Eleanor correu para pegar o ônibus, seu coração batendo forte enquanto ela observava a cidade passar pela janela. Ela estava nervosa, mas tinha a sensação de que, naquele momento, seu trabalho na boate era mais do que uma simples ocupação. Era uma forma de lidar com o que estava acontecendo na sua vida, mesmo que fosse uma forma temporária de escapar da realidade. Quando o ônibus finalmente parou na frente da boate, ela quase saltou para fora, correndo para dentro para não perder tempo.
Ela se apressou para os bastidores, vestindo-se rapidamente com o uniforme. Cada movimento era automático, mas ao mesmo tempo, ela tentava se concentrar para não se perder no caos do dia a dia. Sophia apareceu logo atrás dela, com o sorriso travesso de sempre.
— Ai, Deus, como você ficou linda nesse uniforme! — Sophia riu, brincando com os fios do cabelo. — Eu sabia que você ia arrasar!
Eleanor sorriu de volta, embora seu olhar ainda estivesse distante. Sophia, como sempre, parecia ser a única capaz de tirar um pouco da carga emocional de Eleanor.
— Ah, se você me visse antes, talvez pensasse diferente. — Eleanor riu, ajustando o uniforme enquanto olhava o espelho.
— Nada disso! Você é uma estrela, gata! Só precisa brilhar!
O ambiente da boate estava começando a se agitar quando Camily entrou, com sua presença marcante e um sorriso sardônico.
— O que faz aqui, Camily? — Eleanor perguntou, brincando, mas com um toque de curiosidade.
Camily olhou ao redor, observando a movimentação e depois respondeu com uma piscadela.
— Vim gastar um pouco só para te ver, gata, nesse uniforme. Não vejo nada melhor para fazer uma noite divertida.
As três riram juntas. Camily tinha essa capacidade de trazer um sorriso a qualquer situação. Mas logo o clima se alterou quando Trace entrou na boate, seu semblante fechado. Eleanor e Sophia se olharam, sabendo que o clima tenso se aproximava.
— Vamos, meninas, a noite começa agora. — Trace falou com a voz grave, antes de se retirar para uma das mesas VIPs.
Eleanor e Sophia começaram a servir as bebidas e a atender os clientes. O trabalho era frenético, mas parecia que as horas voavam enquanto as duas riam e trocavam histórias. No entanto, o clima de diversão logo foi quebrado quando Sarah entrou com suas amigas, todas com expressões arrogantes.
Sarah, com seu olhar desdenhoso, se aproximou de Eleanor com um sorriso malicioso. Sem nenhuma explicação, ela derramou a bebida em Eleanor, jogando o líquido pela sua roupa enquanto suas amigas riam ao fundo.
— Você não sabe com quem está falando, não é, querida? — Sarah riu, sua voz cheia de desprezo.
Eleanor engoliu a raiva que subia à garganta, tentando controlar a situação. Ela virou-se rapidamente, encarando Sarah com firmeza, sem se intimidar.
— Você está muito enganada se acha que vai me intimidar, Sarah.
Nesse momento, Trace, que observava de longe, se aproximou. Seu rosto, normalmente sério, se tornou ainda mais tenso.
— Chega, Sarah! Isso não é um campo de batalha pessoal! — Trace disse, sua voz autoritária. Ele olhou para Eleanor e fez um gesto de desculpas com a cabeça, sem poder fazer muito mais.
Sarah, no entanto, não recuou. Sua confiança parecia inabalável, e ela lançou uma ameaça pesada, sua voz fria como gelo.
— Trace, se você não demitir ela agora, vai ver o que acontece. Você não sabe com quem está lidando. Meu pai... — Ela deu uma pausa dramática, como se o simples nome do pai fosse uma sentença de morte para qualquer um.
Eleanor, mesmo com o sangue fervendo de raiva, sabia que isso era um jogo perigoso. Trace estava entre a espada e a parede, mas ele não hesitou.
— Não vou demitir a Eleanor. — Ele respondeu com firmeza, desafiando Sarah e seu poder. — Ela faz o trabalho dela, e você vai aprender a respeitar isso.
O silêncio na boate se instalou por um segundo. A tensão estava no ar. Mas Sarah não desistiu. Ela se aproximou de Trace, seus olhos lançando faíscas.
— Você vai se arrepender de me desafiar, Trace. — disse ela com um sorriso venenoso.
Eleanor observou aquela troca de palavras com um misto de admiração e preocupação. Trace estava agindo com coragem, mas ela sabia que as consequências poderiam ser pesadas.
Foi então que a decisão de Eleanor tomou forma. Ela não poderia deixar Trace pagar pelo que ela estava fazendo. Ela não queria que ele se metesse em problemas por sua causa. Respirando fundo, ela se aproximou dele, decidida.
— Trace... — ela disse, a voz mais calma do que ela imaginava que seria. — Eu não vou deixar você pagar por isso.
Ele a olhou, surpreso, mas antes que pudesse falar, ela continuou:
— Eu vou me demitir. Não posso deixar você pagar por minhas escolhas.
Trace a encarou por um momento, com os olhos um pouco mais suaves, mas ele sabia que ela estava certa. Eleanor se virou para a porta, decidida, mas um sentimento de culpa a preencheu. Ela não queria sair daquele lugar, mas sabia que não podia continuar ali, em um ambiente onde as coisas estavam ficando complicadas demais.
— Você não precisa fazer isso. — Trace tentou, sua voz mais baixa agora.
Ela deu um suspiro pesado.
— Eu preciso fazer isso, Trace. Não posso deixar você se prejudicar. Eu... eu vou sair, por mim mesma.
Eleanor olhou para ele pela última vez antes de sair da boate, seu coração batendo com a mistura de tristeza e alívio. Ela não sabia o que o futuro lhe reservava, mas sabia que aquela era a decisão que tinha que tomar. Ela olhou para trás mais uma vez, vendo a porta da boate fechar atrás de si.
Enquanto caminhava pelas ruas, seu estômago estava apertado, e um frio a percorreu, mas algo dentro dela sentia que essa era a primeira de muitas escolhas difíceis que ela teria que fazer para alcançar algo melhor para si mesma.
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Atualizado até capítulo 105
Comments
Marcia Cristina Carneiro
Maís uma vez esse verme dê gente atrapalha Quem precisa trabalhar mais tudo na vida tem retorno 28/02/25/
2025-02-28
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Esther De S Passos
O que essa , Sarah pensa que é? Uma filhinha de papai, arrogante , sem talento que rouba o trabalho da outra pra ficar em evidência? Autora tá na hora de situar essa mulherzinha fdp. De novo a Eleonor sofre a injustiça? Ah não.
2025-04-19
0
Vera Lucia Berlanda de Andrade
eu só não entendo como e porque ela tem que agir como se fosse culpada porque essa cobra 🐍 cismou em fazer mal à ela
2025-04-18
1