Naquela noite, Sn se acomodou ao lado do avô, observando-o tomar o chá quente que havia preparado. Os olhos cansados do idoso demonstravam carinho e orgulho.
— Vovô, você tem que descansar bem. — Sn sorriu, segurando sua mão com delicadeza.
O avô assentiu, mas seu olhar voltou para Kang Jiho, que permanecia em pé, observando a cena. Havia algo diferente em seu olhar — uma promessa silenciosa.
Depois de alguns minutos, Sn ajeitou as cobertas do avô e o viu fechar os olhos. Ela ficou ali até ter certeza de que ele havia adormecido.
Jiho esperou pacientemente até que Sn se levantasse e saísse do quarto. Assim que ela fechou a porta, ele a encarou.
— Precisamos conversar.
Sn suspirou, cruzando os braços.
— Sobre o quê?
Jiho se aproximou lentamente, sua presença dominante preenchendo o ambiente.
— Sobre sua decisão. Você vai continuar trabalhando naquela boate ou vai aceitar minha oferta de uma vez por todas?
Sn desviou o olhar.
— Eu já disse que aceito trabalhar para você depois da boate.
Jiho estreitou os olhos, visivelmente descontente.
— Isso não é suficiente. Eu quero que você saia daquele lugar. Quero que trabalhe comigo de verdade. Eu pago o dobro. O triplo, se for preciso. Mas eu não quero você naquele palco.
Sn franziu a testa, sentindo-se pressionada.
— Você não tem o direito de decidir isso por mim.
— Tenho, sim. — Jiho afirmou com firmeza. — Porque eu sou a única pessoa que realmente se importa com você, além do seu avô.
Sn sentiu seu coração acelerar. As palavras dele a pegaram de surpresa.
— Eu sei me cuidar sozinha, Jiho. Eu faço isso há anos.
Ele riu, mas não havia humor em sua risada.
— Se soubesse, não estaria colocando sua vida em risco todas as noites.
Sn abriu a boca para rebater, mas Jiho deu um passo à frente, encurtando a distância entre eles. Seu olhar era intenso, quase perigoso.
— Você tem até amanhã para me dar uma resposta. Eu não vou insistir mais. Se decidir continuar naquela boate, eu não posso impedir. Mas se aceitar trabalhar comigo, vou garantir que você nunca mais precise se preocupar com dinheiro ou com o hospital do seu avô.
Sn sentiu um nó na garganta. Era uma escolha difícil.
Jiho respirou fundo antes de acrescentar:
— Pense bem, Sn. Você confia em mim ou não?
E com essas palavras, ele se afastou, deixando-a sozinha com seus pensamentos turbulentos.
Sn ficou parada no corredor, olhando para o chão. O que deveria fazer? Jiho estava lhe oferecendo segurança, estabilidade, mas também estava tentando controlar sua vida.
Ela voltou para o quarto do avô e se sentou ao lado dele, observando sua respiração tranquila. Ele estava tão frágil… tão dependente dela.
Sn suspirou e pegou o colar que Jiho lhe deu na infância. Seu coração estava dividido.
Na manhã seguinte, Sn acordou cedo e fez o café da manhã para o avô. Enquanto ele comia devagar, ela segurou sua mão.
— Vovô, você acha que devo aceitar a proposta do Kang Jiho?
O idoso a olhou com sabedoria nos olhos.
— Minha querida, você sempre foi forte. Mas às vezes, aceitar ajuda também é um ato de coragem. Se esse rapaz realmente quer te ajudar, por que não dar uma chance?
Sn abaixou a cabeça, mordendo o lábio.
— Eu só não quero me sentir presa…
O avô sorriu suavemente.
— Liberdade não é apenas sobre onde você trabalha, mas sobre quem você escolhe confiar. Se ele realmente se importa, ele não vai querer te prender, e sim te proteger.
Essas palavras ecoaram na mente de Sn pelo resto do dia.
No Escritório de Kang Jiho
Jiho estava sentado em sua cadeira de couro, impaciente. Ele não gostava de esperar. Seus olhos estavam fixos no relógio. Sn já deveria estar aqui.
Os seguranças abriram a porta, e então, ela entrou.
Jiho se levantou, seu olhar sério.
— Tomou sua decisão?
Sn respirou fundo antes de responder:
— Eu aceito sua oferta, Jiho. Mas com uma condição.
Ele arqueou a sobrancelha, intrigado.
— E qual seria?
Sn o encarou com firmeza.
— Eu quero ter minha independência. Trabalhar para você, mas do meu jeito. Sem controle excessivo. Sem me tratar como posse sua.
Por um momento, Jiho apenas a observou. Então, um sorriso de canto surgiu em seu rosto.
— Fechado. Mas saiba de uma coisa, Sn… eu nunca deixo quem é meu ir embora tão fácil.
O coração de Sn disparou. Ela sabia que estava entrando em um território perigoso. Mas já era tarde demais para voltar atrás.
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Atualizado até capítulo 41
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