Depois de alguns minutos de espera, o elevador finalmente chega. As portas se abrem, e o senhor, que já parecia mais calmo, sorri para mim.
— Qual é o seu nome, querida? — pergunta ele, com uma voz suave e amigável.
— Meu nome é Eleonor Ribas — respondo, sorrindo levemente, ainda um pouco constrangida pela situação anterior. — E o senhor?
— Romero. Pode me chamar de Romero. — Ele sorri, gentil, como se já fôssemos velhos conhecidos. — Você trabalha aqui?
— Sim, trabalho na empresa. No setor de TI, sou programadora. — Respondo, ajeitando a mochila nas costas enquanto olho para ele.
— Uma jovem, bonita, educada e inteligente. — Ele diz com um tom apreciativo, seu olhar carinhoso, mas sem ser exagerado. Fico um pouco surpresa, mas me sinto lisonjeada.
— Agradeço o elogio, senhor. — Respondo, um pouco tímida, mas tentando manter a compostura.
— Me chame de Romero. Somos amigos agora, certo? — Ele sorri com um olhar genuíno, e eu não posso deixar de sentir uma certa ternura por aquele homem idoso, que, de alguma forma, faz questão de me tratar com gentileza e respeito.
O elevador chega ao meu andar, e as portas começam a se abrir lentamente.
— Preciso ir, Romero. Foi um prazer conhecê-lo. Cuide-se. — Digo apressada, mas ainda sorrindo. Sinto que ele é uma pessoa boa, alguém que, por um momento, fez meu dia um pouco mais leve.
Ele acena com a cabeça, ainda sorrindo.
— O prazer foi meu, querida. Vá em frente, e cuide-se também.
Com uma última olhada e um sorriso tímido, saio do elevador e corro para o meu setor, sentindo o calor da correria pela manhã, mas com uma leveza no peito por ter conhecido alguém tão amável, mesmo que brevemente.
Logo, vejo Camily Sanches, minha melhor amiga, me observando com um sorriso malicioso. Ela é daquele tipo de pessoa que parece saber tudo o que acontece ao seu redor, e nesse momento não é diferente.
— Perdeu o ônibus, Eleanor? — Ela pergunta, levantando uma sobrancelha, com um sorriso travesso.
— Como sabe? — Respondo, tentando parecer indiferente, mas a minha expressão já entrega que a confusão matinal foi bem real.
— Típico. O que foi hoje? Animal abandonado? Morador de rua com fome? — Camily diz, brincando, mas eu vejo que ela está só esperando a história engraçada que, com certeza, viria.
— Se eu te contar, não vai acreditar — digo, com um suspiro. Não é todo dia que um senhor idoso me ensina mais sobre respeito do que algumas pessoas da minha própria idade.
— Vamos deixar para o almoço — ela diz, piscando. — Temos um problema no código. Ele não roda de jeito nenhum. Todos já tentaram, mas não foi.
— Eu vou ver isso agora — respondo, já me levantando e indo em direção à sala do Ethan. Camily me segue com o olhar, já sabendo que vou demorar a voltar.
Quando chego na sala do chefe, Ethan está de costas, de braços cruzados, olhando para o monitor com expressão impassível. Ele vira lentamente a cabeça para mim quando me aproximo.
— Mais um atraso, Eleanor? — Ele diz, com a voz séria, e, por um momento, sinto um peso nos ombros. — Conserte isso e eu não te demito.
Engulo em seco. A pressão está começando a me atingir, mas sei que posso resolver isso. Eu sempre resolvo.
— Claro, senhor. — Eu me agacho na frente do computador e começo a verificar o código que está causando problemas. O sistema de interação entre as fases do jogo não está rodando corretamente, e os comandos estão sendo mal processados pelo servidor. Faltam alguns parâmetros de dados entre as variáveis que determinam o comportamento dos personagens nas transições de fase.
Com um olhar atento e rápida análise, logo percebo o erro. O código não é o que foi deixado por mim. Parece que alguém na equipe modificou sem testar adequadamente, o que gerou o travamento.
