Capítulo 20
O carro parou em frente à imponente mansão. Eleonor segurou sua bolsa com força, respirando fundo antes de sair. Tinha poucas malas consigo—apenas roupas e pertences essenciais. Não fazia sentido carregar mais do que precisava para um lugar que, até então, era temporário.
Ela desceu do carro e foi recebida por uma senhora elegante, de cabelos grisalhos bem cuidados e um sorriso gentil no rosto.
— Eleonor? Seja bem-vinda! Eu sou Francisca — a mulher se apresentou, estendendo a mão.
Eleonor a cumprimentou com um aperto de mão firme.
— Muito prazer.
— Entre, querida, vou te apresentar a casa e ao pessoal que trabalha aqui.
Eleonor seguiu Francisca para dentro, observando o ambiente espaçoso, mas aconchegante. Apesar do luxo, a casa não era fria como imaginou. Havia fotos emolduradas nas paredes, brinquedos espalhados pelo canto da sala, e até um desenho infantil grudado na geladeira.
— As crianças ainda estão na escola, então vou aproveitar para te mostrar tudo com calma — Francisca disse.
Enquanto caminhavam pelos corredores, Eleonor foi apresentada aos funcionários. Havia uma cozinheira chamada Rosa, que sorriu calorosamente para ela, e um mordomo chamado Carlos, que parecia mais sério, mas educado.
— Você verá que aqui é um verdadeiro caos quando os pequenos chegam — Francisca comentou, com uma risada suave. — Eu amo meus netos, mas eles são… bem, intensos.
— Imagino — Eleonor sorriu.
— Nem o pai deles consegue controlá-los às vezes.
A última frase pegou Eleonor de surpresa. O chefe dela não conseguia controlar os próprios filhos? Isso explicava por que tantas babás haviam desistido do cargo.
Antes que ela pudesse perguntar mais alguma coisa, uma jovem apareceu no final do corredor. Tinha cabelos longos e escuros, usava roupas discretas e parecia hesitante ao se aproximar.
— Ah, essa é Diane, a irmã do Dante — Francisca apresentou. — Diane, essa é Eleonor, a nova babá.
Diane esboçou um sorriso tímido e acenou com a cabeça.
— Oi, prazer.
Eleonor notou algo diferente nela. Diane parecia mais reservada, como se não estivesse acostumada a interagir com muitas pessoas.
— Oi, prazer. Você mora aqui também? — Eleonor perguntou, tentando puxar conversa.
Diane hesitou por um segundo antes de responder:
— Sim… mas fico mais no meu canto.
Francisca riu.
— Diane é mais na dela, mas vocês podem se dar bem.
Eleonor sentiu que, de alguma forma, havia algo em Diane que se parecia com ela. Talvez fossem as personalidades mais fechadas, ou a sensação de estar sempre deslocada.
— Bom, vou deixar vocês conversarem um pouco enquanto eu resolvo umas coisas — Francisca disse, se afastando.
Um silêncio se instalou entre as duas, até que Diane quebrou o gelo:
— Você tem experiência com crianças?
— Já trabalhei como babá durante a faculdade, mas nunca com quatro ao mesmo tempo.
Diane soltou uma risada curta.
— Boa sorte. Você vai precisar.
Eleonor não sabia se aquilo era um aviso ou apenas uma brincadeira, mas, de qualquer forma, seu instinto lhe dizia que os próximos dias seriam desafiadores.
Capítulo 20 (continuação)
Antes que Eleonor pudesse perguntar algo a Diane, um homem alto e de porte intimidador entrou na sala. Ele tinha cabelos escuros bem aparados, uma barba rala e olhos penetrantes que pareciam analisar tudo ao seu redor. Eleonor percebeu imediatamente a postura rígida e a maneira como ele se movia—sempre atento, sempre alerta.
— Faruck, esse é Eleonor, a nova babá — Francisca apresentou.
Faruck olhou para Eleonor e assentiu com a cabeça, sem muitos rodeios.
— Sou o chefe da segurança da casa. Meu trabalho é garantir a segurança das crianças e da família.
Antes que Eleonor pudesse responder, ela notou um detalhe interessante: Diane desviou o olhar e rapidamente murmurou algo sobre ir para o quarto, saindo quase apressada. Faruck a acompanhou com os olhos, e, por um breve instante, Eleonor percebeu um brilho diferente na expressão dele. Algo não dito, algo contido.
Mas foi tão rápido que ela poderia ter imaginado.
Faruck então se voltou para Eleonor, sua postura séria retomando o controle da situação.
— Há algumas regras que você precisa seguir — ele começou, cruzando os braços. — Primeiro: nunca saia sozinha com as crianças sem avisar a mim ou a Francisca. Sempre temos um segurança acompanhando quando necessário.
Eleonor assentiu.
— Certo.
— Segundo: evite levar as crianças para áreas não autorizadas. O quintal e a parte da casa destinada a elas são seguros, mas há locais que não devem ser acessados sem permissão.
Eleonor arqueou a sobrancelha.
— Como quais?
— O galpão nos fundos. — A resposta de Faruck veio rápida e firme.
Eleonor franziu a testa.
— E o que tem lá?
Faruck apenas a encarou por um segundo antes de responder, sua voz sem emoção:
— Apenas siga as regras.
Ela segurou a curiosidade e assentiu.
— Entendido.
Antes que ele continuasse, um barulho chamou a atenção de ambos.
— As crianças chegaram — Francisca avisou, olhando pela janela.
O motor de um carro se desligou do lado de fora, e Eleonor ouviu o som de portas batendo.
Seu coração acelerou. Ela estava prestes a conhecer as quatro crianças que, até agora, haviam expulsado todas as babás anteriores.
Respirando fundo, ela se preparou. Que comecem os desafios.
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Atualizado até capítulo 105
Comments
Marcia Cristina Carneiro
Será que o garoto vái reconhecer éla vái chegar é abraça ela 28/02/25/
2025-02-28
25
Anilda Alves da Cruz
o menino vai reconhecê-la. agora o que deve dar teabalho são os adolescentes
2025-03-16
1
Vera Lucia Berlanda de Andrade
tomara que sim porquê isso vai dar segurança ao irmãos
2025-04-18
1