capítulo 11 - fazer oque é certo

Eleanor terminou seu turno com a mesma expressão impassível que usava sempre, como se nada de extraordinário tivesse acontecido na noite anterior. O barulho e as conversas dos VIPs e do segurança à sua volta pareciam tão distantes, como se ela estivesse em um lugar completamente diferente. Mas sua mente ainda estava longe dali, na lembrança do homem ferido, do sangue e das palavras inquietantes no cartão de visita.

Sophia apareceu ao seu lado, parecendo cansada, mas com um sorriso gentil.

— Vamos, Eleanor, é hora de ir. — Ela disse com uma leveza que contrastava com o peso que Eleanor sentia nos ombros.

o gerente, fez um aceno com a cabeça, dispensando-as com uma ordem breve. Ele parecia estar mais focado nas conversas com os outros, como se nada tivesse acontecido também. Mas Eleanor sabia que nada seria como antes. A inquietação em seu peito a consumia. O que era aquele nome? Dante Vasile Bianchi? Algo dentro dela dizia que não era uma coincidência, mas sua consciência a impedia de procurar mais.

No caminho para casa, os pensamentos de Eleanor eram uma confusão. Ela não conseguia entender por que tinha feito aquilo. Aquele impulso de ajudar o homem ferido, de se envolver naquela situação. Mas quando olhou para a carteira e viu o nome, tudo ficou ainda mais confuso. E o dinheiro… aquela quantia de dinheiro parecia uma tentação, mas sua consciência gritava que ela não podia. Ela não podia se envolver com aquele mundo.

Ao chegar em casa, ela se jogou na cama, mas o sono não vinha. O silêncio do quarto parecia sufocante. Ela olhava para o teto, tentando encontrar uma resposta, mas a única coisa que conseguia sentir era um vazio crescente e um peso profundo.

No dia seguinte, Eleanor tomou uma decisão. Ela não sabia exatamente o que a estava movendo, mas uma parte dela sentia que precisava descobrir mais sobre aquele nome, aquela pessoa. Algo dentro dela a forçava a dar o próximo passo.

Ela se dirigiu à empresa Bianchi. Ao chegar, uma secretária loira e meticulosamente arrumada estava atrás do balcão, parecendo um pouco surpresa com sua presença.

— Desculpe, você tem um agendamento? — A secretária perguntou, com uma expressão que transbordava indiferença.

Eleanor hesitou por um momento, então respondeu, tentando esconder sua apreensão:

— Eu… preciso falar com alguém da empresa. — Sua voz saiu mais fraca do que ela gostaria.

A secretária franziu a testa, claramente cética.

— Eu sinto muito, mas sem agendamento, não posso deixá-la entrar.— Ela disse, sem abrir espaço para negociação.

Nesse momento, um barulho chamou a atenção de Eleanor. Uma criança pequena, talvez com sete ou talvez oito anos , corria pelos corredores da empresa, seus passos apressados e erráticos. Logo, um grupo de seguranças apareceu, cercando o menino de maneira rígida. A tensão aumentou quando o garoto parou abruptamente e começou a chorar desesperadamente, colocando as mãos sobre os ouvidos como se estivesse tentando escapar de um som insuportável.

Eleanor sentiu algo forte apertar seu peito. Não podia ignorar o sofrimento daquela criança. Sem pensar duas vezes, ela caminhou até ele, se agachando na sua frente.

— Ei, tudo bem?— Ela disse suavemente, tentando se aproximar de maneira tranquila. — O que aconteceu?

O menino não respondeu, mas o olhar de angústia em seus olhos estava claro. Eleanor percebeu o desespero em seu rosto e, com um gesto cuidadoso, envolveu-o em seus braços. O garoto parecia hesitar por um momento, mas então tirou lentamente as mãos dos ouvidos, ainda chorando, mas agora mais calmo.

Eleanor sabia o que fazer. Ela começou a cantar sua música favorita, aquela que sempre a acalmava quando as coisas ficavam difíceis. Sua voz, suave e melodiosa, parecia preencher o ar, criando uma bolha de calma ao redor dos dois. O menino, pouco a pouco, foi parando de chorar, e, antes que ela pudesse perceber, ele estava retribuindo o abraço com as mãos pequenas e trêmulas.

— Vai ficar tudo bem... — Eleanor sussurrou, seu coração se aquecendo com a conexão inesperada.

Logo, um homem alto, com uma expressão séria, apareceu na porta. Seus olhos estavam fixos na criança, e Eleanor sentiu que o ambiente ao seu redor parecia congelar por um instante.

