Sn chegou apressada na entrada da boate, o vento frio da noite soprando contra seu rosto. Seu corpo estava exausto depois de um dia longo e preocupante no hospital.
Ao subir o primeiro degrau, seu tornozelo torceu levemente, e antes que pudesse se equilibrar, ela tropeçou e caiu diretamente contra um peito firme e quente.
— Mas que droga! — uma voz grave e furiosa rugiu no mesmo instante.
Sn arregalou os olhos ao perceber que havia caído em cima de um homem alto e imponente. Seu coração disparou ao sentir as mãos firmes dele segurando seus braços para evitar que ela caísse no chão.
Ela se afastou rapidamente, abaixando a cabeça em um reflexo automático.
— Desculpe, senhor! — disse, sua voz um pouco trêmula.
Jiho ajeitou seu terno escuro com um olhar irritado. Ele odiava ser tocado sem permissão, e a audácia daquela mulher o fez franzir ainda mais o cenho.
Mas, antes que pudesse dizer mais alguma coisa, um de seus seguranças se aproximou e sussurrou ao seu ouvido:
— Senhor… essa é a garota do ponto de ônibus.
O mundo de Jiho congelou por um segundo.
Seus olhos frios se estreitaram ao encarar Sn de cima a baixo. O olhar escondido por trás da máscara preta, o cabelo preso de forma simples, e aquele corpo…
Algo nele se acendeu.
Então, era ela.
A garota misteriosa que ele estava procurando.
Mas ela ainda não sabia quem ele era.
E isso tornava tudo ainda mais interessante.
Sn sentiu o olhar intenso do homem à sua frente e engoliu seco. Algo nele a fez sentir um arrepio na espinha, mas ela rapidamente abaixou a cabeça, tentando evitar problemas.
— Me desculpe, senhor. Eu estava distraída e acabei tropeçando…
Kang Jiho não respondeu de imediato. Ele continuou analisando cada detalhe dela, os olhos afiados como se pudessem perfurar sua alma.
— Hm… — Ele cruzou os braços, inclinando a cabeça ligeiramente para o lado. — Está com pressa?
Sn ergueu os olhos devagar, surpresa com a pergunta.
— Eu… sim. Preciso entrar para trabalhar.
O canto dos lábios de Jiho se curvou em um sorriso discreto, quase imperceptível.
— Trabalhar? Na boate?
Ela assentiu, sentindo-se estranhamente desconfortável com aquele interrogatório.
Os seguranças ao lado de Jiho trocaram olhares discretos, esperando pela reação de seu chefe. Um deles, mais ousado, sussurrou novamente:
— Senhor, agora temos certeza. É ela.
Jiho girou o copo de uísque que segurava e deu um pequeno gole antes de responder:
— Interessante…
Sn franziu a testa, sem entender a situação.
— Eu realmente preciso ir. Com licença.
Ela tentou passar, mas Jiho segurou seu pulso com firmeza, impedindo-a.
Sn arregalou os olhos e tentou se soltar.
— O que você está fazendo?
Jiho se aproximou, sua voz saindo baixa e perigosa:
— Eu tenho algumas perguntas para você.
Sn sentiu o coração disparar.
Aquele homem… por que estava tão interessado nela?
Antes que Sn pudesse reagir, Kang Jiho a puxou firmemente pelo pulso e a arrastou para dentro da boate. Ela tentou se soltar, mas a força dele era avassaladora.
— O que você pensa que está fazendo?! — Sn protestou, tentando se livrar do aperto.
Jiho ignorou seus protestos e abriu a porta do camarim dela com um empurrão. Assim que entraram, ele a soltou com um movimento brusco e trancou a porta atrás de si.
Sn recuou, colocando uma mão sobre o peito, sentindo seu coração disparado.
— Você enlouqueceu?! — Ela gritou, furiosa.
Jiho cruzou os braços, seu olhar frio e calculista perfurando-a.
— Eu quero saber quem é você.
Sn piscou, confusa.
