capítulo 15-- só consigo pensar nela.

Nos dias que se seguiram, a mente de Dante Bianchi estava completamente absorvida por Eleonor. Ele não conseguia tirar os pensamentos sobre ela da cabeça. Ele não sabia o que exatamente a atraía nela, mas algo em sua presença, em seu jeito simples e honesto, lhe dava uma sensação de inquietude. Ela estava presente em todos os relatórios que ele pediu, e, por mais que tentasse ignorar, não conseguia entender o que a tornava tão... interessante.

Sentado no escritório imponente da empresa Bianchi, Dante observava as informações que seu assistente lhe entregava. As folhas estavam repletas de detalhes sobre a jovem Eleonor. Ele leu sobre seu passado, que parecia um grande vazio. Sem registros, sem traços concretos de sua história antes de ser adotada. Tudo o que ele encontrou foram passagens por vários lares adotivos, uma infância instável e marcada por desafios. Uma criança que, provavelmente, nunca teve um lar verdadeiro. Não era um segredo, mas algo que Dante sabia que poderia dar mais pistas sobre a personalidade dela. O fato de sua infância ter sido tão desestruturada parecia refletir, de algum modo, em seu comportamento atual.

Dante franziu a testa enquanto passava os olhos pelas informações sobre seu trabalho na boate e sua subsequente demissão. Ele soubera da situação da boate, mas agora, ao ter acesso aos detalhes, percebia como aquilo foi um golpe baixo de Sarah. Eleonor fora humilhada publicamente, mas parecia ter saído da situação com mais dignidade do que ele imaginava. Ao contrário de muitas pessoas que, com sua história, sucumbiriam ao peso da humilhação, ela se demitira. Ela não cedeu. Ela se retirou.

O que mais o intriga era a decisão de Eleonor em deixar a boate de forma tão abrupta. Ele sabia que Sarah tinha algo a ver com isso. Sarah, com seu poder, com sua arrogância, sempre soubera como mexer com as emoções das pessoas ao seu redor. Mas Eleonor, ao se demitir, parecia ter tomado o controle da situação. Algo que Dante não podia deixar de admirar.

Ele estava ciente de que a atração que sentia por Eleonor era mais do que simples curiosidade. Ele sempre fora um homem calculista, que raramente se deixava dominar por impulsos, mas algo em Eleonor o fazia querer saber mais sobre ela. Talvez fosse seu olhar determinado, ou a forma como ela havia reagido na boate. Ela não se queixou, não chorou, nem procurou se vitimizar. Ela se demitiu e foi embora, sem fazer alarde, sem causar mais problemas.

O assistente entrou novamente, interrompendo seus pensamentos.

— Senhor, mais informações sobre a moça Eleonor. — Ele entregou uma nova pasta, e Dante pegou-a, sem desviar o olhar da janela por um momento, enquanto pensava em tudo o que ele já sabia sobre ela.

— O que mais temos sobre ela? — Dante perguntou, sua voz calma e controlada, mas a ansiedade por conhecer mais sobre Eleonor se fazia presente em seu tom.

O assistente hesitou, olhando para Dante com cuidado, e então entregou a pasta.

— Além dos registros da boate e de seu passado, descobrimos que ela está morando atualmente em um pequeno apartamento. Não há muitos detalhes sobre seu presente, mas ela tem se mantido afastada de grandes círculos sociais desde a demissão. Não há muita informação concreta sobre seu dia a dia. — O assistente fez uma pausa. — Mas o mais interessante é que ela não tem relações com outras empresas ou contatos no mercado. Ela parece manter uma vida bastante reservada.

Dante leu a pasta, agora mais curioso. O fato de Eleonor estar se mantendo longe dos olhos do mundo só aumentava sua fascinação. Ele começava a entender o quão complexa ela realmente era.

Ele se recostou na cadeira, refletindo sobre o que acabara de ouvir. Uma parte de si desejava seguir em frente, focar em seus negócios e nas pessoas ao seu redor que ele já conhecia, mas havia algo em Eleonor que não conseguia ignorar. Ela estava tão distante e, ao mesmo tempo, tão próxima, como se estivesse esperando o momento certo para aparecer em sua vida.

— Eu quero um relatório completo sobre a boate. Todo o ocorrido com ela e o motivo de sua demissão. Quero saber cada detalhe, inclusive o envolvimento de Sarah. — Dante disse, sua voz fria e calculista.

O assistente, já acostumado com a intensidade do trabalho para Dante, assentiu e se retirou rapidamente, indo atrás das informações adicionais.

Dante ficou ali, sozinho novamente, os olhos fixos na janela, mas sua mente estava em outro lugar. Ele pensava em Eleonor, na sua força e na maneira como ela se levantava mesmo após os golpes da vida. Ele a via como alguém que, apesar de todas as adversidades, ainda se mantinha em pé, pronta para seguir em frente. Ele não sabia por que, mas isso o fascinava.

Uma sensação estranha se formava em seu estômago, uma mistura de desejo por controle e uma necessidade de descobrir mais sobre ela. Ele queria entender o que a tornava diferente, o que a fazia tão especial. Algo nela, provavelmente em seus olhos, no modo como ela enfrentava a vida, lhe dizia que ela não era alguém comum. Dante não acreditava em coincidências. Ele acreditava que tudo tinha uma razão, e Eleonor estava começando a se tornar a razão de seus pensamentos mais inquietos.

O que ele não sabia era que, mais cedo ou mais tarde, Eleonor cruzaria seu caminho novamente, e essa descoberta sobre ela não seria apenas uma curiosidade — seria o início de uma história muito mais profunda do que qualquer um dos dois imaginava.

todos conheciam Sarah e sabiam que ela usava o seu pai para conseguir tudo.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***