foco em outra coisa para não ter a porra de um orgasmo com esse maluco que pensa ser meu dono por sete dias.

Meus olhos vão para suas tatuagens, ele tem algumas em pontos específicos. Mas algo me chama a atenção, tem marcas estranhas por trás de cada tatuagem e inconscientemente meus dedos vão para uma delas.

Sinto o corpo do Dominic dar um solavanco com o meu toque, quando olho para cima ele está olhando para onde estão meus dedos, seu olhar está atento. Continuo passando meu dedo ali por um tempo tentando identificar o que é aquilo.

Mas mãos enormes puxam meu rosto me fazendo olhar para cima, ele me encara de um jeito predatório. Seus olhos caminham dos meus até meus lábios e sem esperar mais nada Dominic me beija.

Ele gira nossos corpos e caminha me empurrando para algum lugar até que sinto meu corpo encostar na enorme janela de vidro. Dominic está inclinado por causa do beijo, mas logo sinto suas mãos me puxarem para cima.

Mergulhei de cabeça no inferno e acabei no colo do capeta, estou com as minhas pernas entrelaçadas na cintura dele, suas mãos enormes exploram meu corpo como se estivesse procurando a cura para algo.

Meu quadril contra a minha vontade começa a se esfregar na enorme ereção dele, isso deve ter vinte e sete centímetros ou até mais, ele é grande e grosso. O que está acontecendo comigo?

Não deveria ceder a isso. Mas a língua dele me atiça tanto, puxa a minha e alisa, até o jeito que ele chupa minha língua faz meu corpo vibrar como a melodia de uma música sexy.

Não acredito, um orgasmo, estou tendo um orgasmo enquanto Dominic me beija. Não, isso não deveria acontecer. Estou ficando louca? Prendo a respiração para não gemer e ele não perceber o que acabou de acontecer, pelo menos eu rezo que não.

Ele está ofegante, com os olhos fechados e sua testa encostada na minha. Eu ainda sinto entre minhas pernas contrair e o membro dele pulsar, mas esqueci de voltar a respirar e vou ficando mole no colo dele.

— Samantha?

Ele chama por mim, mas meu corpo desabou contra o corpo dele e por uns minutos perdi a consciência. Isso que é um orgasmo de verdade?

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