— Está tudo bem com ele? — O homem perguntou, sua voz grave, mas com uma ponta de alívio.

— Sim, ele… estava assustado, mas agora está mais calmo. — Eleanor respondeu, tentando não deixar transparecer a tensão que ainda sentia.

O homem olhou para o menino, que agora estava mais calmo, com a mão de Eleanor segurando a dele. Ele se aproximou com um olhar que misturava preocupação e apreço, e estendeu a mão para o garoto.

— Vamos, é hora de voltar para o seu pai.— O homem disse com suavidade.

O menino, ainda com os olhos marejados de lágrimas, segurou a mão do homem com firmeza. Antes de sair, ele olhou para Eleanor, e com um sorriso tímido, o agradecimento silencioso foi tudo o que ela precisava para saber que fizera a coisa certa.

O homem e a criança se afastaram, e Eleanor ficou ali, observando-os desaparecerem pela porta.

Eleanor se afastou um pouco do menino e voltou sua atenção para a secretária, que ainda a observava com uma expressão de desaprovação. Ela respirou fundo, tentando manter a calma, e falou com a voz mais firme que conseguiu:

— Eu… gostaria de falar com o senhor Bianchi. Ele não está aqui? — perguntou, seu olhar se fixando na mulher do outro lado do balcão.

A secretária olhou para ela com um sorriso cínico, claramente desacreditada. O desdém em sua voz era quase palpável.

— O senhor Bianchi?— repetiu, como se o nome fosse algo absurdo saindo da boca de alguém como Eleanor. — Não acredito que alguém como você conheça o senhor Bianchi. Por favor, se retire.

Eleanor ficou por um momento sem saber como reagir. Aquela resposta fria a fez sentir-se diminuída, mas não iria desistir tão facilmente. Ela sabia que tinha algo que justificava sua presença ali, algo que podia fazer a diferença.

Ela deu um passo à frente, determinada.

— Eu encontrei a carteira dele.— disse, tentando manter a calma, mas com a voz tremendo ligeiramente. — *Eu só quero devolvê-la.*

A secretária não parecia interessada. Ela se manteve impassível, sem dar qualquer sinal de que a situação estava mudando.

— Não tenho tempo para isso. Vai embora. — disse, sem olhar para Eleanor.

Foi então que, do nada, o homem da noite anterior entrou na recepção, a figura familiar fazendo seu coração acelerar. Eleanor o reconheceu imediatamente, o homem alto e de expressão séria, o homem de confiança que Dante falou na outra noite. Ele olhou para ela com os olhos que a fizeram se sentir desconfortável, como se a presença dela ali fosse um erro.

— O que faz aqui, senhorita? — perguntou ele, sua voz grave e autoritária, com um toque de desconfiança.

Eleanor respirou fundo, tentando não deixar transparecer a tensão em seu corpo. Ela deu um passo à frente, segurando a carteira nas mãos e entregando-a para ele.

— Eu encontrei a Carteira do senhor Dante ontem à noite. Queria devolvê-la pessoalmente. — disse, com uma sinceridade que não pôde disfarçar.

O homem olhou para a carteira em suas mãos e, por um momento, seus olhos se suavizaram. Ele fez um movimento brusco para pegá-la, mas seus olhos voltaram a se fixar nela com mais intensidade, como se estivesse avaliando sua reação.

— Agradeço, vou entregar .— Ele disse, a voz um pouco mais suave, mas ainda com aquele tom autoritário que ela não conseguia ignorar. — Mas, por favor, se retire agora.

Eleanor sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas tentou não demonstrar. Ela tinha algo em mente, mas não podia ficar ali por mais tempo. O trabalho a esperava, e ela já estava começando a se sentir desconfortável com toda a situação.

— Claro.— Ela respondeu, sem querer prolongar a conversa

Ela fez um movimento para sair, seus passos rápidos e nervosos, e antes de sair pela porta, olhou rapidamente para o homem uma última vez. Ele estava olhando para ela.

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Comments

Eliene Lopes

Eliene Lopes

porq vc não ligou direto pra ele já que estava com o cartão de visitas dele ? mas tu é besta hem

2025-04-10

4

Dudinha_chegou

Dudinha_chegou

já dá pra ser mãe kkk

2025-03-28

4

Euridice Neta

Euridice Neta

Quem recebeu a carteira foi o homem de confiança dele...

2025-03-27

3

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