— O quê?
Jiho deu um passo à frente, reduzindo a distância entre eles.
— Você… — ele apontou para ela — é a garota do ponto de ônibus. A mesma garota que estava segurando um colar.
Os olhos de Sn se arregalaram por um segundo. Ela rapidamente escondeu a reação, mas Jiho notou.
— Responda. — Sua voz saiu baixa, mas carregada de autoridade. — Quem te deu aquele colar?
Sn sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Como ele sabia do colar? Quem era esse homem, afinal?
Ela tentou disfarçar, cruzando os braços.
— Isso não é da sua conta.
Os olhos de Jiho brilharam com um misto de irritação e algo mais…
Determinação.
— Eu vou descobrir de qualquer jeito. — Ele inclinou a cabeça, analisando cada reação dela. — Mas acho que você já sabe a resposta, não é?
O coração de Sn bateu forte contra o peito.
Quem diabos era aquele homem… e por que ele parecia conhecer seu passado?
Kang Jiho se moveu rapidamente, ficando na frente da porta do camarim e bloqueando qualquer tentativa de fuga de Sn. Seu olhar era afiado, intenso, como se pudesse atravessá-la com a simples força da sua presença.
— Você não vai embora antes de me dizer quem te deu esse colar. — Sua voz saiu fria e imponente.
Sn sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas manteve a expressão firme. Ela ergueu o queixo, tentando não demonstrar sua confusão e o nervosismo que crescia dentro dela.
— Eu já disse, isso não é da sua conta.
Jiho estreitou os olhos, cruzando os braços.
— Não brinque comigo. Eu não sou um homem paciente.
Sn cerrou os punhos, sentindo sua respiração acelerar. Ela não sabia o motivo, mas aquele homem despertava algo nela… um sentimento incômodo, como se sua presença não fosse completamente desconhecida.
Ela olhou para o colar pendurado em seu pescoço e, instintivamente, o segurou entre os dedos.
Jiho seguiu o movimento e sua expressão se tornou ainda mais séria.
— Esse colar… — Ele deu um passo à frente, sua voz ficando mais baixa. — Você realmente não lembra de nada?
Sn franziu a testa, confusa.
— Lembrar do quê?
Jiho soltou um suspiro frustrado. Ele estava certo agora. Ela não se lembrava.
Mas ele lembrava.
Lembrava do dia em que deu aquele colar para ela. Da promessa que fez.
E agora, o destino a havia colocado diante dele novamente… sem que ela soubesse quem ele realmente era.
Sn tentou puxar o braço, mas Jiho segurou com firmeza, seus olhos escuros fixos nos dela.
— Me solta! — ela exigiu, sua paciência se esgotando.
Mas Jiho não se moveu. Seu olhar frio se intensificou, e sua voz saiu baixa, porém cheia de determinação.
— Eu não vou te soltar até descobrir a verdade.
Sn bufou, sentindo a frustração crescer. Ela já estava cansada do dia, preocupada com o avô e agora presa com um estranho insistente.
— Tá bom! Quer saber? — ela ergueu a cabeça, o olhar desafiador. — Esse colar foi um presente de um amigo da minha infância! Um amigo da creche!
Jiho ficou imóvel.
Sn continuou, segurando o pingente com força.
— Eu nunca tirei esse colar. Nunca. Agora você tá feliz? Já tem sua resposta? Então me solta!
O silêncio preencheu o camarim.
Jiho não conseguia processar o que acabara de ouvir. Um amigo da creche?
Seu coração deu um salto dentro do peito. Ele sentiu o ar faltar por um momento.
Era ela.
Sn.
A garotinha que ele prometeu encontrar…
Ela realmente nunca tirou o colar.
Mas não se lembrava dele.
Jiho afrouxou o aperto no braço dela, ainda encarando-a como se visse um fantasma.
Ele finalmente a encontrou.
Mas agora… ela não fazia ideia de quem ele era.
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Atualizado até capítulo 41
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