Sn chegou ao apartamento e, antes de qualquer coisa, correu até o quarto do avô.
— Vovô, como foi seu dia? — perguntou com um sorriso, se aproximando da cama.
A enfermeira, que estava ao lado dele, sorriu e respondeu:
— Ele teve um bom dia. Se alimentou bem e descansou bastante. Também fizemos a fisioterapia leve que o médico recomendou.
Sn suspirou aliviada e se sentou ao lado do avô, segurando sua mão.
— Vovô, você está tomando seus remédios certinho?
O idoso sorriu fraco e apertou a mão da neta.
— Estou sim, minha menina. Mas não precisa se preocupar tanto comigo. Quero que cuide de você também.
Sn sorriu, mas seus olhos estavam cheios de preocupação.
— Eu estou bem, vovô. O mais importante é que você fique forte logo.
Ela se virou para a enfermeira.
— Tem algo que eu precise saber? Alguma mudança no estado dele?
A enfermeira balançou a cabeça.
— Até agora, tudo está estável. Mas precisamos continuar monitorando.
Sn assentiu e suspirou aliviada.
— Obrigada por cuidar dele.
A enfermeira sorriu.
— Estou aqui para isso.
Sn ficou um tempo conversando com o avô, tentando distraí-lo. Apesar de tudo, ela queria que ele se sentisse feliz e seguro.
Kang Jiho entrou no quarto com passos firmes, os olhos afiados analisando a cena. Ele viu a forma carinhosa como Sn cuidava do avô, o brilho nos olhos dela ao oferecer a maçã e o abraço apertado que deu nele.
Ele pigarreou, chamando a atenção dos dois.
— Com licença, senhor. Como está se sentindo? Está melhorando?
O avô de Sn sorriu gentilmente e acenou com a cabeça.
— Estou bem, jovem. Mas não precisa me chamar de "senhor". Me chame de vovô, como a Sn faz.
Jiho ergueu uma sobrancelha, mas assentiu.
— Tudo bem... vovô.
O idoso riu baixinho, achando graça na forma hesitante de Jiho.
Então, ele olhou para Sn e depois para Jiho, analisando o jovem à sua frente.
— Sn, esse rapaz é seu namorado?
Sn arregalou os olhos, sentindo o rosto pegar fogo na mesma hora.
— O quê?! N-Não, vovô! Ele é... apenas meu chefe! — respondeu, completamente atrapalhada, evitando olhar para Jiho.
Kang Jiho, por outro lado, não desviou o olhar. Com um meio sorriso, ele se inclinou levemente para Sn, seus olhos escuros fixos nos dela.
— E se eu quiser ser mais do que isso? — ele disse, com um tom provocativo.
Sn ficou sem palavras, o coração disparado.
O avô apenas sorriu, satisfeito com a reação da neta.
— Bom, se for um homem de caráter, eu aprovo.
Sn cobriu o rosto com as mãos, enquanto Jiho ria baixinho.
— Vovô! Para com isso!
Kang Jiho apenas observou Sn com diversão. Ele gostava de vê-la tão desconcertada.
E no fundo, sabia que essa ideia não o desagradava nem um pouco.
Sn ainda estava com o rosto vermelho, evitando olhar para Kang Jiho, que parecia se divertir com a situação. O avô riu baixinho, pegando a mão da neta com carinho.
— Minha querida, só estou perguntando porque vejo como esse rapaz te olha.
Sn arregalou os olhos e balançou a cabeça rapidamente.
— Vovô! Não fala assim! Ele é só meu chefe.
Kang Jiho cruzou os braços e olhou para Sn com um sorriso provocador.
— Acho que seu avô é muito observador, Sn.
Sn sentiu o rosto queimar ainda mais e decidiu mudar de assunto.
— Vovô, você quer mais alguma coisa? Um chá? Um suco?
O idoso sorriu, sabendo que a neta estava tentando fugir da conversa.
— Só quero que você fique bem. E quero que esse jovem aqui cuide de você. — Ele olhou diretamente para Jiho. — Você parece um homem de palavra. Então, me diga... pode prometer que vai proteger minha neta?
Jiho parou por um momento. Ele olhou para Sn, que ainda estava visivelmente desconfortável, e depois voltou seu olhar sério para o avô dela.
— Eu prometo.
Sn olhou para Jiho surpresa, sem saber como reagir. Havia algo em seu tom que parecia muito sincero.
O avô assentiu, satisfeito.
— Então estamos entendidos.
Sn suspirou e se levantou rapidamente.
— Eu vou buscar um chá para você, vovô.
Ela saiu do quarto apressada, tentando esconder o quanto seu coração estava acelerado.
Kang Jiho ficou observando a porta por onde ela saiu e então voltou a encarar o idoso.
— Ela trabalha muito para cuidar do senhor, sabia?
O avô suspirou.
— Eu sei. E isso me parte o coração. Eu queria que minha menininha tivesse uma vida mais fácil.
Jiho ficou em silêncio por um momento, refletindo sobre aquilo.
Então, tomou uma decisão.
— A partir de agora, ela não vai mais precisar se preocupar com dinheiro. Eu vou cuidar de tudo.
O avô de Sn olhou para Jiho com um olhar curioso e sorriu.
— Você realmente gosta dela, não é?
Jiho desviou o olhar por um momento, mas não respondeu.
Mas ele sabia que a resposta já estava clara.
Kang Jiho permaneceu em silêncio por um momento, absorvendo as palavras do avô de Sn. Seu olhar se fixou no colar em seu próprio pescoço, o mesmo colar que ele havia dividido com Sn tantos anos atrás.
O avô de Sn suspirou, seu olhar carregado de lembranças.
— Ela era tão pequena, mas já falava de você com tanta admiração. Disse que um menino na creche a protegia, dava biscoitos em forma de ursinho e até prometeu que ficariam juntos no futuro.
Jiho sentiu um aperto no peito. Lembrou-se claramente daquele dia. Ele era apenas um garoto, mas sua promessa havia sido sincera.
— Eu nunca esqueci essa promessa. — Ele finalmente respondeu, sua voz baixa, mas firme.
O idoso olhou para ele atentamente, como se quisesse enxergar sua alma.
— Então me diga, Jiho... você ainda pretende cumpri-la?
Jiho apertou os punhos. Ele não era mais aquela criança ingênua da creche. Agora, era um CEO poderoso, cercado de responsabilidades, e Sn... Sn não era mais aquela garotinha inocente. Ela havia sofrido, lutado e carregava um peso enorme nas costas.
Mas, mesmo assim, ele queria protegê-la.
— Eu vou encontrá-la, nem que seja no fim do mundo. — Ele repetiu suas palavras do passado, olhando nos olhos do avô dela. — E vou cuidar dela, quer ela aceite ou não.
O idoso sorriu suavemente.
— Então você já tem sua resposta.
Antes que Jiho pudesse dizer qualquer coisa, a porta se abriu e Sn entrou com uma bandeja, carregando um chá quente para o avô.
— Aqui está, vovô. — Ela sorriu, sem perceber a intensidade do olhar de Jiho sobre ela.
O avô pegou a xícara e sorriu de canto.
— Obrigado, minha querida. E espero que, um dia, você perceba o que está bem diante dos seus olhos.
Sn franziu a testa, confusa, sem entender o significado daquelas palavras.
Já Jiho, ao contrário, entendeu perfeitamente.
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Atualizado até capítulo 41
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