— O que estava errado? — Ethan pergunta, interrompendo meu raciocínio. Ele deve ter notado a minha concentração, o que indica que estou perto de descobrir a falha.
— O problema não estava no meu código, senhor. — Eu explico, olhando para ele enquanto digito as correções. — Alguém alterou os parâmetros de transição sem considerar a integração com o banco de dados do servidor. Isso causou um loop desnecessário e, portanto, travou o sistema.
Ethan fica em silêncio por um momento, observando enquanto faço as alterações. Coloco o código no lugar correto e aciono o sistema de novo. O código começa a rodar perfeitamente, sem falhas.
— Agora está funcionando — digo, aliviada, mas com o cuidado de não parecer convencida. Levanto os olhos para ele, esperando sua reação.
Ethan observa o monitor por um momento, parece estar ponderando. Então ele finalmente solta um suspiro, não de frustração, mas de compreensão.
— Não sei por que isso aconteceu, mas eu confiava que você tinha feito seu trabalho certo, Eleanor. Bom trabalho — diz ele, mais tranquilo, virando-se para os outros monitores.
Eu me levanto rapidamente, com a sensação de que, mesmo sem a culpa, tive que provar mais uma vez meu valor. Volto para minha mesa.
— Ele gosta de você — Camily diz, com um sorriso malicioso e os olhos brilhando como se estivesse prestes a revelar um segredo guardado.
— Duvido, ele me odeia. O jeito que ele fala comigo... — Eu respiro fundo, tentando manter minha compostura. Ethan nunca foi exatamente o tipo de chefe fácil de lidar. Suas palavras sempre pareciam duras, suas observações, exigentes demais.
— Mas o jeito que ele te olha diz outra coisa — Camily continua, agora mais provocativa, com aquele sorriso travesso no rosto que me faz revirar os olhos.
Eu dou uma risadinha nervosa, tentando desviar da situação, mas também não posso deixar de me questionar sobre o que ela falou. Será que ele me olha de outra maneira?
— Para com isso, Camily. Ele... não faz meu tipo. — Eu quase dou um suspiro de alívio ao me convencer disso, tentando manter meu foco no trabalho. Eu não tenho tempo para essas coisas agora. Não com tudo o que está em jogo.
— Homens ruivos bonitos não fazem seu tipo? — Camily solta com um tom sarcástico, e eu me viro rapidamente para olhar para ela, incrédula. Eu quase solto uma gargalhada, mas tento me conter.
Ethan Monach
Olho rapidamente para a sala de Ethan e, para minha surpresa, ele está nos observando, seus olhos fixos nas nossas mesas, e algo em seu olhar me faz congelar no lugar. Será que ele ouviu? Ele parecia distante, mas agora, com essa percepção, sinto um nó no estômago.
Eu tento desviar o olhar, mas não consigo deixar de pensar se ele está ouvindo nossa conversa. O que ele pensaria se soubesse o que Camily está insinuando? Ou o que ele pensaria de mim? Eu não sei, mas sinto uma tensão no ar.
— Prefiro alguém que não seja meu chefe e queira comer meu fígado — digo, com uma risada nervosa, tentando afastar o constrangimento. Eu não quero complicar ainda mais a situação com essas suposições.
Camily solta uma gargalhada de propósito e, com a expressão maliciosa de sempre, diz:
— Não sei se seria isso que ele está querendo comer... — Ela faz uma pausa e eu quase congelo no lugar, sem saber como responder.
— Camily Sanches! — Eu dou um leve empurrão nela, rindo com um pouco de vergonha, e as duas rimos juntas, tentando esquecer a tensão da situação.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 105
Comments
Eliana Fazano
😅🤔tenes e calça jeans velha 🤔 ela trabalha como TI ganha muito bem pra se vestir bem e ter um carro!!!!!!🤔
2025-04-13
4
Hope
melhor pra ter uma prosa e os mais velhos eu sou xonada 🥰
2025-04-11
1
Telma Souza
Começando hoje e os personagens estão cada um mais lindo que outro.
2025-04-08
2